sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Mais Esperança! (são os votos para o Ano Novo)

Votos de ano novo são sempre os mesmos – “paz, saúde, sucesso e muito amor” -, o que me parece um resumo de tudo aquilo que realmente é essencial para a vida da gente.


Paz – para seguir adiante sem estresses desnecessários; para olhar e zelar pelo próximo como se fosse “a ti mesmo”.
Saúde – para enfrentarmos cada dia, passar por ele com força no corpo e na mente.
Sucesso – porque ninguém é de ferro e realização profissional é “tudo de bom”.
Amor – porque de todos os elementos necessários na vida é o amor, mesmo representando toda a emoção, que nos dá a razão de busca pela paz, saúde e sucesso!.


Penso que falta incluir aí a palavra – ESPERANÇA -. Sei lá, surto de otimismo neste momento. Até que ficaria estranho chegar para alguém, sorrir e dizer – “Muita paz, saúde, sucesso, amor e esperança no ano novo”.


Voto de ESPERANÇA renova nosso otimismo. Nos dá mais força para olhar para frente e acordar pela manhã. É como um sopro. Quando temos “esperança”, acreditamos que as mudanças serão para melhor; acreditamos que o caos se transformará, voltamos a acreditar mais nos homens e menos nas máquinas.


Pesquisando no dicionário, vim a saber que ESPERANÇA significa:
s. f.,
acto de esperar;
tendência do espírito para considerar como provável a realização do que se deseja;a segunda das virtudes teologais;o que se espera;expectativa;suposição;probabilidade;
Zool., Brasil,
insecto ortóptero locustídeo de cor verde;estar de -: estar no período de gravidez;dar -s: dar mostras de vir a ser distinto em alguma coisa.



Bom... minhas queridas... é isso aí. Sem dúvida, por mais perrengues em que eu me meto, meu espírito tem uma forte tendência em considerar como provável a realização de tudo aquilo que eu desejo. E é justamente por isso que lhes desejo:


“PAZ, SAÚDE, SUCESSO, MUITO AMOR
e TODA A ESPERANÇA DO MUNDO”


Sejam vocês sempre, sem cair na mesmice, sem perder a curiosidade e sem deixar de renovar as energias do espírito.
CantoFlorVivência!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Balanço (ou desabafo)!!!!


O tempo passou rápido. Me lembro de ontem, nós dois brigando por causa de algumas doses a mais no reveillon, e, hoje, já nos preparamos para a próxima virada, que será em poucos dias. Mais um ano se foi e me pergunto: valeu?

Logo no início, brinquei _ “2007 Promete!”. Se dizem que promessa é dívida, este ano que passou não me deveu nada. Trabalhei muito, demais... exagerada e insanamente. Completei trocando de emprego logo no final do ano, um novo trabalho que me trouxe uma renovação espiritual, novas perspectivas e, em menos de um mês, um dos maiores sentimentos de dúvida, insegurança e arrependimento que já´tive.

Meu problema me parece claro: cresci acreditando que tudo que temos fazemos por merecer. Traduzindo: para mim o oposto de sucesso é trabalho desmedido. Se por um lado tive conquistas consideráveis em minha vida neste ano de 2007, por outro lado não vi o ano passar.

Deixei de ir à praia, perdi as baladas bacanas porque estava cansada, deixei de me encontrar com amigos, tive brigas dispensáveis com meu namorado, não fiz ginástica, descuidei de minha alimentação, fiquei triste, stressada e ando me sentindo um lixo!

Claro que, a esta altura, estou cheia de projetos e promessas pessoais para 2008. Não quero que o ano passe em branco. Não quero chegar em dezembro com uma estranha sensação de ter feito tudo e nada ao mesmo tempo. Não quero que os dias passem sem sentido.

Por isso chega de ser uma pessoa boazinha, daquelas que se satisfazem com qualquer coisa. Pela primeira vez na vida eu quero assumir que: EU NÃO ESTOU CONTENTE.

Não gosto do meu trabalho, não gosto da forma como sou tratada. Eu quero fazer outra coisa, quero fazer aquilo que sonhava fazer quando escolhi minha faculdade, aquilo que gosto e que me dá prazer. Eu também assumo que estou cansada – psico e fisicamente. Estou tão cansada que meu corpo reclama por conta própria. Eu choro a noite, praticamente todos os dias. Eu reclamo. Eu não vejo mais graça na vida. Eu prefiro ficar em casa a sair e passear. Me faltam boas risadas.
Minha idéia para 2008 é: viver sem grandes expectativas. Quero um ano tranqüilo.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Constatação

Passarinho na gaiola

não canta;

chora.







G.David

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Gata-borralheira!

Onde eu trabalho não existe glamour... e mesmo assim o lugar é chamado de Palácio. Aqui os importantes vestem terno ... mas não conseguem ver seu reflexo no espelho. No lugar onde o discurso repete a palavra "Democracia" ... impera uma sensação de medo. Aquela a quem eu deveria admirar é, na verdade, uma bruxa, tirana e dominadora, que me causa repulsa e enjôos.
Vim pra cá para aprender
e vou!
Só não posso esquecer
quem eu sou!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Renovação!

As vezes, no final da noite, me pego olhando pela janela do apartamento, apreciando o movimento na marginal, a iluminação dos prédios, a construção da ponte. Respiro fundo e penso: cheguei! Pra mim ainda é tudo muito novo. Sai do status de turista e passei a ser população local.

Bem próxima dos 30 anos resolvi mudar pra valer. Confesso que sinto essa mudança no meu dia-a-dia. Sair da vida pacata para a frenética rotina da metrópole, parece rejuvenescer, abrir novos horizontes. Busco energia para enfrentar novos desafios e isso me faz bem. Encontro bom-humor cada vez que faço uma conversão errada no trânsito e perco cerca de 30 minutos tentando me localizar novamente. Assim - errando - aprendo ainda mais.

Me sinto garota. Bixete de faculdade. Espero um sorriso de quem me ajuda, um olhar malicioso daqueles que pensam: - "aí que caipira" -; pareço conhecer as reações e, simplesmente, não me importo. Do bom ao ruim.. isso tudo faz parte do re-começo!

Recomendo. Recomendo que períodos de mudança - por mais assustadores que sejam - façam parte de nossos planos. Recomendo as mudanças bruscas, porque estas nos lembram que estamos vivas, que somos jovens e que a vida deve ser vivida à cada dia, de maneira única, lúdica e real, cíclica.
CantoFlorVivência!

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Reassumindo...


Assumo. Coloquei minha vida no piloto automático e deixei que as coisas acontecessem.

Entenda. Não foi de propósito, eu só percebi ontem. Quando algo fora da rotina e extremamente triste aconteceu. Foi tudo muito rápido, tudo de repente... As mudanças eram desejadas, mas foram inesperadas! Eu não aguentei. Coloquei no automático para não piorar as coisas.
Mas agora... agora me bateu um cansaço.
Uma vontade de dormir sem hora para acordar.
E de acordar quando minha cabeça já estiver situada.


E eu, que gosto de controlar, fui me irritando com a falta de controle. Com o caos do dia-a-dia.
Sem hora para sair, sem hora para comer, com a casa bagunçada e longe de você.


Mas hei.. preste atenção!
Estou ciente da situação e vou Reassumir.
É isso mesmo. Estou reassumindo o controle. Agora quem dirige sou eu!
Vai ser difícil neste começo e peço sua compreensão. Sua e de todos!


........ // .........


1º INFORME DAS DELÍCIAS PAULISTANAS:


Neste domingo, dia 2 de dezembro, tem show da Diana Krall, no Parque Villa Lobos.

O evento será durante o dia, pelas 12 horas.

E o melhor: É DE GRAÇA!!!!!!!!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Para uma prima querida.

Minha querida, sinto muito por toda a dor.
Sinto por sua dor física, mas sinto muito mais pela dor psicológica.
Aquela dor que veio quando você entendeu que era sua hora,
quando soube que iria deixar essa vida - essa mesma,
a vida que você ama e sempre fez questão de nos ensinar a amar.

Não é para seu conforto, mas nossa dor - privada do teu convívio - é ainda maior.
Vai faltar suas brincadeiras, vai faltar suas provocações, seu jeito desafinado de cantar as músicas da missa de natal...
Ixxiiiii.. não dá para dizer tudo, porque dói.

Obrigada porque esteve aqui.
Obrigada por ter nos ensinado.
Obrigada por nos fazer, mais uma vez, olhar a vida de modo diferente.

Hoje o dia está ensolarado, céu azul, nuvens desenhadas.
Hoje os passarinhos parecem cantar mais alto
e as estrelas da noite deverão brilhar mais forte.
Porque você está comandando a festa!

Eu queria te chamar de "doce", mas você - Maria Angélica - era a mais pura mistura de "chocolate e pimenta". Tinha um jeito único, que de nosso coração nunca mais sai!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Arrancando os Cabelos....

Tantas novidades no ar e eu, ainda, resolvi parar de fumar. Idéia de "jirico". Não a idéia de parar de fumar e sim a vontade de fazer isso justamente agora, em meio a tantas adaptações. Estou me Reinventando!

Nessa reinvenção pessoal, a nova "eu" deve se apresentar como Maria Gabriela, trabalha com roupas mais caretas, sem perder o estilo. E, assim, a nova "eu" não quer mais fumar. E que fique claro pra quem lê: apesar disso tudo, a antiga "eu" não vai sumir.


A vontade tem a ver com praticidade e qualidade de vida. Além de fazer bem para a saúde, poupar minha pele dos estragos causados pela nicotina e me ajudar a respirar melhor; sem cigarro poupo o odor da minha nova casa, que tem carpete em praticamente todos os cômodos. Além disso, no meu novo trabalho o ambiente é totalmente FREE de cigarros - isso significa que não tem área de fumantes, significa que não pode fumar em lugar nenhum (incluindo os jardins, estacionamento e qualquer tipo de área externa). OU seja, se eu quiser fumar... tem que ser na calçada (e ninguem merece ter de andar até lá!).


Olha.. tá difícil! E eu nem era assim tão viciada.

Pela primeira vez estou sentindo a falta desta "merda". Fico altamente irritada em casa, ataco chocolates ou qualquer outra coisa de mastigar. É um ataque passageiro.. mas ainda assim: é ataque!


Pobre do meu namorado, ele (acho) é quem mais sofre. Pois, sendo ele o primeiro com quem falo e o primeiro que encontro após o trampo, é para ele que vão os ataques... injustificados. Só me resta depois, com a maior cara de tacho, pedir desculpas.


E que fique registrado: apesar do encerramento das operações fumantes habituais, eu ainda me dou o direito de fumar um cigarrinho de vez em quando: no bar, na festa, na boate enfim.. aquele cigarrinho para os momentos que só ele pode me entender.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Novos Ares e Lugares ...


Há dois meses escrevi aqui falando sobre meu medo de avanços tecnológicos e minha capacidade de acompanhá-los. Hoje afirmo, completamente mudada (em vários aspectos), que tenho um grande medo, que me gera ansiedade, expectativa e muito stress: MUDANÇA!!!!!


Vejam a lista a seguir:


  • Feira do Livro

  • Vestibular na UNIFEOB

  • Fusão de Departamentos

  • Entrevista de Emprego

  • Novo emprego surgindo

  • Procura de Apartamento em São Paulo (ninguém merece)

  • Nova cidade

  • MUDANÇA

  • Casamento da minha irmã

  • MUDANÇA

  • Parar de fumar

Agora me digam: Como uma mortal - de carne, osso, coração e nervos - passa por tudo isso em apenas DOIS MESES?????? ... penso que a resposta desta questão seja simples: "Passa, passando!". E foi exatamete assim comigo. Passei os últimos dois meses: passando.


Um dia de cada vez, um problema depois do outro, uma resolução depois da outra e NADA de descanso. Relaxei no sábado (24/11), quando a Mari casou (mas é claro que o evento merece um texto adequado e exclusivo). E apesar de tudo bagunçado, o novo desafio é estimulante e desafiador.


Nos sessenta dias que passaram, desde 27 de setembro (quando postei meu último texto aqui), cresci o equivalente há anos no meu calendário pessoal. A começar pelo momento da decisão: ir ou não ir para São Paulo. Depois teve o momento da revelação: "gente... eu vou embora!" e, junto disso, os compromissos anteriormente assumidos que não podiam ficar sem assistência.


Então teve o momento de olhar para minha casa e perceber que meu tempo ali havia acabado. A hora de empacotar tudo e olhar o que se junta numa vida acumulado em meia dúzia de caixas no canto da sala. Tiveram os dias de procurar casa nova e sentir impotência diante de uma cidade que não pára. Teve a terrível hora de dizer "Tchau", "Até Logo" e beber, e chorar e cantar com meus amigos. E os dias de ficar acampada na sala das gordas. E minhas roupas inteiras dentro de malas. Então a adaptação ao trânsito. O momento de pertencer. Ficar longe do Fanger. E, ainda, teve o casamento da Mari (minha irmã). A correria da papelada de aluguel. Advogados analisando o contrato. A mudança mesmo ainda vai chegar, mas já estou na casa nova (metade do tamanho da antiga). Enfim... foram dois meses de muitas emoções.


Em alguns momentos, confesso, não consegui segurar a barra. Chorei. Me arrependi. Depois me orgulhei de mim. Aí chorei de novo! Eu quis fugir e não contar pra ninguem. Quis voltar ao passado, me alojar lá e ficar sumida...


O fato é que: minha vida agora é nova! Ela está, no momento, tumultuada. E, como sempre, deve entrar nos eixos em poucos dias. Preciso mesmo de um final de semana sossegado, para dormir sem hora para acordar, para ir ao cinema, para namorar sem estresse, para fazer macarrão com molho branco e tomar vinho. Preciso mesmo das minhas roupas organizadas no guarda-roupa, da cozinha em ordem e das marginais sem trânsito (ups.. esse é o mais difícil dos itens). E, como se não bastasse tudo isso, ainda estou ficando dias sem fumar, numa batalha que será difícil, mas da qual pretendo sair vencedora.


E nesta loucura toda merece destaque uma pessoa que mostrou ser mais que meu namorado... Ele mostrou ser meu parceiro, meu companheiro, meu braço esquerdo e direito, minha "luz no fim do túnel". O Fanger não aguentou apenas surtos de ansiedade descontrolada, ele tá aguentando minha falta de cigarro e todo esse período de adaptação. Ele tá aqui firme, ao meu lado. Me abraçando nos momentos mais difíceis, aguentando minha grosseria (que exite viu!), aguentando minha falta de paciência e minhas altas expectativas sobre tudo. Ele me conforta, me mostra que há saída para tudo. E tenta - a duras penas - me ensinar a respirar fundo e fazer o que dá, no tempo que dá.


No início do ano brinquei dizendo às minhas amigas que o slogan do ano seria "2007: Promete!". E, se pensar positivo é o segredo para as realizações, afirmo hoje, aqui e agora: VALEU.


O ano prometeu e está cumprindo. Eu assumi um compromisso comigo mesma, precisava mudar, precisava me mostrar novos caminhos e rumos... aqui estou. Sentada dentro do Palácio dos Bandeirantes, olhando pro meu futuro com novos olhos. E, apesar de todo o esgotamento físico e psicológico, estou Satisfeita e muito feliz!


CantoFlorVivência


quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Medoo!!!!!!


Medo de tecnologia. Os avanços e possibilidades que, hoje, nos favorecem também me causam medo e, agora, depois de assistir "O Ultimato Bourne", filme recém-lançado que tem Matt Damon no papel principal, encontrei meu mais novo "Bicho-papão".


Como sei que esse gênero de filme não é bem o que vocês, minhas amigas, costumam priorizar nas filas do cinema, vou contar o que acontece no começo, só para vocês terem a idéia do que estou falando. Um jornalista consegue, com sua fonte, uma pista quente para uma ótima matéria investigativa sobre uma ação da inteligência secreta que não é nada ética. O fato é que o jornalista, ingenuamente, comenta com seu editor a pista durante uma ligação por celular. Daí um satélite capta uma determinada palavra e, poucos minutos depois do jornalista terminar a ligação, a sala QG deste grupo secreto já sabe tudo - eu digo, absolutamente tudo - sobre o jornalista e passam a monitorá-lo .... para que ele não descubra mais nada.


Em menos de 10 minutos no filme eu já estava apavorada. E mais: pensava seriamente em deixar de usar meu celular, a internet e viver numa cabana no alto da montanha.


A coisa é séria. Estamos sendo observados, monitorados.. somos rastreados o tempo todo. É só alguém querer que vai saber até o horário que vamos ao banheiro e o que fazemos lá. Basta pensar um pouco sobre o "Google Earth" (que é um programa de computador que leva você a quase qualquer parte do mundo e te propicia conhecer os lugares).


Adoro esse programa, mas vejam bem.. se nós, reles mortais, temos acesso ao satélite e podemos ver maravilhas com ele (numa resolução não tão boa e com atraso nas imagens) imaginem só o que a inteligência não consegue ver direcionando o satélite (que não é o mesmo) para o lugar certo.


Medoooo.


Quem leu 1984, Admirável Mundo Novo e outros clássicos sabe o que digo. Já temos um Big Brother nos espionando. Ele só precisa querer olhar.


Pensem nisso!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Legalizaram o Q.I

Logo que terminei a faculdade e sai por aí em busca de emprego, muita gente me dizia da importância em se ter "Q.I". Engana-se quem pensou: Q.I = quo(co)eficiente de inteligência. A brincadeira com a sigla, na verdade, surgiu para fazer piada com aquelas pessoas que só conseguiam trabalho porque conheciam alguém "importante", virou "Quem Indica".

Odiado por tantos, amado por outros tantos, aos poucos o Q.I. até deixou de ser piada. Sorte de quem tinha Q.I.! Mas certamente, a indicação amigável não fazia boas vistas nas estruturas organizacionais e, aos poucos, foi caindo em desuso. Ou melhor..em tempos de globalização e velocidade de informações.. essa história de Q.I acontecia ontem mesmo. Mas como não pegava bem, o famoso Q.I. foi rebatizado.

SIM... o Q.I foi rebatizado. Ganhou nome novo, em inglês para dar mais confiabilidade à palavra. A onda agora, ao invés de ter Q.I., é fazer ..... (tchanann): NETWORKING!

É isso mesmo minha querida amiga leitora. Você tem que ser uma pessoa bem relacionada para ter um espaço no mercado de trabalho. Sabia disso? não... Então trata de se mexer. Vá agora para a manicure (uma bem chique) conheça as pessoas, troque cartão, ofereça um almoço, puxe o saco do seu chefe e coloque-o na lista de seus "amigos". Pois até onde entendo, esse tal de Networking veio para "legalizar" o famoso Q.I (se é que vocês me entendem?)

Essa é mais uma das expressões importadas de nossos amigos intelectuais de RH americanos, claro!!! Porque convenhamos.. essa onda de RH quer transformar o Brasil e os trabalhadores brasileiros em empregados padrão (aquele com foto de colaborador do mês) de multinacional com sede em Boston e presidente graduado em Harvard.

E o NetWorking agora está na moda.
Se você vai à um congresso - foi fazer rede (net em inglês).
Se você vai à um restaurante na hora do intervalo do almoço com seus colegas de trabalho - foi fortificar a rede de trabalho (net - work).
Se você entra em sites de relacionamento para pesquisar - TEM que fazer rede (com os outros pesquisadores)..

E no fundo, se aparece bem aquela vaga, lá na empresa do seu amigo da rede.. adivinha: você tem todo direito de ligar para ele e pedir uma forcinha (em nome da rede) mesmo que vocês tenham conversado apenas uma ou duas vezes. Ahhh.. e você até pode colocar no seu currículo que conhece esta pessoa "super" importante.. afinal, você já apertou a mão dela alguma vez né!

O fato gente é que temos que prestar atenção em todas essas modas internacionais que insistem, graças aos executivos padrão de multicinacional, em se instalar no Brasil. Ressalto e reforço: apesar de crítica, não tenho nada contra o tal do "networking".. mas convenhamos... eu que não tenho a cara de pau de ligar para um cidadão com quem troquei meia duzia de palavras durante uma aula para perguntar de vaga de trabalho.. faça-me o favor!!!!

O NetWorking aclamado por aí, na minha opinião nada mais é que a tradução de Q.I para o inglês. Assim fica mais bonito, do mesmo jeito que chamar estagiário de Trainee. Ahhh.. fala sério vai!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Sobre a Liberdade

Não costumamos dar muita conta de nossa liberdade até o dia que ficamos sem ela ou, então, até o dia que temos de decidir pela liberdade de alguém. Porque decidir pela liberdade de alguém nos faz refletir sobre a nossa.

Não sou completamente livre. Tenho hora pra entrar e sair do trabalho - hora que é controlada por um cartão de ponto. Tenho compromissos e responsabilidades. Tenho um dever moral e ético para com a sociedade que vivo e mesmo com todas essas amarras sou livre. Sou livre porque decido se quero ou não continuar neste trabalho; sou livre porque decido se vou ou não cumprir a ordem social; sou livre porque tomo sozinha minhas decisões, porque posso ir e vir de onde quiser, quando quiser e da forma que eu quiser.

Então estava eu lá.. sentada entre os sete. Ouvindo e vendo. O jovem de macacão laranja, sentado a nossa frente, havia esfaqueado um outro e a faca entrou bem no coração. Foi um golpe só, frio, certeiro. A vida do outro acabou ali. Na frente do baile, na sarjeta. Desesperado, o moço, que agora veste um macacão laranja com número de identificação, tinha ainda esfaqueado outros quatro.. que por sorte não se machucaram gravemente. Isso tudo há sete anos, quando ele tinha 18 anos.

E lá estava eu. Por própria decisão, sentada entre os sete que dariam o veredito final. Tudo, absolutamente tudo, passava por minha cabeça. Não tinha como escapar.. ele afirmou ter cometido o ato. Então.. dona da minha liberdade .. deixei que meu pensamento me guiasse.

Sim.. queridas leitoras.. existe diferença entre o bem e o mal; e entre os ricos e pobres. Existe diferença entre um advogado que cumpre seu juramento solene, e entre aqueles que só cumprem seu papel na sociedade. Não tinha mesmo como escapar. O jovem deu a facada. Mas como foi este dia? Quem estava lá? Quem viu? Como foi a briga? .... só o promotor (que é acusação) sabia. O advogado concordou com tudo. E 12 anos, a partir de agora, mostrarão ao jovem de macacão laranja como é importante pensar um pouco antes de agir.

Se ele queira matar???? Isso eu não sei.

E para os curiosos: Não! Na sala secreta a gente não diz "culpado ou inocente". Seguimos uma linha lógica, guiados pelo simples SIM ou pelo simples NÃO. Assim aprendi como fazer para separar a emoção da razão.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Sensação estranha


Hoje tô com uma sensação estranha. Sensação de que tem alguma coisa pra acontecer. Não sei se coisa boa ou se coisa ruim. Só fico com a sensação. A sensação me embrulha o estômago. Depois me deixar com asia. Esse ar de que pode acontecer alguma coisa a qualquer momento altera minha pressão e me deixa meio que sem chão.


Parece falta de rumo, parece que me esqueci de algo importante. Parece que não parece nada. Dá vontade de ir dormir. Dá vontade de sumir. Daí, vem uma vontade de descobrir o que é. Porque e o que está acontecendo.


Minha amiga perguntou - "É sensação tipo... sexto sentido?". E eu - "É.. e não é! Não sei. Acho que nunca tive sexto sentido". Mas meu coração sente que está perturbado e minha cabeça roda estranhamente. Até vi bolinhas no ar hoje. Sensação estranha essa ....



Olho pra longe,
procuro e não encontro,
tem algo no ar,
é leve, é água do mar.
Preciso do cheiro,
Senão... vou mofar.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Eu também "CANSEI"

Hoje teve manifestação na Praça da Sé, em São Paulo. Organizada pela OAB-SP e por mais algumas entidades, a manifestação teve como foco o "um minuto de silêncio" pelas vítimas do acidente da TAM. Senti não estar lá, mas aqui, no meu canto, também fiz meu "um minuto de silêncio".

Agora acompanho as notícias e percebo a nada discreta forma de tentarem manipular a opinião pública dizendo que a manifestação se tratou de um ato político. Quer saber.. e se foi? De quem é o problema?

Eu, assim como outros milhares que se calaram hoje, CANSEI. Cansei de roubalheira, cansei de corrupção, cansei da violência lavada deste país, cansei de gente mamando nas tetas públicas, cansei de não ter médico e pagar caro por plano de saúde, cansei da inflação, cansei deste discurso de melhorias, cansei de trabalhar como louca e não ter o mínimo de perspectiva no meu futuro.

Eu também tô cansada de pobre que adora falar que é pobre para ganhar uma boquinha, para ter alguém que lhe dê cesta básica, vale transporte, lugar na fila do sus, bolsa família etc. Só não me canso de procurar gente que queira por a mão na massa - que nem eu faço - e trabalhar de verdade. É sim, porque por mais que o país esteja fraco, oportunidade tem é só saber olhar, agarrar e fazer.

Se foi política ou não.. o problema é de quem está incomodado. E como diz o ditado "os incomodados que se mudem". Afinal, tem muita gente cansada mesmo e tá na hora de nós - os Cansados - que somos formadores de opinião colocar para fora tudo que nos incomoda.

Um dia eu acreditei no barbudo. Aliás, eu acreditei tanto que até filiada ao partido dele eu sou. Mas cansei. Não é possível que o PT ainda mantenha essa mania de perseguição, tudo e todos estão contra eles e a idéia é que estão armando. Se tem tanta armação por que se calam? POR QUÊ????? Respondam meus queridos, defendam-se... e parem de sair correndo frente aos riscos, para abafar a opinião pública.

Eu faço um minuto de silêncio porque não vejo mais perspectivas para esse país. É dinheiro demais jogado fora, é gente demais sendo vítima e nós... acostumados nos calamos. Agora o silêncio fez barulho e, pelo jeito que se repercutio, o silêncio fez muito barulho.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Ela Vai Casar

Não há nada que torne um casamento tão real como a prova do vestido de noiva. Pois é..verdade. Pode haver anúncio de casamento, pedido da mão, noivado, contratação de buffet, decisão de lugar etc, etc e etc. Mas o fato em si, parece se tornar real quando a noiva põe o vestido branco. E é sobre isso que quero falar.

Não me lembro bem como foi quando nos vimos pela primeira vez. Sei que nos vimos.
Éramos bebês. Eu um ano e pouco, ela horas de vida. Compartilhamos ali nossa cumplicidade.
Ela não se cansa de dizer que sou sua "ídala". Eu nunca digo o quanto a admiro. Falha!? Não, melhor assumir, é medo. Adoro saber que essa moça, linda e inteligente, muitas vezes me tem como modelo.

Do lado paterno fui a primeira da geração. Primeira em praticamente tudo. Só saio do trono agora, abro alas para a primeira neste passo, que é largo, importante, cheio de simbologias, sentimentos conturbados e emocionante. Passo vivo, decidido e certo. Que me traz uma nova pessoa para admirar e compartilhar. Na casa de um irmão só, agora certamente tenho dois. O fato é que Mari vai casar.

A menina da personalidade forte, das dores mais doídas, dos amigos mais amados, vai casar. Decidida seria atriz. Largou. Virou psicóloga. Amante dos tipos improváveis e de namoros longos, conheceu O CARA bacana, bem ali.. na casa da amiga. E então vem a notícia... vão se casar. E nós.. felizes comemoramos.

Lista de casamento, prova de doces, decisão do buffet, aluguel de chacára, fotógrafos, som um zilhão de coisas que aparecem... Casamento é um trabalho que dobra com o stress e é multiplicado por números que não tem menos de 4 dígitos. Mas tudo vai rolando até que...... chega o dia da prova do vestido.

Indescritível. Ela lá, brilho no olhar, em cima do toco... vestida de branco. Baila com a roupa, que será vestida um único dia! É seu. Foi feito para ela. Acrescenta um véu. É sonho. Linda, linda dança minha irmã.

Eu fico quieta no canto da sala, sentada no sofá... fazendo piada para esconder minha emoção. Não quero chorar agora, não agora... não é o momento. Prefiro palpitar. Põe assim, usa esse cumprimento... meu deus.. ela está vestida de noiva e não é para o espetáculo desta noite. Vamos juntas comprar tecido, escolher o enfeite do cabelo. Tudo vem primeiro, tudo vem brilhando para combinar com seus olhos.

A passarela estará pronta para ela. E no dia de dizer SIM diremos todos juntos. SIM para um casal que se ama, para uma moça linda de cabelos encaracolados, ouvidos abertos, coração enorme, personalidade forte. Minha irmã. A primeira irmã. A irmã que dividiu o quarto, que me ajudou nas horas péssimas, que esteve lá para me afagar os cabelos. Sim.. ELA VAI CASAR e daí eu vou chorar... de alegria.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

O aquário


No início eram três: o olhudo, Israel; a pequena barrigudinha, Lolita; e o alaranjado de proporções regulares, Hidalgo. Foi legal vê-los ali, alegrando o ambiente, bailando imersos dentro da água sem graça e confinados aos limites impostos pelo aquário.


Uma semana depois ganharam novos amigos. Seis no total. Peixes de cor prata, miudos, aproveitavam a mobilidade de seu tamanho e nadavam frenéticamente em direção à falsa correnteza imposta pela bombinha de ar.


Alguns dias depois e chegam mais três amigos: o 1, o 2 e o 3. Peixes malhados, brancos e alaranjados. Sérios, compenetrados. Mal se misturavam.


Aquele ambiente aquático tornou-se parte de nossa rotina. Conversamos com os peixes, alimentamos a turma, ficamos observando - hipnotizados - sua dança incansável, explorando aquele espaço de vidro.


A família de seis aos poucos começou morrer. Um por dia. Estranho o caso do peixe que estava fraco, o quarto a falecer. Ele sumiu certa quarta-feira e ninguem encontrava o doente. Pensamos: _ "A faixineira deu cabo do coitado". E morreu a história. Três dias depois, ele foi encontrado, já sem pedaços, fora comido por seus companheiros, tornando real minhas suspeitas de "canibalismo pisciniano". Agora, só resta um deles. Firme e forte, nada rei do aquário, vigiando os limites existentes entre a barreira de vidro e o ar.


Nós nos hipnotizamos diariamente. Conversando com os peixinhos. A água dá um certo trabalho. Tem que checar pH., limpar, dar comida. Os pobrezinhos vivem ali sem muita perspectiva. Fico me indagando sobre o sofrimento deles. Naquele cubo de vidro sem poder sair. Me dizem pra ficar calma, pois foram criados para ser peixes ornamentais. Não consigo. Ver o peixinho lindo e colorido ali nadando prisioneiro, pra mim é o mesmo que ouvir o canto do canário preso na gaiola sem poder voar.



P.S.: - CantoFlorVivencia está voltando a ativa, à pedidos.. do público e meus!!!! (rs)

segunda-feira, 16 de julho de 2007

CantoFlorVivencia


Essa vida

cheia de idas e vindas,

é malandra, é bandida.

Nos dá supresas duras,

surpresas fundas,

surpresas que lavam a alma.

Não impeço o fluxo,

evito a rotina.

E me renovo a cada dia

- CantoFlorVivência -

nasço com seu som,

para uma nova vida,

para novas idas,

e para novas vindas.

SuperAção

Era assim: acordava, tomava um banho, vestia sua roupa e ia rumo a poeira. Viveu uma semana intensa... em meio à poeira. Poeira literal e surreal. E já que estava no pó mesmo, resolveu sacudir tudo. No estilo ... "tá no inferno, então abraça o capeta" ... chutou o pau-da-barraca. Ocorre que, no estilo ..."Deus escreve o certo por linhas tortas", na semana do pó veio a água, para lavar a alma. No caso, leiam água = a amigos. O que seria de nós, mortais, sem nossos amigos do peito?

E tudo começou assim: era festa de rodeio, com cowboy e boiadeiro; tinha show sertanejo, rock e pop; tinha exposição de gado, cavalo, pônei e carneiro. Tinha gente, muita gente, e todo mundo querendo atenção. Tinha a imprensa e um patrão. Era semana de trabalho e eu na maior dedicação. Lady Murphy me visitou. Avisou que ia chegar me mandando uma dor de garganta insuportável, que me pôs na cama e me levou ao hospital para uma injeção básica.

Depois foi o carro que quebrou - não o novo, que ainda não chegou - foi o velho mesmo, o de guerra. Aí veio a falta de paciência com um menininho de oito anos que pensa que tem 25 e o pai dele, que não se toca que criança tem que ter atenção especial, redobrada. Então Lady fez o que não devia fazer e me colocou na parede. _ "Vou embora. Não dá mais". Estava com a fala engasgada. Saiu da garganta porque a Lady esbarrou em mim sem querer e eu falei.

Então aconteceu. Triste e só em minhas mágoas, com dor no corpo, na cabeça e os nervos à flor da pele, escrevi para uma amiga. E então, outras duas também responderam. Foi assim, e lá estávamos nós quatro, novamente, conversando por email. Sinais de mudanças. Li o que precisava, senti cada uma delas por perto e entendi que tem momentos que precisamos mesmo de um apoio justamente daqueles que não estão por perto.

A maré começou virar. No mesmo dia, outra amiga, vem me visitar. O papo rolou até de madrugada. Dormimos juntas e como adolescentes passamos a madrugada tagarelando tudo de um ano pra cá.

No sábado, Lady partiu. Levou com ela todo o peso que carreguei nas costas durante essa semana. Mas a conversa final, aquela com o cara, ainda tinha que acontecer. E foi naquele dia mesmo. Me calei. Deixei que ele falasse tudo que eu já sabia. Escondi que fui orientada a procurar ajuda médica. E abri minha mente. Finalmente NOS ouvimos. Descobrimos quando tudo se perdeu. Sim, parte foi culpa minha e outra parte culpa dele. Assumimos e entendemos. Mas doeu. Estava tudo acabado e, apesar de tudo, seria difícil reatar os laços.

Lady partiu, levou o peso e me deixou com um nó na garganta. Para me livrar dele solucei. Daí eu chorei, um choro contido, baixo, do tipo que não quer chorar. Enxugava rápido as lágrimas, eu não queria chorar. Abaixava minha cabeça para esconder. Muito diferente de antes.

_ "Então tá certo. Que pena que não deu" - e o soluço aumentou. _ "Valeu a pena tentar e valeram todos esses dias!".
_ "Você se arrepende?"
_ "Sim e não" - e veio o soluço que mais doeu no meu peito, porque era um soluço consciente e real. _ "Me arrependo por não ter percebido que estava me afundando em trabalho e deixando o que realmente importa de lado. Mas tenho que arcar com a consequencia de minhas escolhas. Perdi o que mais me importa porque não pude parar para conversar. Por outro lado, te perdi para algo que também me agrada, mas que não é tão importante e eu não soube perceber antes".
_ "É".
Vem mais um soluço, desses que dói. Nestas alturas, tinha mais soluço que lágrima. De verdade, não tinha mais choro. Foi estranho. Três longas respiradas e a coragem vem:
_ "Vou pedir para minha mãe arrumar meu quarto. No sábado eu vou embora. Acho que seria bom você e o menino não estarem por aqui. Ele pode entender mal e eu não quero isso. Ok?".
_ "Mas você não tem que sair assim" - então eu vi. Dois olhos vermelhos, que buscavam outro foco, outro lugar para olhar que não fosse eu. A cadeira se aproximou.
_ "Me dá um abraço".
_ "Você gostou?"
_ "Demais. Gostei de tudo. É mesmo uma pena".
O abraço apertou. Me senti querida, protegida. E ele diz:
_ "Eu não quero que você vá. Eu sei que você não quer ir. A gente tem que se preocupar mais com a gente entende. Somos um casal. Você tem que acreditar mais em você e acreditar mais em mim. Eu gosto muito de você".

Bom... preciso dizer mais.
Lady Murphy finalmente parou de assombrar minha vida. Ela se foi e levou a nuvem com ela. Naquela noite até dancei ao som do Cesar Menotti e Fabiano.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

O retorno de Luana

Resolvi me dar um alter-ego. Por quê? Porque tenho super-poderes que só aparecem em momentos de extrema necessidade. Meu alter-ego se chama Luana. Sim, quem acompanha esse blog já leu sobre ela e suas peripécias. Simplesmente percebi que tenho que atribuir algumas estórias à Luana, porque são tão diferentes de mim que eu mesma não acredito que vivenciei um desses momentos.

E, por falar em Luana, ela anda as voltas com um casamento extra-oficial, uma criança que não é sua, e um "marido" que está querendo tranformá-la em dona de casa. Luana percebeu a furada e quer se escafeder desse lugar. Luana já sabe que não dá.

Ah.. sim, a Luana tentou. A Luana tenta. A Luana quer que tudo funcione. Mas a Luana já percebeu que não tem coisas que não mudam e que por mais amor que ela sinta, ele - o sentimento - não pode interferir em sua personalidade.

Por isso, nesta tarde, a Luana lembrou de seus super-poderes. Um deles é a coragem e a paciência. Morrendo de dor de garganta, ela olhou profundamente nos olhos daquele, a quem ela havia entregado seu amor, e pediu tudo de volta.

Um outro super-poder, o egoísmo da Luana, também a fez confessar e cair na real de que faz tempo que ela não se encontra com nenhuma amiga de verdade; que ela quer filhos, mas quer filhos seus, que ela pode educar, dar palpite, levar na escola, ficar brava; Luana quer trabalhar em paz; quer ir à boate, quer receber massagem e surpresas de seu amor... A vida tá acomodada demais e Luana odeia isso.

Eu, Gabriela, também odeio isso. Odeio acomodação. E odeio também falar de mim usando um personagem. Mas o que eu mais odeio é homem que gosta de dar "invertida".

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Até mais ver ...

Vou embora.
Já decidi.
Não vou esperar a hora.
Não tem hora certa pra isso.
Já entendi.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

São João

A cidade está cheia de bandeirinhas coloridas.
É tempo de São João, na cidade da Boa Vista.
Tem pipoca, pé de muleque.. tem quentão.
Sanduíche de pernil e maçã do amor.
Tem quadrilha no salão.
De manhã passa a fanfarra,
tiro de guerra e crianças marcham.
Acordamos com o som.
Eu arrumo meu laço e te dou meu braço.
Vamos na quermesse.
No meio da multidão só alegria.
Momento de esquecer o salário baixo,
as contas atrasadas, a reza forte para passar o cansaço.
É hora de dançar pro santo.
Viva São João.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Você

Te tenho: perto e longe.
Te quero: longe e perto.
Te ouço: baixo e alto.

Te entendo: um pouco e muito.
Te desejo: sempre.
Esse é o problema...ou a solução!

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Novidades de dentro do meu eu !


Tem um tempinho que não escrevo por aqui. Ando pensativa demais.

Nestes dias, minha grande amiga foi para Portugal; tive uma conversa familiar excelente; minha avó mais que querida tem passado horas intermináveis na UTI e eu resolvi mudar completamente. Não... não mudar meu jeito de ser, mas mudar.


Tudo aconteceu segunda, quando ao sair de um dos meus 1354 trabalhos freelancer esqueci meu caderno de anotações e a máquina digital do meu cliente em cima do carro. Bom... por sorte e benção divina.. a máquina ficou bem lá, mesmo após um super rolê com direito a curvas fechadas e quebra-molas. No dia seguinte, uma senhora encontrou meu caderno e ligou para devolvê-lo. Benção divina! Foi isso. Foi um jeito que aquela turma invisível que cuida da gente encontrou para me dizer: - "Menina.. presta atenção. Você daqui a pouco vai esquecer a sua vida também. Desta vez te ajudamos a encontrar tudo... mas não haverão muitas próximas vezes!".


Então resolvi mudar ... Como já diz a Rita - "Um belo dia resolvi mudar; e fazer tudo que eu queria fazer... me libertei daquela vida lálálá".... Infelizmente, minha decisão não me ajudou a conseguir dar um abraço de tchau na minha amiga, que agora está feliz da vida em Portugal. Mas vamos tocar em frente ... como já diz o Almir - "Ando devagar, porque já tive pressa...".


Terça-feira: Dia dos namorados! CHUTEI O PAU DA BARRACA! E troquei de carro. O novo chega em 20 dias, mas a sensação da ousadia tá me fazendo bem. Também marquei uma conversa com "The Boss", na qual pretendo falar das minhas angustias profissinais, propor melhorias e, quem sabe, pedir aumento (para não ter que completar a renda em outros 1354 freelas); e, para finalizar em grande estilo, troquei aquela idéia com o namorado.


É gente... a vida é curta. A fila anda. E vai demorar para eu ver essa amiga novamente.


Bjo na testa!

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Meus "sãos"


Eu vivo no mundo da lua. E por ficar tanto no mundo da lua esqueci do mundo da terra. Esse que a gente vive mesmo. Fui me entupindo de coisa, até que meu corpo disse "PÁRAAAA sua MALUCA!". Sorte que não era tarde demais. Voltei da lua para olhar para a terra. Claro, eu visito a lua. Porque ela linda e tem que ser visitada. Na lua encontro espaço para criar, na terra para executar. Na lua eu vejo São Jorge. Na terra eu vejo outros "sãos". Os "sãos" que fazem a vida acontecer e ser tão bacana como ela é.


Então, dia destes, tive que correr para mandar uma foto para o jornal. Fui até a classe de "Brasil Alfabetizado" e lá encontrei o Joaquim e o Abílio. Os dois quietos, no canto, compenetrados em suas tarefas. Eu nem quis atrapalhar. Estava agitada, precisava logo da foto. Era voltar, descarregar a máquina e enviar. Ocorre que os escolhidos se recusaram a fotografar.... provavelmente por vergonha. Vergonha de na idade adulta, mas ainda jovem, assumirem publicamente que estavam se alfabetizando. Ledo engano. Eu teria era motivo de orgulho. O pessoal não foi a escola antes porque tinha de trabalhar e ajudar na despesa doméstica.


Daí, frustrada, me voltei para o Joaquim. Simpático, dono de um sorriso imenso, e olhar perseverante no alto de seus 80 anos. OITENTA .. repita comigo OITENTA! - "Posso tirar uma foto sua?", disse ressabiada. - "Claro. Como você quer?". O sorriso cresceu e o Joaquim fez pose com seu caderno. Click.


Arrisquei e me aproximei do amigo Abílio, que desenhava pacientemente e cuidadosamente o alfabeto em seu caderno. - "Com licença. Posso tirar uma foto sua?"; - "O quê?", disse ele virando sua orelha para o meu lado. Repeti a pergunta e, mais uma vez, ouvi um sim. Abílio, 81 anos, reforçava o aprendizado das letras naquela noite. Infelizmente, parte do trabalho com ele havia se perdido com as faltas geradas por uma gripe muito forte.


Joaquim e Abílio, 80 e 81, não se recusaram a fotografar. Pelo contrário, orgulhosos exibiram seus cadernos. Fizeram pose de criança e me mostraram com o olhar que agora compreendiam as letras. Confesso eu queria era ficar lá e descobrir um pouco mais da história deles. Soube pela professora que Joaquim vende bala de coco e Abílio perde muita aula para cuidar da esposa. Soube ainda que os dois deixam a classe nos dias muito frios ...coisa da idade. Da idade que não os impediu de estudar, conhecer e aprender. Idade que atrapalha a dinâmica, mas serve de exemplo de luta. São eles meus "sãos" da semana.


Viciada em letras, não me imagino sem compreender o que elas querem dizer. Mas por momentos tentei ser um pouco Joaquim e Abílio e, então, compreendi que outras coisas são mais essênciais na nossa vida e foi por estas "outras coisas" que ambos deixaram as letras no passado.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Lua Azul, morte e amor


Ai que delícia voltei.

Hoje tem "Lua Azul". Eu nunca ouvi falar sobre isso, mas adorei saber. E vou sim ficar que nem pateta olhando pro céu esta noite. Quem sabe as tais influências da lua não caem sobre mim. Definitivamente é hora de mudar.


Perdi um amigo na semana passada. Um amigo, que era pai de outro amigo. Faz hoje uma semana. Uma semana que quero escrever sobre isso e não conseguia. Como é estranho perder pessoas tão próximas e tão marcantes. Como é estranho ficar de frente com uma das únicas certezas que temos na vida. Certeza sim, porque sei que vou morrer um dia. Mas quando?


Caiu minha ficha. A vida passa e acaba. E nós sabemos disso. Temos a doce ilusão de que a morte não pega gente nova... ahhh.. que doce ilusão mesmo. Desde quinta-feira passada tô colocando minha vida em ordem. Quero aproveitá-la melhor. O que significa fazer tudo de menos. Trabalhar menos. Brigar menos. Reclamar menos. Gastar menos. Ter menos expectativas. Quero viver como criança. Brincando. Quero é dar risada de mim mesma e aceitar mais o que não tenho o poder de mudar. Sobre as outras coisas... bom, daí sim quero me empenhar mais para mudar.


Porque eu temo a morte. Temo que ela chegue cedo e não me deixe viver meus sonhos. Também temo que ela venha me levar pessoas queridas antes que eu lhes dê um abraço de tchau ou um olhar carinhoso. Antes que eu conte a última fofoca ou mostre uma roupa nova. Antes de deixar claro que ela ou ele foi importante para mim e será imortal na minha mente.


Estranho pensar que o desenvolvimento do mundo tem base na luta do homem contra a própria morte. Vencê-la é impossível. Mas quer saber... se soubessemos administrar melhor nosso tempo, tanta tecnologia só iria nos aproximar.


Se você tá lendo isso.. é porque é importante. E se é importante mora no meu coração. E se mora no coração saiba de uma vez por todas. TE ADORO DEMAIS.


Faça amor / não faça guerra!!!!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Chove lá fora e aqui...

Te conto uma coisa: Não Tá Fácil.
A médica me pediu para procurar terapia. R$ 170, a consulta, que o plano não cobre. Sabe quando isso vai acontecer???? acertou.

Eu quero ser madame.
Quero ter carrão,
cartão sem limite
e hora fixa no salão.
Eu quero ir pra ginástica
quero fim de semana na praia.
Mas não quero ser vagal,
quero trabalho moderado,
digno e bem tratado.
Quero cuidar da minha casa,
fazer almoço e ler o jornal.
Quero a tranquilidade,
que não é digna da minha idade,
mas suficiente para começar e terminar aquele livro,
para fazer planos,
e correr atrás de sonhos.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Por enquanto...

Enquanto a lua não mudar,
enquanto esse dia não passar,
enquanto eu continuar chorar,
vou ficar muda.
Porque dói querer falar,
quando ninguem quer escutar.

terça-feira, 15 de maio de 2007

EU QUERO UMA TETA


Nunca fui do tipo "puxa saco", bajuladora. No entanto, dada as atuais circunstâncias em que este país está e, ainda, dado os meus objetivos particulares que estão longe de serem alcançados simplesmente em virtude da minha insatisfação profissional, venho hoje aqui assumir publicamente que: EU TAMBÉM QUERO UMA TETA!


Definitivamente. Procuro um lugar para "mamar".

Quero voltar a ser uma pessoa tranquila e feliz. Quero passar o mês sem preocupações. Quero a calma de um funcionário público. Quero alguém que passe a mão na minha cabeça, que elogie os trabalhos que faço, que me peça para diminuir o ritmo, que respeite os prazos, que entenda que nada pedido hoje poderia ser entregue ontem (por pura falta de lógica).


Ahhh.. eu quero uma Teta. E quero uma teta grande e bem gorda.

De que adianta tanto esforço? De que adianta perder o horário da ginástica, uma refeição calma, uma soneca após o almoço? De que adianta qualificação profissional? Diploma de pós-graduação? DE QUÊ ADIANTA????? ... Não quero jogar água fria nos seus planos leitor, mas sendo realista, mesmo com toda sua qualificação sempre tem um "amigo do dono" que sabe mais que você.


Eu cansei. Tenho 29 anos e já cansei.

Fiz tudo certo e tá saindo tudo errado. Me falta postura, pulso, liderança.. eu sei lá. Estou frustrada. Acordo querendo ir dormir. Durmo querendo ficar acordada. Me sinto desajustada, fora de mim. A todo momento tenho a impressão que fiz alguma escolha errada. Estou ACABADA. Preciso de uma teta para recuperar minhas energias.


Eu, que não gostava de pensar na idéia de prestar concurso, já mudei. Quero sim. Quero prestar concurso. Quero saber que terei um salário gordo, pago justamente pelo serviço que me propus a fazer. Quero ter a certeza do que farei amanhã. Quero ter a certeza que se fui contratada para Assessorar eu vou assessorar. CHEEEEEGAAAA de exploração da iniciativa privada. Esta daí, que nasceu no Brasil. Cresceu no Brasil. Vive no Brasil. Mas fica copiando modelos norte-americanos.


E como sou defensora da cultura brasileira eu clamo por uma TETA. Quero uma TETA. Quero uma pra mim. E fim de papo.
detalhe: a coisa tá tão feia que nem a vaca (que não deve ser vaca) que escolhi.. tem teta.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Santa Visita

Estou sem inspiração.
Na verdade eu queria era falar da visita do Papa, mas não consigo porque ainda não terminei minha análise do fato. Estou inundada de tanta informação sobre o sumo pontífice da Igreja Católica. Informações que vão desde os significados de cada detalhe de sua roupa - li na Folha hoje que a batina dele tem 33 botões na frente representando a idade de Jesus quando morreu, e mais cinco botões em cada punho representado as chagas de Jesus na cruz - até os principais assuntos que Ele irá discutir no Brasil.
Quero falar que o Papa continua pop, mas tenho lá minhas dúvidas. Pop sim, mas por ser uma celebridade.
Sou Católica Apostólica Romana. Fui batizada, fiz confissão, primeira comunhão e crisma. Dos sacramentos me faltam dois: o matrimônio (que provavelmente não poderei receber, pois namoro um moço que já foi casado) e a extrema-unção (e nesse dia paro de escrever); tem mais um, o da ordem, mas esse eu não vou ter porque não tenho vocação. Eu acredito em Deus e tenho fé. Falto à missa alguns domingos, mas não deixo de rezar.
Tenho a impressão que, de tanto olhar pro mundo, minha fé ficou maior que minha crença. Cansei de ver religião ser desculpa para guerra. Cansei de ver gente colocando na fé a razão para matar outros seres humanos. Eu aprendi e eu acredito que a vida é uma dádiva divina.
Justamente por isso, sou contra o aborto. Mas também sou contra criança abandonada na rua, jovem sem perspectiva de futuro, mulher abusada pelo marido; sou contra a fome, sou contra a falta de educação, sou contra fila no hospital, sou contra a privação de uma vida decente e digna. E por nunca ter sido privada de tudo isso, aprendi a respeitar as opiniões e as diferenças e, também, entendi que cada um é "cada um".
No mundo tem gente morrendo de Aids e lá está o Papa dizendo que camisinha é pecado. No mundo tem criança passando fome ... e lá está o Papa condenando o aborto. No mundo, milhares de mulheres morrem pelas mãos de seu próprio marido, porque não conheciam o indivíduo com quem se casaram, mulheres privadas de sua liberdade, privadas do convívio social, privadas de serem mulheres... e lá está Ele dizendo que sexo antes do casamento é pecado. Pecado? O que é pecado? Por que é pecado?
Gula é pecado ...Luxúria é pecado ... Avareza é pecado ... Vaidade é pecado ... Ira é pecado ... Orgulho é pecado ... Soberba é pecado... Os sete capitais. Agora, analisando friamente a visita do Papa vejamos:
1. Onde será que Ele faz suas refeições?;
2. Papamóvel, avião particular, sapato exclusivo, milhares de seguranças, exposição fechada;
3. Só tem homem nesta comitiva;
4. Teve uma costureira especialmente enviada ao Vaticano, em 2006, para tirar as medidas Dele e confeccionar sua roupa;
5. Teve patrimônio histórico que só conseguiu verba de restauração devido à sua Santíssima hospedagem;
6. Pessoas que defendem direitos estão sendo julgadas por um único homem que tem o poder de liderar a grande massa mundial;
7. Perdão....

Queria abolir a palavra "pecado" do vocabulário. Porque ela pesa na nossa consciência, a consciência de um povo com mais de 2007 anos, uma consciencia que vem de gerações. Essa palavra tem peso, que é medido em toneladas quando um ser humano, de carne e osso, julga o próximo como pecador e, nem sempre, este outro busca o mal. Sim, sou Católica Apostólica Romana... eu tenho fé e acredito no perdão. Sou jornalista e sei que os fatos podem ser alterados para favorecer uma determinada forma de contar a história. Também sou mulher, sangro todo mês, e vejo outras perspectivas.
G.David

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Silêncio na sala

Fale. Desabafe.
Grite se for preciso, mas não me olhe assim.
Com esse olhar rasgado e feroz.
Me toque. Conte o que deu errado. Pare e me escute.
Liberte-se de suas amarras, me dê alguma razão.
Diga que não aceita, mas compreende.
O tempo passa rápido demais quando não o apreciamos.
Abrace-me. Sem malícia. Só um abraço.
Segure firme a minha mão, olhe nos meus olhos e fale.
Fale como nunca falou antes.
Sem se preocupar com vírgulas, interrogações e exclamações.
Retire a máscara e fale.
Te gosto por você. Te cheiro.
Então fale, pois não há nada mais errado que o silêncio.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Quando eu nasci

Quando eu nasci não existia computador popular. Os que existiam não eram de acesso público. Cresci sem muitos recursos tecnológicos. Como qualquer criança da minha época. Adolescente, eu não sabia dos recursos que uma chapinha proporciona ao cabelo que não é nem liso e nem enrolado. Tinha vergonha dos meus seios, que, de repente, eram os maiores da minha turma... nem imagina que um simples sutiã poderia curar meu trauma. Fiz a maluquice de estudar no exterior sem saber falar a lingua local e sem conhecer a família que me hospedaria. Deu tudo certo. Fui pra faculdade de jornalismo e nem sabia o que era uma lauda.

O tempo passou. Agora tem internet, outras línguas, sutiãs milagrosos, escova de cabelo, grills, celular, nossa.... até cansa pensar tudo que foi criado para facilitar a vida. Cansa tanto, que cansa inclusive manter-se a par de tantas novidades. E mesmo assim... cá estamos nós. Nos adaptando. Somos voláteis. Aprendemos rápido e buscamos o conhecimento. As vezes quero que o mundo páre um pouco. Vendo tanta desgraça pela TV e nos jornais, penso que se parássemos um pouco de pensar em tecnologia e focassemos um pouco no "ser" humano, essa louca paranóia diminuiria.

Mas não dá tempo. Pensar no outro pode comprometer o futuro, que, diga-se de passagem, já está comprometido. A necessidade de conhecimento é tanta, que deixamos de nos conhecer para conhecer o que está acontecendo. E então eu penso...

Quando eu nasci estresse não era doença comum, não havia tanta violência, as crianças podiam se ocupar em brincar. Eu cresci ouvindo poucos relatos de câncer, de novidades médicas para tratar ansiedade, sem obesidade. Sou da geração na qual as coisas ruins eram de menos e as boas eram "demais". Demais mesmo!!!!

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Escolha


É tarde. Já passou o horário do ponto. Ela continua de branco, indicando que está na labuta.
Seus olhos se perdem num misto de cansaço, dever cumprido e curiosidade. Ela anseia chegar em casa, esticar as pernas, uma taça de vinho e conversa a tôa para jogar fora. Ainda não dá. Falta pouco para terminar aquela pequena tarefa.

Enquanto observa, seus olhos se perdem no infinito induzidos por pensamentos diversos sobre o que fazer. É real sua insatisfação. O tempo está passando e ela não se encontra. Queria estar em casa, mas está no trabalho. Queria o cabelo curto, mas insiste em deixá-lo crescer. Queria trocar de carro, mas o dinheiro não dá. Queria ter uma loja, mas mantém-se fiel ao trabalho da carteira. Sente-se perdida, encurralada. Já não é mais uma jovem recém-formada, mas sua cabeça ferve de idéias e propostas ditas à surdos... Ela está cansada.

Num instante pensa em fugir. Visitar amigas distantes, não contar para ninguem. _ "Um final de semana wild não seria nada mal". Ela percebe, preciso me re-encontrar. Olha em volta, pessoas falando, fumaça no ar... e ele.

ELE - o cara. O cara que a faz pensar e raízes. O cara que dá mão, a faz rir, aquece na noite fria. Simplesmente o cara. Ela reluta em aceitar, mas sente-se confortável ao lado dele; sente-se querida, mulher, importante. A dúvida aperta e dói. Sobe o nó, aquele que fica preso na garganta. Seus olhos ficam mareados. _ "Não é nada. Estou cansada e com sono", justifica as lágrimas.

Ela sente que está chegando a hora de escolher e sofre com a dor da escolha. Qual caminho quer seguir. Arriscar, ser uma profissional brilhante e sozinha; tentar os sonhos de juventude. Ou ficar, criar raízes, deixar um sonho por outro, ter família, aguentar ciúmes, trabalhar menos. Seus atos parecem ser observados. Ela sente a pressão. O-pressão. _ "Me deixem. Me esqueçam. De mim cuido eu"; pensa.

Final do expediente. Ponto passado. Horas extras. Esta noite ela vai passar sozinha: ela, o vinho e seus pensamentos.
G.David

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Fora do ar

Estou cansada. Muito.
Estou desanimada. Muito.
Estou estressada. Demais.
Resgate de projetos:
1. morar na praia;
2. morar na praia;
3. morar na praia.
Quero o barulho da onda, o cheiro do mar, a cor do céu.
Quero sossego, sem hora para acordar.
Quero futilidades, a cor da próxima estação.
Quero ser eu.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Lista da semana

Semana difícil. Cheia de trabalho. Até deixei de lado minhas escritas.
Constatações que merecem ser compartilhadas:

1. Homens são seres engraçados e surpreendentes. Apesar da dificuldade que têm em guardar a roupa no armário e dobrada.
2. "Atitude", infelizmente, tem se tornado uma qualidade rara nos seres humanos.
3. Médico é um profissional complicado.
4. Algumas pessoas têm dificuldade em compreender que criatividade não tem limite.
5. Eu, definitivamente, ODEIO a palavra "marketing". Principalmente quando se trata de "marketing pessoal".
6. Boa oratória é uma excelente arma na mão de quem sabe fazer esse tal de "marketing pessoal".
7. Dinheiro traz felicidade (dër.. quem não sabia!)
8. Tem gente que trabalha muito. Tem gente que trabalha pouco. Tem gente que trabalha o necessário. Infelizmente, os primeiros nem sempre têm vantagem quando o assunto é salário.
9. Sou feliz. Mas preciso dar um rumo novo para minha carreira profissional.
10. Psicólogos de plantão: posso ser um ótimo caso a ser analisado. Alguém se oferece para terapia gratuita.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Dia da Terra



Querida Terra,
ontem, quando comemoramos o seu dia, tive a sorte de estar em um lugar abençoado. Tinha água limpa, céu azul, árvores imponentes, uma variedade de pássaros. Tinha silêncio no ambiente e cheio de terra. Podia ouvir o seu som. O barulho do vento, o barulho de peixe na água e o cantar dos pássaros. Eu tive a sorte de te apreciar. Tive a sorte de mergulhar naquela água.
Minha querida, eu lamento os maus tratos que vêm sofrendo. Lamento profundamente pensar que poucos tem a minha sorte. Lamento por saber que você é uma mãe frustrada por não conseguir dar o seu melhor para todos os seus filhos.

Sabe Terra, eu não sou experiênte neste assunto de filhos, mas me lembro o quanto minha mãe ficava enfurecida quando eu ou um de meus irmãos aprontávamos em casa. Quando não obedeciamos éramos punidos sem sobremesa, sem hora de TV ou, mesmo, sem poder sair de casa para brincar. Sim Terra, a minha outra mãe me punia ao me privar de aproveitar o que você podia oferecer. E tudo isso valeu. Cresci adulta e consciente que devo te preservar, simplesmente porque desde pequena sofria ao ser privada de sua companhia. Por isso mesmo, penso que você está certa ao mandar tempestades fora de hora, ficar quente de raiva, esconder sua água e tremer ... essa é sua forma de punir os filhos de não te cuidam.

Minha querida, saiba que vou te preservar. Tenho uma arma chamada palavra e com ela vou te defender. Não se aborreça, pois não sou a única. Infelizmente, tem gente que não escuta o que não quer e esses são mais difíceis.

Vou te preservar pois sei o quanto foi bom o dia de ontem. Quero que meus filhos e os filhos deles tenham a mesma sorte que eu. Quero olhar para o futuro e te ver tão esplêndida quanto ontem. Quero te ouvir cantar, sentir seu frescor e rir daqueles que te habitam. Agüenta firme querida. Agüenta o máximo que você pode, pois a boa vontade daqueles que te amam chega a ser maior que a ganância daqueles que te destroem.

Obrigada!

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Cena do caminho


Ela estava ali parada no meio do caminho.
A Árvore que Dança.
Seca. Madura. Ultrapassada. Imponente.
Ela estava ali parada no meio do caminho.
Pouca gente viu. Pouca gente vê. Pouca gente presta atenção.
E ela dança ali.
É final de tarde. Seus cabelos estão para traz. Os braços esperam por seu par.
É a Árvore que Dança.
Já parte de um cenário que temos de nos acostumar a ver.
Muitas outras vão dançar.
Mas nós é que vamos pagar a conta no final da festa.

G.David

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Estou de luto!

Eu não agüento mais. Cansei. Estou definitivamente de sacô cheio de assistir, ler e ouvir jornal. Já chega de tragédia. Não sou palhaça. Até quando eu e você vamos ficar calados assim. Até quando vamos aceitar passivamente as notícias do jornal e, no final, ficar feliz para ver a novela. Eu não agüento mais. Tentei ser passiva, deixar rolar, me preocupar menos. Mas não dá...

Ontem teve tiroteio no Rio de Janeiro, novamente.... o que a TV mostrou era campo de guerra. Mais um dia. Não na vida daquela menininha de tranças e óculos. Ela me tocou. Mais uma vez, uma menina. Mais uma vez, uma menina pagando pela ignorância dos homens, que não se resolvem. Até quando.

Palhaçada. A violência não pára de crescer. Mais gente morre todo o dia. Um louco entra na faculdade e atira, mata mais de 30.. era nos EUA, mas e daí. No Iraque centenas morrem por motivos bestas diariamente; na Africa milhares morrem de fome; no Brasil é violência.. até quando?

Sou jornalista e é triste assumir que não quero mais ver jornal. Não quero mais ler. Não quero. Simplesmente. Não significa que vou fechar meus olhos. Significa apenas que não aceito. Eu trabalho 12 horas por dia, 12. Pago todos as porcarias de impostos. Não acredito mais. É tudo interesse. Polícia briga com sem terra. Bandido mata inocente. Maluco atira na escola. Velho abusa de menor. Gente... o mundo tá louco ou sou eu que não filtro as notícias. Tá ali, na nossa cara.. só eu que vejo? E aí.. o que a gente pode fazer para mudar. Isso não tá certo. Não tá.

Eu cansei. Tô de luto. Chega de tanto sangue. Chega de ver malando mandando na gente, de ficar com medo de parar no semáfora. CHEEEEEGAAAAAA!

terça-feira, 17 de abril de 2007

Não acredito


Me chocou uma história. A da menina que, após apanhar do pai porque recebeu um amigo para estudar em casa, perdeu um dia de prova no vestibular. Me chocou. Me doeu. Me magoou tão profundamente que acredito não quero olhar na cara deste sujeito.


Menina linda. Inteligente. Esforçada. Dona de um sorriso aberto, cheia de cuidados ao tocar e ao pedir. Batalhadora. Filha única. Viu no desemprego do pai sua vida mudar de rumo, mas por suas atitudes nunca perdeu o brilho nos olhos e nem as oportunidades que lhe surgiram. Soube, desde o início, que era forte e na educação traça seu futuro promissor.


Agora é pássaro livre. Longe deste infeliz, que em pleno século 21 usa da força e da ignorância para manter sua supremacia no lar. Da mesma ignorância que o levou ao desemprego e que deveria fazê-lo ficar por lá. Homem triste, incapaz de dizer obrigado. Penso quão duro deve ser para ele saber - e não assumir - que não fosse a batalha diária da esposa estaria a pão e água, pois nem pedir com humildade ele sabe.


Voa pássaro livre. Apesar da dor, que era mais moral que física, um dia sem prova não foi suficiente para te afastar do sucesso. Voa lindo pássaro, que por tuas mãos vidas serão salvas e esperanças renovadas. Escolhestes bem a futura profissão. Traça teu caminho brilhante e entenda que errar faz parte da natureza e por meio de erros acertamos mais. Seja livre margarida.


Fica longe deste opressor ignorante, que usa força para te prender, sem reconhecer no teu olhar o apelo de carinho, a busca de reconhecimento, o conforto que acolhe e incentiva. Fica longe de quem não conhece outra forma de ser forte, a não ser aquela insana que amedronta, manipula e afasta. Fica longe de Washington.

G.David

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Medo de quê?


Dos 0 aos 5: falta de comida; falta de água;
cólica e escuro;

Dos 6 aos 11: chinelada; bife de fígado; escuro; do olhar da minha mãe; do E.T.; de uma descida bem íngreme na bicicleta; do homem do saco; do canal do mar; do mundo acabar no ano 2000;

Dos 12 aos 16: do primeiro beijo; de bife de fígado; cólica; do olhar da minha mãe; da bomba atômica (culpa do Dia Seguinte); do vulcão de Poços; de limpar a casa; de prova e lição de casa;

Dos 16 aos 21: vestibular; de prova; do olhar da minha mãe; de limpar a casa; bife de fígado; de engravidar; de não arrumar emprego; de bandido; de barulhos estranhos no escuro (dependendo do lugar....); de terminar a faculdade;

Dos 21 aos 26: perder o emprego; de limpar a casa; de engravidar; ginástica; do olhar da minha mãe; de bife de fígado; dos Impostos (de renda, do carro, da empresa etc);

Dos 26 até.... ficar sem trabalho; de ficar sem dinheiro; de ter uma sociedade; do olhar da minha mãe; de bife de fígado; de não conhecer a Europa; da polícia e do bandido; de não engravidar; das rugas; dos Impostos (aqueles mesmos...); do Presidente; do Presidente dos EUA; da bomba atômica; de acabar a água do mundo;


"Gira o tempo cresce,

o medo é sensação,

Desaparece!"

G.David

sexta-feira, 13 de abril de 2007

A lição da vagina


Um mestre me disse certa vez que temos de aprender uma coisa nova por dia. Assim, ao final de cada ano, teremos aprendido cerca de 365 novas coisas. Eu confesso que me esforço para aprender todo os dias. Hoje, por exemplo, aprendi que fazer chocolate não é tão fácil quanto pensamos, todo o processo deve ser preciso para que o chocolate não desande e comprometa assim a produção.


Enfim.. não é esse o caso. A enrolação aí de cima é pra dizer que ontem tive uma lição, válida para quase uma semana de aprendizado novo. Aprendi sobre a "VAGINA" e, de lambuja, coloquei mais uma mulher na minha lista pessoal de celebridades necessárias para o mundo: a escritora Eve Ensler*.


MENINAS... conheçam essa mulher. Ouçam o que ela tem a dizer. Aprendam com as experiências que ela vem acumulando. Conhecer o trabalho da Eve é conhecer o universo feminino por outra perspectiva. É uma oportunidade de nos enxergarmos sob outro ângulo, uma forma de nos olharmos de baixo para cima e assumirmos o poder que nossa sexualidade nos proporciona. Conhecer o trabalho da Eve é dizer NÃO ao modelo de sociedade imposta às mulheres ao longo de milhares de anos. É dar mais um passo em direção a nossa independência e, principalmente, em busca do RESPEITO que todas nós merecemos.


Me fez chorar.

Assistam. Conheçam. Tem DVD para alugar. Tá passando na HBO. Façam uma busca no google - por EVE ENSLER. - Ela merece, não só pela nobreza de seu trabalho, mas também pela posição realista e pé no chão que ela tem de seu próprio país.





G.David
* Para quem não sabe (como eu, até ontem não sabia) ela é a autora de "Monólogos da Vagina". Nunca vi esta peça no Brasil. Confesso, não vi por puro preconceito. Eu achava a peça produto comercial sem conteúdo cultural. Mas... me surpreendi. Não.. eu não vi a peça, mas conheci a autora. Por sorte, zapiando a tv a cabo, ela apresentava seus monólogos na HBO. Claro.. a gravação data de 2002 - eu estou ultrapassada. Valeu a pena. Chorei no último monólogo, quando ela fala sobre o nascimento de sua neta. Enfim.. não quero falar muito, pois o assunto é pessoal. Mas.. fica a dica. Ahhh.. e pra quem nunca, como eu, assistiu o espetáculo "Monólogos da Vagina" por achar, assim como eu, que é uma peça puramente comercial... quando tiverem a oportunidade VEJAM.

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Despedida

Ela tinha os olhos tristes. Há pouco fora deixada por um grande amor. Ela acreditava que tudo daria certo, acreditava em sua força, no poder de sua sedução. Sabia, sim, dos defeitos dele, mas a certeza de que com o tempo o homem mudaria lhe davam esperanças totalmente erradas. Tudo aconteceu muito rápido. Naquela noite ele não voltou. Na manhã seguinte, não ligou. Passaram-se dois dias de completo desespero para ela. Sem notícias. Sua razão entendia o que o coração fingia não acontecer. Doeu.

Doeu mais no dia da despedida. Ele chegou na hora do trabalho. Arrumou suas coisas e ajeitava tudo na sala. Ela não sentia-se bem e foi embora mais cedo. Flagra. Pegou o gato no pulo. Covarde como aqueles que não se assumem, ele pretendia voltar mais tarde, já com seus pertences na casa que havia alugado há um mês.

_ "Um mês?!" - espantou-se. A saída já era planejada. Ele conhecia os movimentos dela, sabia seus horários e simplesmente não se importava. Sentar e ter uma conversa apropriada, como adultos.. isso era demais para ele.

A saída foi sair "à francesa"... - "Mas como???? Você simplesmente não se importa né!", definiu ela, com uma lágrima no canto dos olhos. Então algo surpreendente...

Ela olhou fundo nos olhos do ex-companheiro. Respirou todo o ar que cabia em seu pulmão. Estendeu as mãos e disse: _ "Me entrega sua chave. Ficarei na TV. Termina logo e quando sair bate a porta que venho trancar. Não se digne a me explicar nada. Não quero saber. Fui cega, louca, burra.. não te olhei. Não me olhei. Sinceramente, vá. Já está tarde".

Doeu mais ainda, mas era a solução. A jovem saiu de perto. Deixou o caminho livre para que ele terminasse sua arrumação. A vontade era de fazer uma cena, mas naquele momento, quando viu a covardia do homem em quem depositou seu amor, a Razão falou mais alto e o Coração ouviu.

G.David

terça-feira, 10 de abril de 2007

Eu ...


Eu gosto de atitude. Gente que é gente tem que ter atitude. Tem que saber assumir os erros, dar risada, olhar pra frente e fazer planos. Eu gosto de viver agora. Lembrar do passado e imaginar o futuro. Eu gosto de pintar o cabelo, cortar diferente e prender com fivelinha. Eu uso botas e torço pra fazer frio com calor para colacá-las com saia. Eu tenho camisa de flanela xadrez no guarda-roupa e uma calça que amo e nunca visto. Eu adoro tatuagem. Minhas unhas são escuras e, na maioria das vezes, estão com o cantinho descascando. Eu não falo o que penso, não o tempo todo... mas olho com reprovação quando não posso falar. Eu argumento. Analiso os dois lados. Reflito. Entendo que a realidade do outro não é igual a minha. Eu acredito que somente as pessoas podem salvar a terra. Eu acredito que o Brasil tem jeito. Eu gosto de ler e sou fã de cinema. Eu me preocupo com a balança, mas não sou obcecada por ela. Eu odeio gordura trans, mas não deixo de comer o que gosto por causa dela. Eu quero conhecer o mundo. Eu aprendi a fazer ginástica. Eu tenho uma relação de amor e ódio com meu trabalho e, mesmo assim, não vivo sem ele. Eu adoro falar. Eu amo música e tenho certeza que o rock´n roll nunca vai morrer. Eu aprendi que tudo pode ser reciclado, inclusive eu mesma. Eu não casei, eu juntei. Eu amo meu parceiro. Eu dirijo cantando. Eu gosto muito do meu carro, mas não me importaria de andar de ônibus se o sistema de transporte fosse melhor. Eu sou livre, mesmo tendo de passar cartão de ponto. Eu gosto de criança. Eu penso no futuro. Eu leio, eu entendo, eu penso. Eu gosto de gente que tem atitude.

G.David

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Vida viva oportuna!

A vida é curta.
Os dias passam depressa.
O tempo é a gente quem faz.
Deveríamos aproveitar melhor nossos momentos.
Temos uma única oportunidade, dividida por dias e horas.
Se bem aproveitada, esta oportunidade irá durar a eternidade,
Se mal ... ela passa, as pessoas choram e ninguem mais se lembra.
Existe uma estranha diferença em ver pessoas partirem,
alguns nos deixam tristes, com a sensação de algo inacabado.
Outros se vão, para simplesmente descansar,
não deixam pesar... pois souberam aproveitar seus momentos,
deixaram uma vida linda e pessoas por quem se orgulhar.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Estranha obsessão

Sim. Amadurecemos com o passar dos tempos. Ficamos mais velhos e adquirimos conhecimentos. Entendemos que toda aquela conversa de nossos pais quando diziam - "aproveita a vida, porque não será sempre assim" - era verdade. E que, muito provavelmente, faleremos as mesmas coisas para os mais jovens, quando uma pontinha de ciúmes aparecer. Mas o que me irrita com o amadurecimento são as manias que surgem. Coisa de gente ultrapassada.

Ontem eu assumi uma obsessão, que, até então, levava na brincadeira. Sou obcecada por saquinho de supermercado. Fico ali, olhando a conta e o mocinho que empacota as compras. Fico num momento de total perturbação. Quero tudo separado. Quero o máximo de saquinhos possíveis. Só não coloco um produto em cada saco, porque teria muito o que carregar. E mesmo assim, quero os saquinhos. Sou obcecada por eles. Uso os mesmos como lixo. Na cozinha, no banheiro, no escritório. E me irrito (a um nível nem acreditado por mim) quando os saquinhos acabam.


Mantenho uma relação de amor e ódio com supermercados em geral só por causa do saquinho. Não entendo o porque de colocarem tanta compra num saquinho só. Outro dia estava de carro atras de uma moto, na qual estavam um homem e uma garota (provavelmente pai e filha). A menina carregava uma sacolinha de supermercado - CHEIA - e, então, numa curva muito das inadequadas ... pof ... a sacolinha estourou. Vi Nescau, pacote de açucar, um saquinho de leite e umas bolachas rolarem pelo chão. Desviei, mas o carro atras de mim não teve a mesma sorte. Lá se foram as compras. Ainda consegui perceber a indignação do homem na moto e a tristeza nos olhos da menina, escondida pelo capacete. Lá se foram alguns reais, provalmente suados. "Filhos da p..." os donos do supermercado, esses que não assumem que pedem aos seus empacotadores que economizem o saquinho.


Para evitar o mesmo fim da motocicleta, sou enfática: -"por favor, nas compras pesadas reforça a sacolinha". E fico lá... perdida. Não sei se olho para o caixa ou para o empacotador. A fila fica enorme. Sim, porque depois de pagar, tenho a paciência de conferir sacolinha por sacolinha. Quero ver se a carne está misturada com o produto de limpeza e por aí vai. Já registrei minha reclamação outras vezes, mas ontem.. quando não tinha empacotador .. percebi que tá virando doença.


Enquanto eu empacotava as compras, escondia entre elas sacolinhas vazias e, para piorar, olhava pro lado para ver se ninguem percebia. Ridículo.. eu sei, mas foi incontrolável. De certa forma, queria descontar a minha ira à economia deste país nas sacolinhas. Na verdade, fico só esperando alguém vir me contestar para logo responder: __ "Querido.. olha só. Eu comprei as mercadorias, paguei por elas e, assim, tenho direito à sacolinha. Dúvido que o dono do mercado vai ficar mais pobre por isso".


O desabafo sobre quem só está "cumprindo o que mandaram" me alivia. Infelizmente, a sensação que segue é péssima. Vou pra casa com as sacolinhas, as compras e um peso na consciência. E só pra variar... esqueço de comprar sacos de lixo.