quinta-feira, 31 de maio de 2007

Lua Azul, morte e amor


Ai que delícia voltei.

Hoje tem "Lua Azul". Eu nunca ouvi falar sobre isso, mas adorei saber. E vou sim ficar que nem pateta olhando pro céu esta noite. Quem sabe as tais influências da lua não caem sobre mim. Definitivamente é hora de mudar.


Perdi um amigo na semana passada. Um amigo, que era pai de outro amigo. Faz hoje uma semana. Uma semana que quero escrever sobre isso e não conseguia. Como é estranho perder pessoas tão próximas e tão marcantes. Como é estranho ficar de frente com uma das únicas certezas que temos na vida. Certeza sim, porque sei que vou morrer um dia. Mas quando?


Caiu minha ficha. A vida passa e acaba. E nós sabemos disso. Temos a doce ilusão de que a morte não pega gente nova... ahhh.. que doce ilusão mesmo. Desde quinta-feira passada tô colocando minha vida em ordem. Quero aproveitá-la melhor. O que significa fazer tudo de menos. Trabalhar menos. Brigar menos. Reclamar menos. Gastar menos. Ter menos expectativas. Quero viver como criança. Brincando. Quero é dar risada de mim mesma e aceitar mais o que não tenho o poder de mudar. Sobre as outras coisas... bom, daí sim quero me empenhar mais para mudar.


Porque eu temo a morte. Temo que ela chegue cedo e não me deixe viver meus sonhos. Também temo que ela venha me levar pessoas queridas antes que eu lhes dê um abraço de tchau ou um olhar carinhoso. Antes que eu conte a última fofoca ou mostre uma roupa nova. Antes de deixar claro que ela ou ele foi importante para mim e será imortal na minha mente.


Estranho pensar que o desenvolvimento do mundo tem base na luta do homem contra a própria morte. Vencê-la é impossível. Mas quer saber... se soubessemos administrar melhor nosso tempo, tanta tecnologia só iria nos aproximar.


Se você tá lendo isso.. é porque é importante. E se é importante mora no meu coração. E se mora no coração saiba de uma vez por todas. TE ADORO DEMAIS.


Faça amor / não faça guerra!!!!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Chove lá fora e aqui...

Te conto uma coisa: Não Tá Fácil.
A médica me pediu para procurar terapia. R$ 170, a consulta, que o plano não cobre. Sabe quando isso vai acontecer???? acertou.

Eu quero ser madame.
Quero ter carrão,
cartão sem limite
e hora fixa no salão.
Eu quero ir pra ginástica
quero fim de semana na praia.
Mas não quero ser vagal,
quero trabalho moderado,
digno e bem tratado.
Quero cuidar da minha casa,
fazer almoço e ler o jornal.
Quero a tranquilidade,
que não é digna da minha idade,
mas suficiente para começar e terminar aquele livro,
para fazer planos,
e correr atrás de sonhos.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Por enquanto...

Enquanto a lua não mudar,
enquanto esse dia não passar,
enquanto eu continuar chorar,
vou ficar muda.
Porque dói querer falar,
quando ninguem quer escutar.

terça-feira, 15 de maio de 2007

EU QUERO UMA TETA


Nunca fui do tipo "puxa saco", bajuladora. No entanto, dada as atuais circunstâncias em que este país está e, ainda, dado os meus objetivos particulares que estão longe de serem alcançados simplesmente em virtude da minha insatisfação profissional, venho hoje aqui assumir publicamente que: EU TAMBÉM QUERO UMA TETA!


Definitivamente. Procuro um lugar para "mamar".

Quero voltar a ser uma pessoa tranquila e feliz. Quero passar o mês sem preocupações. Quero a calma de um funcionário público. Quero alguém que passe a mão na minha cabeça, que elogie os trabalhos que faço, que me peça para diminuir o ritmo, que respeite os prazos, que entenda que nada pedido hoje poderia ser entregue ontem (por pura falta de lógica).


Ahhh.. eu quero uma Teta. E quero uma teta grande e bem gorda.

De que adianta tanto esforço? De que adianta perder o horário da ginástica, uma refeição calma, uma soneca após o almoço? De que adianta qualificação profissional? Diploma de pós-graduação? DE QUÊ ADIANTA????? ... Não quero jogar água fria nos seus planos leitor, mas sendo realista, mesmo com toda sua qualificação sempre tem um "amigo do dono" que sabe mais que você.


Eu cansei. Tenho 29 anos e já cansei.

Fiz tudo certo e tá saindo tudo errado. Me falta postura, pulso, liderança.. eu sei lá. Estou frustrada. Acordo querendo ir dormir. Durmo querendo ficar acordada. Me sinto desajustada, fora de mim. A todo momento tenho a impressão que fiz alguma escolha errada. Estou ACABADA. Preciso de uma teta para recuperar minhas energias.


Eu, que não gostava de pensar na idéia de prestar concurso, já mudei. Quero sim. Quero prestar concurso. Quero saber que terei um salário gordo, pago justamente pelo serviço que me propus a fazer. Quero ter a certeza do que farei amanhã. Quero ter a certeza que se fui contratada para Assessorar eu vou assessorar. CHEEEEEGAAAA de exploração da iniciativa privada. Esta daí, que nasceu no Brasil. Cresceu no Brasil. Vive no Brasil. Mas fica copiando modelos norte-americanos.


E como sou defensora da cultura brasileira eu clamo por uma TETA. Quero uma TETA. Quero uma pra mim. E fim de papo.
detalhe: a coisa tá tão feia que nem a vaca (que não deve ser vaca) que escolhi.. tem teta.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Santa Visita

Estou sem inspiração.
Na verdade eu queria era falar da visita do Papa, mas não consigo porque ainda não terminei minha análise do fato. Estou inundada de tanta informação sobre o sumo pontífice da Igreja Católica. Informações que vão desde os significados de cada detalhe de sua roupa - li na Folha hoje que a batina dele tem 33 botões na frente representando a idade de Jesus quando morreu, e mais cinco botões em cada punho representado as chagas de Jesus na cruz - até os principais assuntos que Ele irá discutir no Brasil.
Quero falar que o Papa continua pop, mas tenho lá minhas dúvidas. Pop sim, mas por ser uma celebridade.
Sou Católica Apostólica Romana. Fui batizada, fiz confissão, primeira comunhão e crisma. Dos sacramentos me faltam dois: o matrimônio (que provavelmente não poderei receber, pois namoro um moço que já foi casado) e a extrema-unção (e nesse dia paro de escrever); tem mais um, o da ordem, mas esse eu não vou ter porque não tenho vocação. Eu acredito em Deus e tenho fé. Falto à missa alguns domingos, mas não deixo de rezar.
Tenho a impressão que, de tanto olhar pro mundo, minha fé ficou maior que minha crença. Cansei de ver religião ser desculpa para guerra. Cansei de ver gente colocando na fé a razão para matar outros seres humanos. Eu aprendi e eu acredito que a vida é uma dádiva divina.
Justamente por isso, sou contra o aborto. Mas também sou contra criança abandonada na rua, jovem sem perspectiva de futuro, mulher abusada pelo marido; sou contra a fome, sou contra a falta de educação, sou contra fila no hospital, sou contra a privação de uma vida decente e digna. E por nunca ter sido privada de tudo isso, aprendi a respeitar as opiniões e as diferenças e, também, entendi que cada um é "cada um".
No mundo tem gente morrendo de Aids e lá está o Papa dizendo que camisinha é pecado. No mundo tem criança passando fome ... e lá está o Papa condenando o aborto. No mundo, milhares de mulheres morrem pelas mãos de seu próprio marido, porque não conheciam o indivíduo com quem se casaram, mulheres privadas de sua liberdade, privadas do convívio social, privadas de serem mulheres... e lá está Ele dizendo que sexo antes do casamento é pecado. Pecado? O que é pecado? Por que é pecado?
Gula é pecado ...Luxúria é pecado ... Avareza é pecado ... Vaidade é pecado ... Ira é pecado ... Orgulho é pecado ... Soberba é pecado... Os sete capitais. Agora, analisando friamente a visita do Papa vejamos:
1. Onde será que Ele faz suas refeições?;
2. Papamóvel, avião particular, sapato exclusivo, milhares de seguranças, exposição fechada;
3. Só tem homem nesta comitiva;
4. Teve uma costureira especialmente enviada ao Vaticano, em 2006, para tirar as medidas Dele e confeccionar sua roupa;
5. Teve patrimônio histórico que só conseguiu verba de restauração devido à sua Santíssima hospedagem;
6. Pessoas que defendem direitos estão sendo julgadas por um único homem que tem o poder de liderar a grande massa mundial;
7. Perdão....

Queria abolir a palavra "pecado" do vocabulário. Porque ela pesa na nossa consciência, a consciência de um povo com mais de 2007 anos, uma consciencia que vem de gerações. Essa palavra tem peso, que é medido em toneladas quando um ser humano, de carne e osso, julga o próximo como pecador e, nem sempre, este outro busca o mal. Sim, sou Católica Apostólica Romana... eu tenho fé e acredito no perdão. Sou jornalista e sei que os fatos podem ser alterados para favorecer uma determinada forma de contar a história. Também sou mulher, sangro todo mês, e vejo outras perspectivas.
G.David

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Silêncio na sala

Fale. Desabafe.
Grite se for preciso, mas não me olhe assim.
Com esse olhar rasgado e feroz.
Me toque. Conte o que deu errado. Pare e me escute.
Liberte-se de suas amarras, me dê alguma razão.
Diga que não aceita, mas compreende.
O tempo passa rápido demais quando não o apreciamos.
Abrace-me. Sem malícia. Só um abraço.
Segure firme a minha mão, olhe nos meus olhos e fale.
Fale como nunca falou antes.
Sem se preocupar com vírgulas, interrogações e exclamações.
Retire a máscara e fale.
Te gosto por você. Te cheiro.
Então fale, pois não há nada mais errado que o silêncio.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Quando eu nasci

Quando eu nasci não existia computador popular. Os que existiam não eram de acesso público. Cresci sem muitos recursos tecnológicos. Como qualquer criança da minha época. Adolescente, eu não sabia dos recursos que uma chapinha proporciona ao cabelo que não é nem liso e nem enrolado. Tinha vergonha dos meus seios, que, de repente, eram os maiores da minha turma... nem imagina que um simples sutiã poderia curar meu trauma. Fiz a maluquice de estudar no exterior sem saber falar a lingua local e sem conhecer a família que me hospedaria. Deu tudo certo. Fui pra faculdade de jornalismo e nem sabia o que era uma lauda.

O tempo passou. Agora tem internet, outras línguas, sutiãs milagrosos, escova de cabelo, grills, celular, nossa.... até cansa pensar tudo que foi criado para facilitar a vida. Cansa tanto, que cansa inclusive manter-se a par de tantas novidades. E mesmo assim... cá estamos nós. Nos adaptando. Somos voláteis. Aprendemos rápido e buscamos o conhecimento. As vezes quero que o mundo páre um pouco. Vendo tanta desgraça pela TV e nos jornais, penso que se parássemos um pouco de pensar em tecnologia e focassemos um pouco no "ser" humano, essa louca paranóia diminuiria.

Mas não dá tempo. Pensar no outro pode comprometer o futuro, que, diga-se de passagem, já está comprometido. A necessidade de conhecimento é tanta, que deixamos de nos conhecer para conhecer o que está acontecendo. E então eu penso...

Quando eu nasci estresse não era doença comum, não havia tanta violência, as crianças podiam se ocupar em brincar. Eu cresci ouvindo poucos relatos de câncer, de novidades médicas para tratar ansiedade, sem obesidade. Sou da geração na qual as coisas ruins eram de menos e as boas eram "demais". Demais mesmo!!!!

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Escolha


É tarde. Já passou o horário do ponto. Ela continua de branco, indicando que está na labuta.
Seus olhos se perdem num misto de cansaço, dever cumprido e curiosidade. Ela anseia chegar em casa, esticar as pernas, uma taça de vinho e conversa a tôa para jogar fora. Ainda não dá. Falta pouco para terminar aquela pequena tarefa.

Enquanto observa, seus olhos se perdem no infinito induzidos por pensamentos diversos sobre o que fazer. É real sua insatisfação. O tempo está passando e ela não se encontra. Queria estar em casa, mas está no trabalho. Queria o cabelo curto, mas insiste em deixá-lo crescer. Queria trocar de carro, mas o dinheiro não dá. Queria ter uma loja, mas mantém-se fiel ao trabalho da carteira. Sente-se perdida, encurralada. Já não é mais uma jovem recém-formada, mas sua cabeça ferve de idéias e propostas ditas à surdos... Ela está cansada.

Num instante pensa em fugir. Visitar amigas distantes, não contar para ninguem. _ "Um final de semana wild não seria nada mal". Ela percebe, preciso me re-encontrar. Olha em volta, pessoas falando, fumaça no ar... e ele.

ELE - o cara. O cara que a faz pensar e raízes. O cara que dá mão, a faz rir, aquece na noite fria. Simplesmente o cara. Ela reluta em aceitar, mas sente-se confortável ao lado dele; sente-se querida, mulher, importante. A dúvida aperta e dói. Sobe o nó, aquele que fica preso na garganta. Seus olhos ficam mareados. _ "Não é nada. Estou cansada e com sono", justifica as lágrimas.

Ela sente que está chegando a hora de escolher e sofre com a dor da escolha. Qual caminho quer seguir. Arriscar, ser uma profissional brilhante e sozinha; tentar os sonhos de juventude. Ou ficar, criar raízes, deixar um sonho por outro, ter família, aguentar ciúmes, trabalhar menos. Seus atos parecem ser observados. Ela sente a pressão. O-pressão. _ "Me deixem. Me esqueçam. De mim cuido eu"; pensa.

Final do expediente. Ponto passado. Horas extras. Esta noite ela vai passar sozinha: ela, o vinho e seus pensamentos.
G.David