quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

...quase um Diálogo

Na tentativa de encerrar, novamente, aquela discussãozinha que vem assolando o casal pelo menos uma vez por semana, ela toma conta da conversa e desabafa:

(...) “Olha.. vou te expor exatamente a situação do dia.
Estou naquela fase do "mato sem cachorro" sabe? Já ouviu falar?
Bem aquela situação em que "se correr o bicho pega e se ficar o bicho come". Eu nem sei bem pra onde vou, com quem eu falo e o que eu faço. Tô perdida.
Sinto muito por estar assim. Aliás, eu sinto tanto que chego a odiar o momento.
Sinto mais por não conseguir te explicar bem o que está acontecendo.
Não.. não me olha assim. Nãããoooooo... não é isso. Não diga bobagens.
Meus sentimentos não mudaram. É que diante de tudo isso, parece que se esconderam (os sentimentos) atrás da parede que estou erguendo para me proteger do mundo.
É mesmo.. eu concordo que estou diferente nos últimos meses. Mais irritada, mais impaciênte. Vivo em picos. Pareço até aquela moça do seriado né?! .. (rs).. isso mesmo, aquela que uma hora é do bem e outra hora é do mal. hahahahah.. será que é isso que chamam de "bipolar"??? hum.. pensando bem, devo conversar um pouco mais com a Mari.
Peço apenas que tente me entender Ok?! Não quero que você mude suas atitudes ou seu jeito.. mesmo porque sou apaixonada por eles. É tudo parte desse momento.
Aí.. deve ser coisa de controle né! Eu quero controlar tudo e como não tenho mais controle sobre minha profissão eu, ao menos, tenho que sentir esse "poderzinho" em casa. Que coisa de patife né!!!!!
Tenho vergonha.. mas fazer o quê?
É o tal do mato sem cachorro. Faço fé que ele mude e, por via das dúvidas, como sou uma mocinha previnida, além da fé tenho procurado novidades para o front. Vamos torcer".

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

30 dias para 30 anos


(esse post deveria ser publicado no dia 21 de janeiro)

Dentro de 30 dias completarei 30 anos.
Para mim, uma data simbólica. Para outros, mais um aniversário.
30 anos!

Quando eu era criança fantasiava que a esta idade eu seria uma profissional importante; teria minha casa, uns dois filhos e estaria vivendo uma vida de novela. Aliás, quando eu era criança eu fantasiava demais e, hoje, próxima dos 30 anos, continuo fantasiando.

Aliás, fantasio até demais, fazendo com que se tornem difíceis os momentos nos quais a realidade bate à porta, me obrigando olhar no espelho e assumir: - “Vou completar 30 anos”.

Penso que nasci na geração do “pulo”. Justamente a geração que está enfrentando os novos paradigmas sociais. Tipo esse de que faculdade apenas não é suficiente para um bom futuro profissional; ou o de que as mulheres agora têm obrigatoriamente que contribuir na renda familiar trabalhando fora e dentro de casa; e também esse de que não se pode mais punir os filhos quando são malcriados; ou esse outro de que beleza é fundamental etc, etc e etcs.....

O problema é que não cresci assim. Meus planos não foram construídos assim e agora, to eu com quase 30 anos, me sentindo uma garota de 20 e poucos anos.

Eu ainda vejo um elefante dentro de uma sucuri no desenho do Pequeno Príncipe. Sou uma adulta-criança ou uma criança-adulta. Me pesam as responsabilidades. Me dói não poder correr nos corredores do shopping ou não me melecar tomando sorvete.

Tenho certeza que não sou isolada nesta angustia. Existem milhares de outras vozes, outras pessoas que em 30 dias terão 30 anos, que se sentem assim. Outras mulheres que ferozmente buscam seu lugar ao sol e, ao mesmo tempo, sonham em viver em paz com o seu “ser feminino”.

Por isso a angustia. Como pode alguém que passa 10 horas por dia trabalhando, pensar em ter filho? Como pode alguém que passa 10 horas por dia trabalhando cuidar de suas próprias coisas? Quando pra mim o dia termina o banco já fechou, os vizinhos reclamam do barulho da máquina de lavar-roupa, as verduras no supermercado estão murchas, o sol já se foi e dá preguiça de cozinhar. Como pode alguém com quase 30 anos de idade não ver perspectivas positivas no seu futuro. (já era pra estar tudo engatilhado).

Eu sou ansiosa. Estou mais ansiosa por essas datas. Mas anseio uma vida digna, anseio ter a vida que sonhei, tenho gana, vontade, sou do tipo que “corre atrás”. Não tenho preguiça. Hoje tenho tristeza.
E é por isso que, pelo menos nos próximos 30 dias, vou tentar viver como criança. Ser um pouco inconseqüente. Deixar que a vida me leve. Quero chegar leve nos 30 anos. Quero pensar e ter certeza de que ao completar 30 anos estarei apenas entrando em mais um decênio e que, desta vez, terminarei o período realizada.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Por quê você??????

Porque o nosso tempo é só nosso. E eu sou só sua.
Porque nossos planos são muitos, nossos sonhos são altos e nossos dias são curtos.
Porque a melhor coisa é ouvir, da sua boca:
- “Se estivermos juntos, já terá dado tudo certo!”.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Sou Povo!

Para não deixar a primeira semana do ano passar em branco aqui no "Canto", vim para lhes contar minha primeira percepção de 2008: Sou POVO!

É.... isso mesmo. Sou Povo!
Eu tenho Ensino Superior Completo, Pós-graduação, Geladeira, TV, DVD, Microondas, Máquina de Lavar Roupa; tenho som, bons Cds (originais), comida; eu até já morei nos States e falo inglês fluente. Poderia ser "Elite", mas sou Povo!

Cai na real. Foi entre os dias 1 e 2 de janeiro... enquanto com milhares de outras pessoas, compartilhava nada mais que 8 horas de trânsito na rodovia Padre Manoel da Nóbrega, para percorrer um trecho que normalmente dura 30 minutos.

Tanto tempo fazendo nada, serviu para pensar mais e me fazer cair na real. Ao contrário de meus pais próxima dos 30 anos eu moro de aluguel, meu carro é parcelado e eu me viro como posso para pagar as contas no final do mês. Eu vou para a baixada nas festas de fim de ano, pego trânsito horrível para voltar para casa; gosto de churrasco e de comemorar com meus amigos no melhor estilo "Cerveja de ser". Não ouço pagode - mas isso é só uma questão de preferência musical -, gosto de forró, de festa junina. Pego fila no banco, entro no especial. Almoço no bandejão e, quando visito minha mãe de final de semana, trago para casa "quentinhas". Prefiro os perfumes nacionais aos importados. Viagem internacional... só se for presente ou parcelada em 10 vezes.

É... isso é ser povo. Isso é estar no povo.
E, de certa forma, isso também é ter poder. Pena que nós - POVO - não sabemos como usar bem esse poder.

Bom.. mas chega de devanear.
Hoje é sexta-feira e adivinhem... tô descendo pra praia!!!!!! (resolução de ano novo... outra coisa povo)