sexta-feira, 21 de março de 2008

Saudade da Minha Mãe


Nossa.. tô com muita saudade da minha mãe.
O plano era encontrá-la hoje, pela manhã, mas não deu...
Então a saudade apertou ainda mais!!
Faz tempo que eu não ficava tanto tempo longe dela.
E fazia tempo que eu não sentia tanto sua falta.
Porque "mãe é mãe" (me desculpem o clichê).
Já estive mais tempo longe.
Meses longe.. sem um abracinho sequer...
Só que foi diferente, era outro tempo.
Agora eu tô com aquela saudade apertada, vontade de contar tudo.
É uma saudade desesperada. Quero um afago de mãe, quero um olhar de mãe.
Porque são estes pequenos gestos ... DELA ... que me fazem ter a certeza de que estou certa.
Eu quero minha mãe! Que seja por um pouquino. Os breves instantes que unem o sábado e o domingo. Quero comer comida em casa, sentir o cheiro do lençol que ela lava, quero até dar uma discutidinha tola....
É... eu acho que tô mesmo com saudade de ser filha!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Quatro meses no inferno!



Foram 79 dias úteis, 117 dias no total. Esse foi o tempo em que atuei profissionalmente junto àquilo que chamamos de Governo. O tempo, relativamente curto, me pareceu uma eternidade, que passou ainda mais lento em virtude de minhas 10 horas (ou mais) de labuta diária.



Quando convidada para o cargo, em comissão, meus pensamentos voaram alto. Eu sabia as restrições que iria enfrentar; também conhecia a fama (nada boa) da futura chefe, mas como boa pisciana - romântica e apaixonada por desafios - me apeguei a novidade, à chance de uma nova experiência profissional e da nova vida.


Doce ilusão.

Deixei um emprego estável, meus amigos e um apartamento que eu adorava (à R$ 500,00 por mês) para vir morar na loucura, pagando o dobro do aluguel em um apartamento com metade do tamanho. Ainda assim, os desafios eram outros, meu gás totalmente renovado. Para ser mais exata, me sentia da mesma forma como em meu primeiro dia oficial de trabalho; como no meu primeiro dia de aula na faculdade... era tudo novo e fantástico.


Infelizmente minha empolgação, após o início do trabalho novo, teve a duração exata de: uma semana e meia. Poderia ser uma triste constatação, não fosse o tamanho da tragédia.



Justo eu, que posso me gabar de ter um relacionamento muito saudável em meus ambientes de trabalho, fui me meter no ambiente mais doente e triste que qualquer um pode imaginar. Tem gente que acha que eu exagero ao contar, mas é sério... não há exageros. Não pode haver exageros quando você ouve um superior xingar seu subalterno de "idiota"; ou, o que é pior, mandar seu principal apoio "tomar no cú".




Infelizmente nada foi brincadeira.


No meu íntimo entendi que as máscaras do poder estavam caindo bem na minha frente, como um sinal, para que eu repensasse toda minha ideologia de social e política. A experiência que queria adquirir eu consegui.. a duras penas, mesmo em apenas 4 meses. O que era para ser a realização de um sonho, cultivado por 29 anos, tornou-se meu maior pesadelo, guiado por uma diaba, que não usava Prada.


Enfim... o Fim

Felizmente, meu psicológico abalado não afetou (tanto) minha auto-confiança. Sei bem que tipo de profissional eu sou. Sei que estudei, sei perfeitamente minhas habilidades, competências e meu modo de trabalhar. Eu sei do que gosto.


Não aceito humilhação. Não aceito maus tratos e não aceito levar culpa pelo crime que não cometi, mesmo porque sou a primeira pessoa que quando erra avisa que errou. É isso. Eu pedi para sair! Com certa dor no coração, admito. É difícil ver seu sonho no ralo, assumir que sozinha não dá pra mudar nada. É difícil entender que a "desistência" não é sinal de fraqueza. A vida passa, os dias acabam rápido demais.. e a gente tem de saber viver sem culpa.




Como nada melhor que um dia depois do outro, logo chegou a minha vez.


O convite novo veio e eu aceitei. Para ganhar menos e gastar mais... coisa de maluco mesmo. Fico no trânsito, gasto no almoço, com estacionamento... mas sabem... nada mais feliz que passar em frente à um Palácio e não ter vontade nenhuma de conhecê-lo, nem a obrigação de entrar.


Nada como dormir tranquila. Nada como fazer seu trampo e ver os resultados, ouvir de quem trabalha com você que está bacana.


Após quatro meses no inferno aprendi: A gente é mais feliz quando faz o que gosta, quando está com quem gosta e quando vive como gosta!




Atenção: em respeito à mim, aos meus amigos, minha família e, principalmente,
a todos que ainda têm de enfrentar o dia-a-dia no inferno essa foi a última
vez que escrevi sobre meus quatro meses no inferno.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Só para Lembrar

O "Canto" está renascendo. Agora com nova proposta de textos.
Não vou deixar meus devaneios, mas quero falar do cotidiano: das coisas que acontecem, das pessoas que aparecem ... enfim, quero tratar de assuntos mais descontraídos, nos quais todos e todas nos identificamos.

A mudança já começou!!!!
E só para lembrar.. .republico abaixo "TEMPO", de Orides Fontela

O fluxo obriga
qualquer flor
a abrigar-se em si mesma
sem memória.
O fluxo onda ser
impede qualquer flor
de reinventar-se em
flor repetida.
O fluxo destrona
qualquer flor
de seu agora vivo
e a torna em sono.
O universofluxo
repele
entre as flores estes
cantosfloresvidas.
_ Mas eis que a palavra
cantoflorvivência
re-nascendo perpétua
obriga o fluxo
cavalga o fluxo
num milagre de vida!