quinta-feira, 31 de julho de 2008

minha terra

Olhando a foto aí do lado, essa do meu perfil, consigo até sentir o cheiro de mato, ouvir o barulho (bem barulhento) das maritacas voando e sentir o friozinho que dá quando a gente pula na água. Lembro direitinho do dia que essa foto foi tirada. Lembro o que comi, lembro o biquini que usava, lembro que implicava com o comprimento do meu cabelo. Lembro que passei quase o dia inteiro no pear, tomando sol e cerveja e lembro que tudo que eu queria era que aquele dia não acabasse. Atualmente, os dias não têm barulho de maritaca, aliás, o mais perto que chego desse belo pássaro é no pet-shop (e olha, não é maritaca, é canarinho); os dias também não tem quase sol quentinho e água ... a essa preciosidade da natureza nem caindo do céu. São Paulo está um inferno. Não chove. A cidade, mesmo nos dias claros, fica envolta à uma névoa, misto de fumaça e poeira. Até semana passada, eu bem que estava gostando. Sem chuva, sem frio. Até torci pra chuva demorar mais um pouco pra cair. Só que agora a história é outra. Ou chove ou daqui a pouco eu cuspo um tijolo. Gente chuva é tudo de bom, mesmo quanto ela traz um pouco de frio. Tudo em mim pede água: meu pulmão, meu cabelo, minha pele, minha casa, meu nariz, todas as alergias.. absolutamente TUDO pede água. Já me arrependi de ter falado que era melhor sem chuva. Ontem eu li no jornal que julho foi o mês mais seco da história de São Paulo. Não caiu um milimetro de água. Imaginem só como é!!!!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

ontem


Ontem foi ontem! e Hoje é hoje! cada coisa no seu dia, cada dia do seu jeito... coisa mais óbvia. O fato é que ontem eu fiz strogonoff de janta. Peguei a receita com mamis (eu tinha esquecido a ordem dos ingredientes). Lembrei tanto da época da faculdade, quando strognoff era o prato que escolhiamos fazer quando tinha visita na república. Só que a facul acabou e eu nunca mais fiz a tal receita. Daí ontem foi dia de tentar. E deu certo! Não ficou igual ao da minha mãe... culpa do meu querido .. que ao invés de trazer um molho de tomate do supermercado me trouxe uma lata de extrato de tomate. Coisa de homem né! Eles lembram do shampoo ante-caspa, mas não prestam atenção no que está escrito na lata da própria comida!. I-M-P-R-E-S-S-I-O-N-A-N-T-E. Mas vá lá.. o dia era de feriado e nada ia estragar meu bom humor. Nem um descarrilamento inconveniente que me tirou do meio da livraria pra trabalhar um pouco! Fiz um super jantar e ainda assei pão-de-mel!!!! (de caixinha). Foi bom ser mulherzinha um pouco. Eu esqueço disso as vezes. E odeio esquecer. Como já disse aqui antes.. tempo anda sendo meu bem mais precioso, mais procurado e mais querido. ahhh.. e não seria nada mal se ele viesse acompanhado de um dinheirinho extra!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

da janela do meu banheiro

No meu banheiro tem uma janelinha, que fica dentro do box. E, apesar de tantos prédios na cidade, por essa janelinha tenho uma visão privilegiada. Posso tomar banho apreciando a beleza da ponte estaiada (novo cartão postal da cidade). Nos dias de neblina a visão é feia; nos dias de sol é linda e durante a noite.. nossa.. luzes coloridas iluminam a ponte e dá vontade é de sair voando. Quando tenho tempo pra tomar banho sem muitas preocupações tenho também o prazer de admirar a vista, de pensar na vida e perceber os contrastes da minha vizinhança. O prédio que eu moro não é bonito não, nem luxuoso e nem nada! O apartamento é pequeno e muito confortável. O banheiro é feio de doer, com piso que até machuca o pé dentro do box. Mas a vista... ahhh minha vista.. é tão diferente, é meu presente. Acho que vai demorar pra eu ter o privilégio de uma vista tão bacana em próximas moradias. E fico eu lá, embaixo do chuveiro, protegida pela pequena passagem da janela, apreciando a movimentação. Além da ponte, vejo a marginal, vejo os belos prédios do outro lado do rio Pinheiros em área nobre, comercial, de escritórios luxuosos; e, quando olho mais à minha esquerda vejo também a favela, a comunidade. Contrastes. Onde eu moro tem gente muito rica e tem gente muito pobre. Tem crianças escolhendo presente na loja francesa e tem crianças dividindo a bola na quadra da escola. Os extremos não se completam, mas se respeitam e assim vamos levando. Chuá, chuá, chuááááá....

terça-feira, 8 de julho de 2008

dor no coração


Eu queria te falar que entendo bem e aceito esse seu jeito sistemático de ser. Mas preciso deixar claro que não concordo que ele prevaleça quando a maioria não se encaixa. Assim como tem coisas da minha vida as quais você não concorda. Eu respeito, porque "respeito" foi algo que aprendi com você. Só que não tente me poupar desse olhar julgador e intolerante que impera... demorou, eu sei, mas um dia você não aguentou e teve de falar. E então eu percebi: você não dispensa por mim o mesmo respeito que dispenso por você. É triste sim, meu querido, porque não sou burra e nem insensível. Eu esperava que um dia você, e ela, viessem me dizer na cara, pessoalmente, me cobrassem alguma explicação... mas nãoooo... essa cobrança talvez os comprometesse não é mesmo. Ao me cobrar, talvez você estaria me dando o mesmo direito e.. nossa.. nem pensar em ter alguém te cobrando. Enfim, só queria dizer que meu coração anda muito doído, envergonhado e machucado. Eu perdi meu apoio, minha segurança, meu lar. Perdi tudo que mais preservei. Tenho vergonha de mim por dizer isso, mas entenda.. eu precisava escrever, desabafar. Esse silêncio castrador não cola mais comigo. Eu prefiro falar, a engolir o que me dói. Azar o nosso né! Vamos levando uma vida isolados, sem qualquer cumplicidade. Só porque eu gosto de almoçar às 12h30 e você às 12 horas.