quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

uma rima

As vezes, me irrita a solidão.
Me irrita a televisão.
Me irrita falar com o chão.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

coerência

Desde a semana passada quero postar alguma coisa sobre o Obama. Eu já tinha decidido, há algum tempo, não falar mais nada que envolvesse política. Mas, teimosa que sou, não resisti. Até porque, o Obama virou um misto de político com popstar. Ele é o cara do momento! Aclamado. Adorado. Vencedor. Bateu todas as possibilidades negativas, não abaixou sua cabeça para qualquer crítica e manteve seu discurso coerente. Portanto, o que eu quero falar do Obama é: até quando? Sim... tenho medo desse negócio de poder. Porque poder sobe na cabeça das pessoas. Uma vez lá, com o poder na mão, elas parecem descobrir um outro ser dentro delas. Deixam de fazer sentido. Precisam ser cordiais. Fazer acordos. Fechar os olhos para determinados assuntos e abrir para outros... enfim, essas coisas de poder. Confesso que o primeiro ato mundialmente comentado do novo presidente estadunidense (adoro essa expressão super Caros Amigos), o decreto que fechará a prisão de Guantanamo, me alegrou. Mas e os próximos... o cara ainda tem alguns aninhos de presidente pela frente e (se não falhar a tradição), uma reeleição. O mundo está em crise. A crise afeta a todos. E a esperança que esse cara renovou nos EUA contagiou outras milhares de pessoas, em outras centenas de países. Daqui eu espero apenas mais coerência. Porque cansei de viver numa sociedade corporativa onde o discurso está à milhas de distância do que se quer na prática. Queria mesmo que o Obama focasse um pouco mais no seu próprio país e que nós, todos nós que não somos dos EUA, tirassemos isso como exemplo e nos concentrássemos em viver nosso próprio país e nossa própria cultura. Não quero ser radical, mas já cansei de perceber o "faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço". É triste, deprimente. Somos um povo criativo e ousado, mas estamos deixando nosso "jeitinho" de lado para dar lugar à in puts e out puts , sempre pensando em nossos "targets", e em atingir o maior número de "goals" possíveis. Daí, deprimimos, separamos.. não dá pra viver a vida assim. Porque isso não é vida, é escravidão fantasiada de employee do mundo coporativo. Contrariando expectativas, eu quero sim que o Obama seja um ótimo presidente, mas que seja presidente do país dele e não do mundo. E nós, no coletivo, precisamos bater o pé e clamar por nossa identidade (e, por favor, entenda que eu não sou contra a globalização).

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

(minha) definição


CASA.:
é um lugar gostoso onde passamos menos tempo do que gostaríamos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

unha azul


Engraçado perceber, num dia qualquer, que você está apaixonada por você mesma. Porque, de certa forma, a gente acredita que só se apaixona por um outro ser (geralmente do sexo oposto. O que não significa ser isso uma regra e também, entendam, a paixão aqui tem um sentido mais amplo e não apenas aquele de amorzinho). Daí você acorda feliz da vida e morrendo de vontade de fazer aquele baita café da manhã só pra você.. é...assim descobre estar apaixonada por você mesma. E assim, como toda paixão, bate aquela vontade de ficar junto com a pessoa o tempo inteiro; de se conhecer melhor; de entender porque você gosta de misturar leite gelado com café quente e de onde veio essa fixação por creminhos e produtos de beleza afins... Pode parecer até besteira, mas quando a gente se apaixona por nós mesmas a palavra solidão simplesmente some do vocabulário. Claro que existem coisas que fazer sozinha não tem graça nenhuma, mas vamos simplesmente pular essa parte ... Me lembro quando comprei meu primeiro carro - Otto. Era um Fiesta branco, com um estofado todo lindo, cheio de quadradinhos coloridos. Eu já tinha o rádio dele antes mesmo de ter o carro. Foi um dos dias mais poderosos da minha vida (chegar na concessionária e falar - "eu quero aquele", é legal). Sério. Tinha juntado um dinheiro pra dar de entrada no carro, e demorou pra conseguir a verba, ainda que me restassem 36 outras prestações... O Otto foi meu por 5 anos. Adorava ele. Nunca deu um probleminha, nunca me deixou na mão, nunca foi covarde nas ultrapassagens.. eu fui apaixonada por um carro (coisa material)! Essa paixão foi bem ilustrada por uma das brilhantes tiradas da minha Vó Bilete. Um dia, eu estava na garagem limpando o carro por dentro e programando o som e minha mãe perguntou a ela se sabia onde eu estava. Bilete, toda serena, disse apontando para a porta: "Ela tá ali ó...namorando o carro". O fato é que no final de semana que passou descobri mais um pouco do que havia perdido. Me apaixonei por mim. Ouvi forró, recebi uma amiga em casa, fui passear na Liberdade e, como gente apaixonada também gosta de comprar presente, me dei um tubo de spray secante para as unhas e um vidrinho de esmalte azul.... LINDO!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

sem título

... é quando a gente menos espera que se depara com uma surpresa dessas: um breve momento de inspiração, que surge na melancolia de noites vazias. Sei bem como dói o coração, mas não nego mais a voz da minha razão!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

qualquer semelhança ... é mera coincidência


Vou abrir uma excessão e colocar no meu "canto" um texto que vem de outros "cantos". O texto é da autora favorita da Pri e chegou até mim pela Alice, a mesma que inspirou o post abaixo. De qualquer forma, gostei e vou reproduzi-lo por encontrar nele muito de mim, uma confissão secreta!

"Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade. Pinto a realidade com alguns sonhos, e transformo alguns sonhos em cenas reais. Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer não derramo uma lágrima. Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz. Busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais. Mas não me leve a sério, sei que nada é definitivo. Nem eu sou o que penso que eu sou. Nem nós o que a gente pensa que tem. Prefiro as noites porque me nutrem na insônia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol. Trabalho sem salário e não entendo de economizar. Nem de energia. Esbanjo-me até quando não devo e, vezes sem conta, devo mais do que ganho. Não acredito em duendes, bruxas, fadas ou feitiços. Não vou à missa. Nem faço simpatias. Mas, rezo pra algum anjo de plantão e mascaro minha fé no deus do otimismo. Quando é impossível, debocho. Quando é permitido, duvido. Não bebo porque só me aceito sóbria, fumo pra enganar a ansiedade e não aposto em jogo de cartas marcadas. Penso mais do que falo. E falo muito, nem sempre o que você quer saber. Eu sei. Gosto de cara lavada — exceto por um traço preto no olhar — pés descalços, nutro uma estranha paixão por camisetas velhas e sinto falta de uma tatuagem no lado esquerdo das costas. Mas há uma mulher em algum lugar em mim que usa caros perfumes, sedas importadas e brilho no olhar, quando se traveste em sedução. Se você perceber qualquer tipo de constrangimento, não repare, eu não tenho pudores mas, não raro, sofro de timidez. E note bem: não sou agressiva, mas defensiva. Impaciente onde você vê ousadia. Falta de coragem onde você pensa que é sensatez. Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer em que eu esqueço todos os conselhos e sigo por caminhos escuros. Estranhos desertos. E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana, dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu reajo". Martha Medeiros

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

pra se divertir

Então hoje, quando para muita gente é o segundo dia útil do ano (e para mim, já é o quinto), ouço a seguinte frase da sabia Alice: _ "Enquanto a gente não acha o certo, se diverte com os errados"!. Profundo isso não?!... E com o ano ainda no começo e com várias propostas pessoais de fazer algo diferente acontecer, ouvi com muito bom humor tal frase. Gostei. Confesso!