terça-feira, 30 de dezembro de 2008

ano ímpar


Mais um ano se foi e, novamente, eu fiquei sem ver as festas se aproximarem. No entanto, apesar de toda correria, as últimas semanas foram espetaculares, anunciando a chegada de um ano novo que promete muitas supresas e inovações. O melhor presente já anunciado para 2009 é a chegada de uma criança à família. Serei Titia!!!! Claro que uma notícia dessa merece um texto só pra ela, mas tenho meu tempo e logo, logo esse nenem vai ganhar seu post exclusivo. Ahh...a futura mamãe será a Mari. Também mudei de apartamento. Mudança que faltava para a minha vida nova. O novo apartamento é minha distração nos momentos de solidão, arrumo uma coisa aqui, outra ali. Vou pesquisar preço de móveis, de decoração. Fico pensando o que posso por o que posso tirar... a vida nova, e solteira, é mesmo um desafio que mau começou. Nesse corre-corre de fim de ano, meu sobrinho (que ainda nem nasceu) me deu de presente assistir a Madonna. Nossa.. showzaço!!! Não dá muito pra comentar tudo que achei, porque seria complexo demais. Mas saibam: a Madonna é a mulher mais poderosa que eu já vi na minha frente e, se eu tinha alguma dúvida até então, bastou vê-la empunhando uma guitarra (mesmo que tocando meia-bocamente) para ter certeza disso. Aliás, o dia que a Madonna e o Bono quiserem se unir para salvar o planeta mobilizando todos os seus fãs... acho que vamos conseguir!!! Voltando ao assunto de final de ano, preciso fechar minhas considerações.

Não sei porque não sou a maior fã de anos pares. Gosto dos anos ímpares. Muito provavelmente porque gosto mais dos números ímpares, que são mais difíceis de dividir por dois (tipo que nem eu). Em 2008 passei por bons e maus momentos. Passei um ano de provação, de aprendizado. Chorei muito. Ri muito. Amei e deixei de ser amada. Justo no final do ano, quando tudo estava para se ajeitar veio a grande prova e, mais uma vez, eu consegui passar (ainda não superada totalmente)... Mas enfim, a vida é assim... em 2008 eu fiz 30 anos!!! Nossa, TRINTA. Não é fácil. E eu passei por uma crise (se é que ela já acabou). Pra superar, só mesmo fazendo 31 (que é um número ímpar). É, a vida tem mais graça assim, mas eu realmente desejo um 2009 calmo, tranquilo, gostoso, INOVADOR.

E é por isso, que neste meu último texto do ano (e que diga-se de passagem foi o mais breguinha de todos)vou encerrar desejando a todos os visitantes do meu "canto" muita ESPERANÇA!!! Para brilhar em 2009. Desejo a todos pensamentos positivos, criatividade e muita disposição para continuarmos sonhando, porque é de nossos sonhos que saem nossas realidades e é na realidade que vivemos!!!!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

caixas no carro


Começou com uma caixa pequena, na qual estavam guardados os pinduricalhos de parede. Depois foi a caixa de livros; uma outra caixa com objetos da cozinha; uma sacola com o material de limpeza. Em duas caixas de sapato couberam os poucos copos e as xícaras. A maior sacola ficou reservada para levar os sapatos, sandálias e botas.. muitos, talvez até demais. Foi a mais pesada. Conseguimos retirar tudo dentro de dois carros. Uma viagem só bastou para retirar a identidade daquele apartamento. Quando tudo já estava pronto para sair, ela voltou: - "preciso dar uma última olhada, ter certeza de que não deixei nada pra tras". Claro, estavam ali as lembranças, estava ali o cheiro. Alguns objetos ainda ficaram: almofada, colcha, pano de chão. Também será preciso buscar a TV, a máquina de lavar roupa, o aparelho de DVD e o colchão. Ahhh.. _"não fosse o colchão caberia tudo num carro só"... suspirou! Depois a viagem, a chegada no novo apartamento e a retirada de cada uma daquelas caixas e sacolas. Nas paredes, histórias que ainda não lhe pertencem. Marcas de outras vidas, de outras identidades. Desempacotando tudo. É hora de recomeçar. Mudança, mudança, mudar...

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

percepção

E então ficou assim: em certo momento nem ele e nem ela se entendiam mais. As palavras saiam como facas, pontiagudas e cortantes. Machucavam. As feridas já não cicatrizavam, não tinham tempo suficiente para cicatrização. A decisão foi certa, justa e era a única possível no momento. Ela ficou. Ele saiu. Então a paz. Para os dois.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

sobre aquilo que aprendi com o amor


Indo contra a maré vou ousar aqui dizer que muita leitura na minha adolescência se transformou num problema pra mim. Eu viajo! Eu imagino demais! Eu sonho demais! Eu tipo...fiquei pasmando que nem Pollyana, no "jogo do contente", me contentando demais com o que a vida me traz e, mesmo descontente, buscando o lado bom da coisa. Com isso, acreditei no amor mais do que deveria. Ou melhor, acreditei que havia amor, que o amor quebraria barreiras, que o amor construiria o sucesso... enfim, todas essas coisas cantadas em inúmeras músicas (geralmente sertanejas) e que machucam demais quando a gente finalmente percebe que a vida não imita a arte! (e, convenhamos, é por isso que arte é tão legal). Minha ficha, finalmente, caiu! Dividir uma vida, projetos e sonhos não é tarefa fácil. E agora, mais do que antes, afirmo com toda a certeza do mundo: só amor não basta. Eu queria que bastasse, acho que até fiz de tudo pra não precisar de mais nada além dele, mas não dá. Pessoas precisam de respeito e sem ele não há amor, não há futuro, não há nada concreto. É como construir um castelo lindo, mas com areia. Recorro muito ao tema amor, fico até piegas as vezes. Só que o tempo tem me dado lições fabulosas. A mais recente foi sobre separação. Sim, um momento muito doloroso. Mas que também reserva boas descobertas. Por exemplo: descobri uma força interna que eu não sabia que tinha. Descobri o quanto tenho pessoas queridas ao meu lado e o quanto elas estão prontas e pra me estender a mão (até me envergonho por não ter percebido isso antes). Descobri que por mais difíceis e surpreendentes que sejam os motivos de uma separação, quando o amor era de verdade o sentimento de carinho que fica, guardado por todos os bons momentos vividos, é real. É, então, possível haver respeito (tá certo que esse respeito demorou pra chegar né)... Mas é esse o sinal de que o tempo passado não foi em vão. Foi um tempo lindo e que valeu cada minuto, cada problema resolvido, cada abraço, cada sorriso. Agora é vida nova!!! E embalada por Nina Simone, em Feeling Good.. me despeço por hoje.

Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Breeze driftin' on by you know how I feel
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good
Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
Blossom on the tree you know how I feel

Dragonfly out in the sun you know what I mean, don't you know
Butterflies all havin' fun you know what I mean
Sleep in peace when day is done
That's what I mean
And this old world is a new world
And a bold world
For me
Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Oh freedom is mine
And I know how I feel

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

sobre trabalhar no feriado

Trabalhar no feriado: ninguem merece! Ainda mais quando se está há mais de dois anos sem uma única semana de férias; ainda mais quando não se descansa nem quando é sábado ou domingo; ainda mais quando no semestre todos os dias de folga extra caíram nos finais de semana e ainda mais quando nos feriados que existiram antes você também trabalhou. Enfim.. tá um saco essa falta de tempo pra simplesmente não fazer nada. E você que lê o canto já deve ter percebido que hoje em dia a grande motivação da minha vida é encontrar mais tempo pra ter tempo pra mim. Com tudo isso acontecendo, ainda tenho que ouvir a voz feliz da minha irmã, que deveria estar se mudando, me avisando que vai curtir uns dias na praia com a galera da faculdade. E aí, como a obra dela atrasou e ela não se mudou, lá se foram mais alguns reais que eu economizava para a minha mudança no pagamento do aluguel que estava fora do meu planejamento. Sabem.. 2008 não está sendo um ano bom, na verdade é o ano que eu tirei para ser "fudida" pela vida. Que se danem as outras conquistas, estou ficando doente e o pior é que ninguem percebe. Graças aos deuses, o ano está acabando. Estou cheia de idéias para 2009, e devo começar com de fazer minha própria vida ter mais coerência. Pretendo não fazer mais o que não me agrada e para isso já estou, inclusive, preparada para abrir mão de coisas que eu adoro, como por exemplo meu carrinho. Eu quero ter prazer com nada, sentir de novo o quanto é bom deitar no travesseiro depois de um dia de férias e lembrar que ainda falta 3 semanas pra ela acabar. Eu, na verdade, só queria conseguir lembrar como é ficar alguns dias de folga. (....) sei, sei que eu reclamo muito e que a leitura do Canto não é mais legal, isso é reflexo do momento. Me sinto esquecida e desamparada. E eu ESTOU MUITO CANSADA!!!! Definitivamente é isso que dá trabalhar no feriado: insatisfação.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

preciso levar um "papo grama"


Tem um cantinho lá em Caconde que eu adoro. Ele fica bem entre a casa e a represa. É um cantinho especial. Gosto de esticar a canga, sentar nela com a coluna retinha, respirar fundo e deixar o ar sair do meu pulmão bem devagarinho. Gosto de ouvir os pássaros, o barulhinho da água. Ali, nesse cantinho, tenho uma certa paz, me sinto totalmente conectada com o mundo e a natureza. As vezes, já mais no estado maluquetes, gosto de sentar ali, com amigos (pode incluir meus irmãos na parada) e levar um "papo grama". Rsrsrs... "Papo Grama". O dia que falei essa expressão pro Fanger ele quase morreu engasgado de tanto rir. O fato é que estou com saudades de ter um "papo grama". Então, o "papo grama" é aquele tipo de conversa que começa do nada, te leva pra lugar nenhum, mas que faz um bem danado pra alma. É aquela conversa viagem total, que tem surtos de risada no meio (daquele que quando um consegue parar de rir o outro começa). Então.. agora você já sabe né!!! Já teve um "papo grama" antes! Então é isso mesmo, o "papo grama" é tipo um "papo cabeça" mas sem toda a intelectualidade do segundo (note que é "sem toda", porque no "papo grama" também rola uma intelectualidade). No "papo grama" o melhor assunto é a natureza, a observação do lugar em que se está; o que nos remete que, infelizmente, o mundo é bem mais feio, sujo, fedido e injusto que aquele momento. Enfim...já tem muito tempo que não levo um "papinho grama", tô sentindo falta dele e de tudo que vem junto.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

o doente, a polícia, o governador e a imprensa


Eu não aguento mais ouvir falar do Lindemberg e da Eloá. Eu quero saber mais sobre o conflito da polícia civil com a polícia militar, nas redondezas do Palácio dos Bandeirantes. É, você que não é daqui, está sabendo disso??? Então, por sorte do Governador, o GATE invadiu o apartamento depois de 100 horas seguidas de negociações. Foi uma operação confusa, cheia de erros e que, atualmente, gera dezenas de debates, captaneados pela imprensa (a mesma imprensa que deu voz para um bandido, transformando-o em celebridade, enquanto tinha duas meninas na mira de sua arma), a polícia agiu certo ou errado na hora do resgate? Enfim.. o que eu quero perguntar é: a polícia agiu certo ou errado quando causou uma verdadeira guerra contra (pasmem) ela mesma na semana passada. Por que eu falei por sorte do Gov.? Simples. Enquanto a imprensa questiona a ação da polícia e a doença do Lindemberg, esquecem de falar da forma autoritária como os policiais civis foram recebidos no Palácio e, desta forma, ninguem fica sabendo do caso e quando ninguem fica sabendo melhor pra ele.. porque assim, ninguem vai saber que essa atitude depende de ordem e que esse cara (esse mesmo que quer ser presidente) não quis falar com os policiais que manisfestavam por algo justo: mais dignidade. No domingo, a Record deu uma super matéria sobre o conflito e a Globo nem se dignou. Afinal, pra quê por conflito do estado em cadeia nacional né? eu tenho cá minhas teorias, também já conheci de perto o que se passa naquele Palácio e então.. guardo isso pra mim, afinal, aí se me acontece alguma coisa quando esse homem virar presidente. Deixando pra lá minhas congecturas, faço aqui um convite à nossa reflexão. O conflito da polícia é muito mais perigoso para nós, sociedade como um todo, do que a discussão sobre se a polícia agiu bem ou mal na hora de resgatar as meninas. A meu ver, a polícia agiu precipitadamente no caso do Lindemberg, mas vamos lá: que aparato ela têm para agir de forma melhor? Que treinamento específico esses caras recebem para serem como a SWAT (constante fonte de comparação)? Que incentivo salarial eles recebem para viverem felizes com seu trabalho? Eles fizeram o que dava pra fazer, na hora que jugaram melhor e, mais que eles, ninguem tinha qualquer controle da situação. Nem a imprensa, que nestas horas, fica mostrando na televisão tudo do lado de fora, enquanto um doido varrido está lá dentro, se sentindo o cara, e apontando uma arma para duas jovens de 15 anos... Do outro lado, lá no Palácio, os policiais civis pediam uma audiência com o Governador, justamente para solicitar melhores condições de trabalho (o que engloba melhoria de estrutura, suporte psicológico, treinamento e salário) e foram recebidos a bala e na base do diálogo ignorante, isso sem contar todo isolamento da região. Eles também não agiram certo, mas agiram no limite da honra. No final disso, sinto pena de todos nós, que estamos tristes com o triste fim da Eloá. Tenho raiva desse cara doente, que não passa de um fraco covarde, que se não atirou para matar, atirou para desfigurar e machucar a menina que tinha uma vida pela frente. Sinto nojo de tudo que sei sobre a vida no Palácio e desse nojo eu tenho medo!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

visita pra Tum

Eu não esqueço o gosto de bolinho de chuva da minha vó; não esqueço o quanto gosto do colo da minha mãe; não esqueço o cheiro da chuva no quintal das jaboticabeiras; não esqueço como se anda de bicicleta; não esqueci a posição das teclas no teclado depois de fazer datilografia; não esqueço a espessura da barba do meu pai; não esqueço do cheiro do Fanger; não esqueço das risadas que dei com minhas amigas; não esqueço do primeiro dia de aula em Ribeirão; não esqueço o rosto da minha família americana; não esqueço a voz da vó Nézia cantando pelo corredor; não esqueço que adoro algodão doce; não esqueço os meus irmãos; não esqueço uma tarde na serra vendo o crepusculo de São João; não esqueço de parar para beber água quando passo em Águas da Prata; não esqueço do cheiro na Serra do Mar; não esqueço o caminho de casa.... Não esqueço das várias histórias, dos muitos momentos, da companhia e da cumplicidade da minha prima Tum (apelido carinhosos esse). Sou irmã mais velha e, na família do meu pai, também sou a neta, a sobrinha, a sobrinha-neta e a prima mais velha. Por isso, a Tum foi a pessoa que escolhi como minha irmã mais velha. Minha referência de tanta coisa. A gente se afastou nos últimos anos, acho que nos últimos 10 anos. Nada proposital, foi faculdade, vida em cidades diferentes, trabalho, casamentos... nossas vidas entraram num ritmo alucinado de gente grande e nós duas mau pudemos sentar para dar risada dos nossos momentos, para lembrar as histórias engraçadas e contar, uma pra outra, as novidades. Quando se é inserparável, dói perceber a falta que a pessoa faz. A Tum sempre me protegeu. Eu fui pra escola novinha porque queria ir com ela. A gente dividia o lanche e éramos as amigas inseparáveis. Sabe aquela amiga que você olha e já sabe o que passa na cabeça.. então era assim. Aliás, ainda é assim. Final de semana passou e eu passei na casa da Tum. DELÍCIA! Demos risada, bebemos, falamos sobre nossos trabalhos, sobre o que comemos, sobre levar a vida com outra pessoa, sobre nossos planos ... conversamos muitoooooo.. até a lingua fazer calo e nós duas exaustas encostarmos a cabeça no sofá já pedindo cama. Entender o valor de uma amizade é saber que mesmo longe nossas vidas se sintonizam; é entender que não é preciso estar colado pra gostar, respeitar e, o que é mais importante, querer bem!!!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

o dente, a dor de cabeça e o mau humor

Ela acordou cedo, como em todos os dias da semana. A cabeça ainda pesava, confirmando a continuação da dor que começara no dia anterior. Era o dente. Justo aquele dente que ela insistia em não extrair. O tal dente do juízo. Levantou, tomou seu banho, tentou comer alguma coisa, mas o apetite não vinha. Engoliu um yogurte, tentando, entre uma colherada e outra, descontrair em um papo com o namorado, que ainda dormia. A dor era grande. Incomodava. A moça se irritou. Pegou rápido suas chaves, desceu e saiu de casa. Sol. Um verdadeiro milagre após dias de céu fechado e nublado. Trânsito e dor de cabeça. Uma hora depois, estava no trabalho e a dor continuava ali, como um grilo que faz serenata em noites de verão. Ziiimmmm... a cabeça dói. _ "Não consigo ler". Ainda é meio dia. Para ela terminar vai demorar. E segue o ciclo: o dente faz a cabeça doer; a cabeça doendo não deixa trabalhar; a falta de concentração irrita; irritação traz mau humor.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

a nova ordem

"Alguma coisa está fora da ordem... fora na nova ordem mundial"... Foi assim que me peguei cantarolando pela manhã. Na verdade, eu só sei esse pedaço da música, não lembro o resto. O fato é que comecei cantar ao pensar em tudo que está acontecendo no mundo. Isoladamente os EUA estão quebrados e, o que os americanos comuns (como a gente) nem imaginam, é o quanto essa crise está abalando o resto do mundo. Eu não concordo em dizer que a "coisa" está fora da ordem mundial; em minha modesta opinião é a ordem mundial que está fora da "coisa". Ou seja, acredito que estamos vivenciando um momento de redescoberta da tal ordem mundial. E acho que, nos próximos meses, vamos ver os países economicamente surtados, mas também vivenciaremos uma reorganização histórica. É agora ou nunca. Essa é a chance dos poderosos colocarem a mão na consciência e perceberem o que foi que aconteceu com o mundo. Vejam, vivemos numa sociedade na qual as "coisas" passaram a ter mais valor que os "seres" (de qualquer espécie). Só que são os "seres" que dão sentido à existencia das "coisas". As "coisas" não podem ditar as regras. A impressão que tenho com as recentes notícias da crise economica é de que o mundo vai se reorganizar de uma forma menos consumista, mais consciente. Nós, que somos o povo deste mundo, vamos olhar para isso com outros olhos; vamos perceber que a ganância de bancos, CEOs, executivos, corporações, só fez mesmo encher bolsos de dinheiro e deixou o mundo assim... um lixo. Para superar isso, inconscientemente, vamos dar mais valor às nossas relações de amizade, vamos gostar mais da comida feita em casa, vamos lembrar de nossas coleções antigas.. quer saber, vamos consumir menos em protesto a tudo isso e vamos despertar neles esta mesma idéia. Quem sabe assim, em alguns anos, não voltamos a respirar aliviados!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

mais do mesmo

Hoje me redescobri nas publicações passadas deste Canto. E, por mais incrivel qe pareça, me redescobri a mesma pessoa, só que agora em uma outra cidade e em outro emprego. De igual continuo com o namorado e a minha eterna falta de tempo.
Nossa!!!! Esse texto não podia ganhar outro título. (pausa. Pode rir!).
Lendo o que eu já escrevi percebi que tenho conseguido chegar aos meus sonhos, mas cai na real que não me dou tempo para aproveitá-los. Eu queria um trabalho novo: encontrei. Eu queria uma cidade diferente: mudei. Eu queria uma casa mais a minha cara: achei. No relacionamento vivo momentos altos e baixos: e quem não os tem???
De certa forma, me senti mau agradecida com a vida, que me é tão querida. Minha patologia tem nome: crise dos 30. É gente.. existe. Recentemente, lendo uma reportagem na SuperInteressante, descobri que essa minha (e sua também) geração vive o mal da crise dos 30. Somos pessoas bem resolvidas, inteligentes, bem empregadas, mas.. que lá no fundo.. sabemos que tem alguma coisa fora do planejado. É.. no meu caso, tem várias coisas fora do planejado. A principal delas é que bem aos 30 anos me descobri querendo ser outra coisa (profissionalmente falando). Quero escrever, quero virar Desktop Publishing Quero um trabalho mais sossegado, que me tempo de ser mulher, de viver; e que, mais que tudo, me de tempo de cuidar do meu próprio negócio. Sabe quando você acorda sem tempo pro café porque tem hora pra entrar e sair; quando tem medo de ir ao médico para não aborrecer o chefe com a saida mais cedo; quando, em pleno domingo, tem de cancelar um passeio porque o trem descarrilou e, principalmente quando olha a conta bancária com saldo zero apesar de tanto trabalho.... Quando tudo isso acontece junto, eu, pelo menos, me pergunto: Por que comigo? E a única conclusão que eu tenho é que eu deixo isso tudo acontecer porque sou condescendente com situações. Ou seja, em plenos 30 anos (já até mais caminhados para os 31) eu não aprendi uma lição básica da vida: falar NÃO / ARRISCAR MAIS. É.. será que está tarde pra aprender?

Passarinho quando voa
de livre canta alto
fala às àrvores
vê o mundo.
Passarinho quando voa
vai longe!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

quero meu 1 centavo


Quem foi que disse que R$ 0,01 não é dinheiro? Pois bem, R$ 0,01 é dinheiro sim. E eu quero meu 1 centavo. Já estou de saco cheio de comprar coisa que termina com 0,99 e não receber meu 1 centavo de volta. Fico ali, com cara de pastel, esperando a boa vontade da mocinha do caixa pra me devolver e ela, coitadinha, faz cara de quem não entende nada. Mas se R$ 0,01 não fosse dinheiro não teria tanto dono de supermercado fazendo questão de tê-los. Me irrita isso. Então parem de usar o preço com final ,99 que isso não acontece. Tem mais ainda, quando a conta dá esse redondinho ,99 e você encerra da o dinheiro com 4 centavos a menos, a mocinha ainda fala _ "não é R$ 4,95, é 4,99" e daí a gente, na maior boa vontade encontra 0,05 perdidos na bolsa e completa _ "ahh, aqui R$ 5,00". Pronto. Acabou! Ela fecha o caixa. E daí, você na maior cara de boazinha _"cadê meu 1 centavo?", e ela _"eu não tenho"; e você _"então devolve meus 5 centavos que é pra compensar das outras quatro pessoas que você não devolveu o 1 centavo"; e ela fica com aquela cara, refletindo (porque neste momento, a mocinha do caixa não sabe bem a conta que você fez) e então solta _"mas eu não posso"; e aí, como geralmente você está com pressa desiste de armar o barraco e chamar o gerente por causa de míseros 1 centavo. Pois é, miseros 1 centavo que fazem uma grande diferença no bolso dos Diniz né.. probrezinhos deles. A gente fica com dó da mocinha do caixa, mas não temos dó de nós mesmos! Se é pra não devolver o 1 centavo então arredonda logo o preço que é pra gente não pagar de otário. Ao invés de ser lojinha de 1,99, poderíamos criar a modalidade "TUDO POR R$ 2". Quer saber EU QUERO MEU 1 CENTAVO!!! Essa é a nova campanha.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

ai essa Pagu dentro de mim


Adoro a Pagu. Apesar de tudo. Hoje ouvi Maria Rita cantando Rita Lee. Bem a música da Pagu. Me deu saudades de mim!

Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira sabe o que é ser carvão
Eu sou pau pra toda obra, Deus dá asas à minha cobra
Minha força não é bruta, não sou freira nem sou puta

Porque nem toda feiticeira é corcunda,
nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone, sou mais macho que muito homem

Sou rainha do meu tanque,
sou Pagu indignada no palanque
Fama de porra-louca, tudo bem, minha mãe é Maria ninguém
Não sou atriz, modelo, dançarina
Meu buraco é mais em cima

Porque nem toda feiticeira é corcunda,
nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone, sou mais macho que muito homem

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

eu e meu despertador


Se tem um objeto na vida das pessoas que deveria ser abolido, esse seria o despertador. Tem coisa mais incômoda que ser acordado por um barulhinho insuportável todas as manhãs, justamente quando você ainda precisa dormir mais um "pouquinho"?.. Então, por essas e outras que eu Odeio meu despertador. Não sou preguisoça, cumpro meus horários, mas rezo para o dia que poderei levantar da cama para começar o dia no horário que meu corpo preferir. Porque desse jeito não dá! Toca às 6h30, e me dou uma lambuja de mais 30 minutos; daí toca às 7 horas, e começo a série de 15 em 15 minutos. Acabo levantando, de verdade, quase às 8, super mau-humorada (pq queria dormir mais) e super atrasada. Afinal, às 8 eu deveria estar sentadinha no carro para enfrentar a jornada de transito diário e chegar no trabalho às 9. Enfim.. eu ainda não joguei o despertador na parede - para ele ficar igual esse aí do lado - porque uso o meu celular para a função. Acho até que decidi isso subliminarmente como uma forma de evitar a destruição de meu telefone. Enfim, para encurtar essa história, que vocês (queridos e principalmente queridas leitores) já sabem, eu estou com vontade de lançar uma campanha para defender aqueles que precisam dos minutinhos a mais na cama. Quero liberdade. Liberdade para trabalhar minhas 8 horas diárias no horário que melhor se adeque ao meu condicionamento físico e, assim, poderei (assim como todos que me apoiarem) eliminar essa vida terrível de ser acordada, bem na melhor parte do sono, pelo barulhinho insuportável do despertador. Se você me apóia.. manda o voto!!!!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

minha irmãzinha


Depois que passa o primeiro, os outros parecem seguir em sequencia. É como se só precisasse um empurrão, para a coragem aparecer. Pois é, depois da Mari, será a vez da Dri, minha irmãzinha, casar. A mais nova, a gêmea, a única que meu pai sabia que iria nascer... Essa menina é particular. Impar. Vai casar de princesa, como sempre sonhou. Quer ser princesa mesmo; _ "rainha não", como ela mesma diz. O véu quase que tem 10 metros de comprimento; foi preciso conscientizar a noiva que daria muito trabalho para que o elemento do vestido caisse para 5 metros e olha.. ainda é véu pra caramba. A Dri tem personalidade forte, é dona da própria razão, diz que escuta, ms faz tudo do jeito dela mesmo. _"esse é meu jeito e pronto". Ela dá dor de cabeça as vezes, mas é mais por amor do que por qualquer outra razão que a gente, os três irmãos, implicamos. O fato é que no último sábado, em razão dos rituais de passagem que antecedem tal data, nos reunimos na casa dos nossos pais para o "chá de cozinha". Tinha prima, amiga, avós, tias-avós, primas-tias e uma cachorrinha linda. Éramos todas mulheres. A festa não tardou acabar e de lá, algumas remanescentes seguiram para a casa da noiva, terminar o estoque de cerveja. Na minha opinião a festa começou ali. Fazia tempo que não nos reunimos, nós três, as meninas da casa. Foi tudo tão legal. Aproveitamos a intimidade familiar para soltar a voz em um videoquê.. hahaha.. precisa ver que engraçado. Voltei a infância. Cantei musica séria, zoeira e refleti muito sobre minha própria vida. Vida.. que é sim cheia de surpresas e percalços, que entristecem e fortalecem, que nos alegram e dão novos ares. Me senti criança, ao lado das duas únicas mulheres que conheço desde que ainda eram bebês, ou melhor, desde que ainda estavam na barriga da nossa mãe. E como se fosse mais uma dessas surpresas da vida, as duas estavam focadas em mim, preocupadas com as noticias recentes, buscando me ajudar superar as dúvidas... tudo isso de uma forma simples: cantando. Se é clichê, não sei, mas "quem canta seus males espanta". No último sábado eu passei por tudo - emocionalmente falando - e quem orientou minha cegueira foram elas: minhas irmãs. Agora a pequena vai casar!!! De véu, de branco, na igreja... vai ser princesa, como ela mesma sonhou. Felicidade!!!! é tudo que eu quero pra ela.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

pra onde vamos companheiro


Preciso desabafar: tem alguma coisa errada com o jornalismo. Sério. Já não bastasse aquele personagem da novela das 8, com uma escova horrível no cabelo (vamô lá meninas, vocês também acham né!!!), tenho me deparado com cada acontecimento nas relações jornalisticas que estou repensando minha profissão. O povo não trabalha a favor, trabalha contra. É impressionante. Pra começar é bom que todos lembrem-se que Assessor de Imprensa também é jornalista. Não somos chatos que vivem tentando vender pauta, a gente trabalha - possivelmente bem mais - e busca, ao máximo, facilitar a vida de quem está na redação. Agora, convenhamos, tem um pessoalsinho bem despraparado escrevendo pra população ler hein. Começando: outro dia para dar mais veracidade à gravidade de uma situação um jornal (grande e conhecido) me publica matéria sobre acidente e coloca o depoimento de duas pessoas alertando sobre o perigo de um trecho de linha férrea. Detalhe, as duas fontes tinham, respectivamente, 10 e 11 anos de idade. Agora vamô lá: criança tem discernimento pra dar uma opinião dessas????? quem acha que sim, por favor, me explique as razões no espaço para comentários. Depois tem aqueles que querem por que querem dar o furo numa pauta que ainda nem existe. Projeto é projeto. Notícia é notícia. A pessoa vai lá, escreve sobre um projeto.. e depois, pra não perder o frescor do assunto, fica voltando em swites nada a ver, cheia de parágrafos justificados pela assessoria... ahhhh gente o que está acontecendo? Por que o pessoal não leva mais a máxima de ouvir os dois lados ao pé da letra? É problema financeiro, pra não gastar com telefone ou salário justo???? ou está se tornando um problema cultural, que dificulta a reflexão dos assuntos em pauta? Esta aberta minha enquete. Vamos lá coleguinhas, participem!!!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

que seria se...


Resolvi não ir a aula hoje, sem culpa. Estou cansada, física e mentalmente. Não iria render o necessário. Tento fazer em casa depois o projeto e peço ajuda aos universitários se não conseguir. Foi rápido decidir, ao contrário de outras decisões. Acho que estou pensando em mudar: de país. Pra variar um pouco, fugir dos problemas, dos olhares desconfiados que me cercam, fugir das minhas próprias decisões e sentimentos. Nunca fiz isso antes. Nunca fugi. Já quis, muito. Mas nunca tive coragem o suficiente. Não pensei que completar 30 anos me afetaria desta maneira. Tenho repensado tudo na minha vida. E, o que é pior, percebo que deixei muita coisa que gostaria de fazer pra tras por pura falta de empenho e apoio. Agora me pego perguntando: e se eu mudasse mesmo; se eu deixasse tudo isso de lado e me arriscasse a inovar totalmente? E essas perguntas me remetem a outras: como seria minha vida se eu não tivesse feito faculdade em Ribeirão? E se um dos meninos por quem me apaixonei tivesse me correspondido a paixão? E se eu tivesse engravidado cedo? E se eu viesse pra São Paulo ao invés de voltar para São João? E se eu tivesse tranferido a faculdade para Campinas? E se recusasse meu primeiro emprego de assessora porque queria era ser jornalista de redação? E se tivesse escolhido o carro azul e não o branco? E se eu tivesse me dedicado ao tênis quando era novinha ainda? e se ao invés de brinquedo de menino eu gostasse de brinquedo de menina? e se eu realmente escrevesse aquele livro que queria aos 13 anos de idade? e se eu não tivesse lido a Polyana? e se eu não me envolvesse com política? .. e se.. como seria? Como EU seria? Como EU estaria? ... não sei. Certamente não assim. Triste, com dúvidas e totalmente perdida.

domingo, 24 de agosto de 2008

a dona da história

Me peguei pensando sobre a vida, especificamente sobre as escolhas que me trouxeram onde estou. Nada foi coincidencia ou, simplesmente, destino. Foram meus atos. Sou responsável por quem sou, onde estou e o que faço. Sou jornalista, porque quis. Vivo hoje em São Paulo, porque escolhi. Sei falar inglês, porque me arrisquei. Não sou casada, porque (até agora)optei. Tenho tatuagem, porque gosto. Sei o peso de cada escolha e decisão. Mas, porque não repensar a vida, resgatar as escolhas que mudaram o traçado do minha vida. Acho que sei quando e como cada uma dessas decisões ocorreram. Adolescente resolvi que queria viajar de intercâmbio, meus pais me apoiaram, deixei o 3° colegial para ficar seis meses num país estranho, com uma família diferente e voltei. Passei na única faculdade que não pensava estudar e fui viver em Ribeirão. Conheci muita gente bacana e algumas das pessoas mais importantes que tenho na minha vida nos quatro anos que vivi lá. Sim, tive oportunidade de mudar de faculdade, o que profissionalmente poderia ser melhor, mas quis ficar por lá, até porque gostava demais dessas pessoas. Acabou a faculdade, fui para Campinas. Depois resolvi voltar para minha terra natal. Cresci. Me dediquei ao que escolhi fazer. Sou assessora não por acaso, foi o primeiro emprego que apareceu depois da faculdade e como eu queria trabalhar topei de cara. Só fiz isso. E acho que faço bem. Conheci pessoas interessantes, tive amores intensos, decepções terríveis. Sofri e ri muito. Tudo fez parte. Sabia cada um dos meus passos. Sou dona da minha história e entendo as consequencias de tudo que escolho, das decisões que tomo. Hoje vivo em São Paulo, com um pouco de arrependimento e muita curiosidade. Tenho desafios imensos, idéias malucas e vontade de fazer tudo acontecer. Destino existe, para as coincidências da vida. Agora voltei estudar, para aprender e somar ao que já sei. Uma decisão importante faz meu coração doer hoje, mas ainda pode - de um jeito ou de outro - acalmá-lo amanhã. Definitivamente, nada acontece para quem senta e espera. Não vou ficar esperando.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

sem comentários


Vamô lá.. eu tinha que comentar! Outro dia, um domingo desses de olimpíada, resolvi ir deitar. Querido, com sua delicadeza de sempre, vira e pergunta: _"você não gosta de Olimpìada? Até agora não te vi empolgada com nenhum jogo"... E eu, com cara de pastel, já me sentindo culpada por realmente estar por fora do sentimento de orgulho nacional respondi: _"Acho que eu GOSTAVA de Olimpíadas. Hoje não é mais igual. É comercial demais e eu tenho mais o que fazer!". E esse é o resumo da história. Ninguem fala na TV, nos jornais, mas aqui entre a gente dá pra falar o que pensamos: está horrível a participação brasileira nos jogos. E eu não digo isso pela falta de medalha não, porque ganhar ou perder é questão de empenho... eu digo exatamente pela falta desse "elemento", conhecido com empenho, por parte dos atletas e do governo (que convenhamos, não dá a mínima para o esporte). Minha impressão é que "nossos" atletas são mais empenhados em fazer bonito em filme comercial para TV. E isso é justificavel, afinal é dos patrocinadores que vem a grana para o sustento da profissão atleta. Será que você também percebeu que só aqueles que não apareceram na tv ganharam alguma coisa?... então, isso é pra pensar né. Hoje foi a gota d'água. Brasil x Argentina no futebol. Piada!!!! Pipocaram. Claro, ninguem é demitido da seleção. Quando o empenho é ruim, o cara é cortado. Na seleção se joga por "amor à camisa" (sei, sei... ). E quem aguenta a bronca somos nós!!! Mas o que é pior, no próximo jogo dessa seleção, comentaristas falarão do Ronaldo Gaucho, celebrarão o Pato, darão mais um voto de confiança ao Dunga e milhares de pessoas irão gastar o dinheiro suado do trabalho comprando ingresso pra ver esses caras, que já ganham uma fortuna, jogar. Quer saber.. torcedor merece! 3 x 0 para a Argentina. Vou torcer para os hermanos chegarem à medalha de ouro.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

segundo dia de aula


Voltei pra escola. Agora pra me habilitar nos programas de editoração eletrônica. Estava precisando. O curso chama-se Desktop Publishing.. fino né!!! Serão quatro meses de aula, três vezes por semana, das 19h30 às 22h30. Já vi que vai ser punk, mas estou adorando essa vida de estudante. Aliás, quem não gosta de vida de estudante. O problema é que ser estudante e profissional tem lá suas desvantagens. A primeira delas é manter a frequencia na escola impecável. Eu, que gosto de ser aplicada, já comecei mal. Perdi o primeiro dia de aula, porque fiquei presa em Santos. Paciência. Pulei a integração, a famosa aula onde todos dizem seus nomes, o que fazem e o que pretendem... não deu pra saber o nome de todos na classe ainda. Enfim, a volta as aulas também resgatou uma antiga vontade: ter meu próprio IMac. Vamos combinar, a pessoa que desenvolveu o design e o funcionamento daquela máquina merece um prêmio.. que linda, que rápida, que tudo!!!! Virou meu sonho de consumo!!! rs.. dentre os outros tantos. Mas, voltando ao assunto, cada vez que começo algum curso novo fico me lembrando da deliciosa época em que minha única obrigação era estudar. Hummm.. que saudade. Fui privilegiada neste ponto, até terminar a faculdade nunca tive a obrigação de trabalhar também. Isso é bom, tem seus méritos, mas mérito maior eu dou pra quem - com muita determinação - passa pelos bancos da facul e ainda tem seu tempo tomada pelas obrigações do trabalho. Não é fácil não. Sair de casa pela manhã, fazer refeições rápidas e sem conteúdo, emendar trabalho e estudo, chegar em casa e ainda estudar, praticar, dar conta da família, cozinha, namorado etc. Isso é coisa de guerreiro. Coisa de quem tem vontade. Vai vencer na vida!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

trabalho, transito, fumaça, trens e caminhões

Esta semana tive a oportunidade de perceber qual é a realidade de nosso desenvolvimento. Não foi uma semana fácil. Três dias zanzando pelo porto de Santos, em meio a caminhões gigantes, trens, carros, motos e bicicletas; em meio a muita fumaça, sujeira e mau cheiro. Enfim... o Brasil está crescendo aos olhos do mundo e nada melhor que ver o movimento intenso no porto para saber que isso é super verdade. Mas é verdade também que demorou para os governos resolverem invetir de verdade. Com tudo que é produzido e recebido pelo país, o porto (que é enorme) parece ser pequeno pra tanto movimento. Ali é exatamente o local onde "tudo acontece ao mesmo tempo agora". Está mais para inferno que para local de escoamento da produtividade brasileira. Tudo em reforma e nada parado. A experiência foi ótima, mas eu estou literalmente um bagaço. Meu corpo sentiu o primeiro dia: acho até que a água do meu banho saiu cinza. Minha cabeça sentiu os três. Por mais que estivesse com a agenda tranquila, sabendo bem o que devia fazer, uma parte de mim não se desligava: atenção no transito, ouvidos abertos e atentos à todas as buzinas ... Não é nada agradável se sentir uma formiga em meio a gigantes e ainda presa na caixa do automóvel. Vejo que estamos (brasileiros) no caminho. Mas, infelizmente, minhas esperanças andam pequenas, muito pequenas em relação ao país. Eu cansei! Ver a fila de caminhões na chegada em São Paulo foi a gota d'água. Demorou demais.. e eu não tenho tempo pra ficar esperando mais!
ahhh.. eu queria foto pra ilustrar esse texto, mas não consegui achar. Então imagine um cenário cinza, com torres, fábricas e galpões. Imagine essa arquitetura coberta de uma foligem preta. Lembre-se do cheiro do rio Tiête e ouça a buzina de um trem, misturada com o apito de um navio e o acelerador de um caminhão. Esse é o cenário!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

minha terra

Olhando a foto aí do lado, essa do meu perfil, consigo até sentir o cheiro de mato, ouvir o barulho (bem barulhento) das maritacas voando e sentir o friozinho que dá quando a gente pula na água. Lembro direitinho do dia que essa foto foi tirada. Lembro o que comi, lembro o biquini que usava, lembro que implicava com o comprimento do meu cabelo. Lembro que passei quase o dia inteiro no pear, tomando sol e cerveja e lembro que tudo que eu queria era que aquele dia não acabasse. Atualmente, os dias não têm barulho de maritaca, aliás, o mais perto que chego desse belo pássaro é no pet-shop (e olha, não é maritaca, é canarinho); os dias também não tem quase sol quentinho e água ... a essa preciosidade da natureza nem caindo do céu. São Paulo está um inferno. Não chove. A cidade, mesmo nos dias claros, fica envolta à uma névoa, misto de fumaça e poeira. Até semana passada, eu bem que estava gostando. Sem chuva, sem frio. Até torci pra chuva demorar mais um pouco pra cair. Só que agora a história é outra. Ou chove ou daqui a pouco eu cuspo um tijolo. Gente chuva é tudo de bom, mesmo quanto ela traz um pouco de frio. Tudo em mim pede água: meu pulmão, meu cabelo, minha pele, minha casa, meu nariz, todas as alergias.. absolutamente TUDO pede água. Já me arrependi de ter falado que era melhor sem chuva. Ontem eu li no jornal que julho foi o mês mais seco da história de São Paulo. Não caiu um milimetro de água. Imaginem só como é!!!!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

ontem


Ontem foi ontem! e Hoje é hoje! cada coisa no seu dia, cada dia do seu jeito... coisa mais óbvia. O fato é que ontem eu fiz strogonoff de janta. Peguei a receita com mamis (eu tinha esquecido a ordem dos ingredientes). Lembrei tanto da época da faculdade, quando strognoff era o prato que escolhiamos fazer quando tinha visita na república. Só que a facul acabou e eu nunca mais fiz a tal receita. Daí ontem foi dia de tentar. E deu certo! Não ficou igual ao da minha mãe... culpa do meu querido .. que ao invés de trazer um molho de tomate do supermercado me trouxe uma lata de extrato de tomate. Coisa de homem né! Eles lembram do shampoo ante-caspa, mas não prestam atenção no que está escrito na lata da própria comida!. I-M-P-R-E-S-S-I-O-N-A-N-T-E. Mas vá lá.. o dia era de feriado e nada ia estragar meu bom humor. Nem um descarrilamento inconveniente que me tirou do meio da livraria pra trabalhar um pouco! Fiz um super jantar e ainda assei pão-de-mel!!!! (de caixinha). Foi bom ser mulherzinha um pouco. Eu esqueço disso as vezes. E odeio esquecer. Como já disse aqui antes.. tempo anda sendo meu bem mais precioso, mais procurado e mais querido. ahhh.. e não seria nada mal se ele viesse acompanhado de um dinheirinho extra!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

da janela do meu banheiro

No meu banheiro tem uma janelinha, que fica dentro do box. E, apesar de tantos prédios na cidade, por essa janelinha tenho uma visão privilegiada. Posso tomar banho apreciando a beleza da ponte estaiada (novo cartão postal da cidade). Nos dias de neblina a visão é feia; nos dias de sol é linda e durante a noite.. nossa.. luzes coloridas iluminam a ponte e dá vontade é de sair voando. Quando tenho tempo pra tomar banho sem muitas preocupações tenho também o prazer de admirar a vista, de pensar na vida e perceber os contrastes da minha vizinhança. O prédio que eu moro não é bonito não, nem luxuoso e nem nada! O apartamento é pequeno e muito confortável. O banheiro é feio de doer, com piso que até machuca o pé dentro do box. Mas a vista... ahhh minha vista.. é tão diferente, é meu presente. Acho que vai demorar pra eu ter o privilégio de uma vista tão bacana em próximas moradias. E fico eu lá, embaixo do chuveiro, protegida pela pequena passagem da janela, apreciando a movimentação. Além da ponte, vejo a marginal, vejo os belos prédios do outro lado do rio Pinheiros em área nobre, comercial, de escritórios luxuosos; e, quando olho mais à minha esquerda vejo também a favela, a comunidade. Contrastes. Onde eu moro tem gente muito rica e tem gente muito pobre. Tem crianças escolhendo presente na loja francesa e tem crianças dividindo a bola na quadra da escola. Os extremos não se completam, mas se respeitam e assim vamos levando. Chuá, chuá, chuááááá....

terça-feira, 8 de julho de 2008

dor no coração


Eu queria te falar que entendo bem e aceito esse seu jeito sistemático de ser. Mas preciso deixar claro que não concordo que ele prevaleça quando a maioria não se encaixa. Assim como tem coisas da minha vida as quais você não concorda. Eu respeito, porque "respeito" foi algo que aprendi com você. Só que não tente me poupar desse olhar julgador e intolerante que impera... demorou, eu sei, mas um dia você não aguentou e teve de falar. E então eu percebi: você não dispensa por mim o mesmo respeito que dispenso por você. É triste sim, meu querido, porque não sou burra e nem insensível. Eu esperava que um dia você, e ela, viessem me dizer na cara, pessoalmente, me cobrassem alguma explicação... mas nãoooo... essa cobrança talvez os comprometesse não é mesmo. Ao me cobrar, talvez você estaria me dando o mesmo direito e.. nossa.. nem pensar em ter alguém te cobrando. Enfim, só queria dizer que meu coração anda muito doído, envergonhado e machucado. Eu perdi meu apoio, minha segurança, meu lar. Perdi tudo que mais preservei. Tenho vergonha de mim por dizer isso, mas entenda.. eu precisava escrever, desabafar. Esse silêncio castrador não cola mais comigo. Eu prefiro falar, a engolir o que me dói. Azar o nosso né! Vamos levando uma vida isolados, sem qualquer cumplicidade. Só porque eu gosto de almoçar às 12h30 e você às 12 horas.

terça-feira, 24 de junho de 2008

prof. Tiburcio e seus alunos


Eu ainda era muito criança quando o tal do Ernesto Varela apareceu e "causou" em Brasília. A idade me impediu de entender as brincadeiras. Depois, eu sempre via aquele moço, com óculos diferentes e entonação de voz engraçada. Simpático ele! Daí, ele virou um personagem (um dos vários)...o prof. Tiburcio, do Ra-tim-bum. Em casa, não podiamos ver TV o dia todo e, nos horários adequados, a mamãe preferia que assistíssemos tudo, menos novela! Eu gostava de "Confissões de Adolescente", mas para chegar lá, tinha que passar pelo Ra-Tim-Bum. O tempo passou. Daí fiquei fã do Vitrine. Me formei. Emplaquei uma matéria no programa quando começava minha carreira de assessora. Felicidade Extrema. Confesso que não acompanhava o cara para onde ele fosse, embora guardasse admiração por seu estilo - único!!!! Bom... há alguns meses eis que ele surge novamente. Soube por acaso. Vi anúncio no jornal Metro. Naquela noite estrearia um dos mais irreverentes e sarcásticos programas de jornalismo da Tv brasileira. Claro.. eu assisti pra conferir! A-D-O-R-E-I. De lá pra cá, segunda é sagrado. Assisto CQC. Claro que não troco eventos pelo programa. Mas sim, confesso, o que dá pra adiar eu adio. Fico triste de perder. Recomendo. Entro do site. Voto. A equipe do programa - da pauta à finalização - é ótima. As piadas são bem encaixadas. As informações bem apuradas. O quadro "proteste já" uma aula de jornalismo. Fico triste quando o programa acaba. O programa sério já conquistou tanta gente que agora levanta uma campanha real: do CQC no Congresso! Absurdo é pensar que eles foram barrados. É pensar que sempre que nós, povo, cobramos algo deles, os políticos - nossos representantes, somos barrados. É a fala do "você sabe com quem tá falando?"... ou o medo de sermos presos por "desacato à autoridade". Quer saber... CQC, depois que acabar a campanha do congresso, vocês deveriam dar início a campanha "Nós somos os Patrões". Ahh.. e só pra finalizar: caras ignorem o José Serra! Vamos combinar que ele não merece atenção se não dá atenção né!

terça-feira, 17 de junho de 2008

inspiração

As vezes me falta inspiração pra escrever. E outras vezes eu tenho inspiração demais, mas estou no transito, no chuveiro, na cama, fritando bife... e não consigo escrever nada porque me faltam as ferramentas. Neste exato momento me bateu falta de inspiração. Eu estava lendo meus próprios textos, também naveguei por outros blogs. Percebi que eu não sou muito do tipo blogueira. Não sei me comunicar com os outros. Não sei como se faz. Ninguem comenta meus posts e eu, meio caipira, fico com vergonha (coisa de moça do mato sabe) de deixar lá um comentário. Me sinto estranha em chegar assim e já ir deixando um comentário... Mas tem tanto blog bacana por aí! E a mulherada tá causando. Escrevendo seus pensamentos, seu dia-a-dia. Mulheres trocam confidências, dicas de culinária, promoções, decoração. Também lamentam as derrotas do time, se decepcionam com a política. Blog de mulher é muito melhor!!! (me desculpem os rapazes). Mulher escreve com mais sinceridade. Homem já escreve com mais seriedade. Vou pedir pra minha amiga Pri dar uma dicas de blogueira.. ela está no canto do Satisfeito (www.satisfeito.blogspot.com).. Pri satisfeita com a vida! Eu fico no meu canto. Para homenagear uma mulher acabei dando esse nome difícil pro blog!!! Agora aguenta né! ... nossa, acabou que saiu alguma coisa mesmo sem inspiração!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

palhaçada



Não. Eu não sou palhaça. Mas tenho me sentido uma palhaça. Ahh.. e você provavelmente também. E o que é pior, eu sou palhaça das pessoas que pago para trabalhar pra mim. Aliás, eu, você, ele, ela, aquele casal ali na sua frente, essa senhora aqui ao meu lado.. todos nós pagadores de impostos, taxas e demais tarifas governamentais. Todos nós somos palhaços de nossos funcionários. É isso mesmo que você ouviu: F-U-N-C-I-O-N-Á-R-I-O-S. É sim. Senhor prefeito, vereador, deputado, senador, governador e até você senhor presidente. Sou eu a tua chefe. Somos nós que pagamos seu salário. Ou vocês nunca entenderam bem que nós - o povo - somos o público na expressão "funcionário público". É pra nós que vocês trabalham e somos nós que escolhemos vocês. Prestem mais atenção nisso quando, por uma razão ou outra, vierem declarar seus direitos de autoridade. E você aí, que tal se juntar a mim para pararmos com esse conformismo. A ditadura já foi. Não vai acontecer nada com a gente se quisermos lutar por nossos direitos sabia. Ou você acha justo dar (de presente, de mão beijada) mais 0,1% do que você ganha para a saúde????? Melhorou alguma coisa quando a porcentagem era maior??? Então, porque vamos nos iludir achando que agora vai. Eu, por exemplo, já tenho despesa extra com plano de saúde porque meus funcionários não me permitem confiar na qualidade do serviço deles. Não vou pagar mais para um serviço que eu não vou usar. Você vai a padaria, paga o pão e deixa lá? Então, nem eu!

Manifeste-se. Solte-se. Se não mudarmos nada agora, vamos pagar o preço da omissão! Pra quem quer saber: diversos sites postaram a lista dos deputados federais que foram a favor da CSS (contribuição social da saúde), a nova CPMF. Procure, leia, informe-se. Se você vota, descubra quem realmente merece sua confiança.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

o paradoxo

Olha... o auge da minha futilidade é mesmo não querer - de jeito nenhum - andar de ônibus. Fico sem comer se precisar, mas dou um jeitinho de pagar a prestação do meu querido Nestor. Eu queria muito postar uma animação do YouTube, uma de minhas favoritas desde que adquiri, como hobby, procurar novidades por lá. Como eu não consegui, indico o link e vocês procuram no YouTube. Eu já aposto com qualquer pessoa que já esperou um ônibus na vida, que o vídeo é exatamente aquilo que pensamos.

http://br.youtube.com/watch?v=Ibow_K7fqF0&feature=related

Este aí é o link. Se não der certo, acessa o YouTube e digita "Paradoxo da Espera do Ônibus".

terça-feira, 10 de junho de 2008

eu quero tempo extra

Se eu pudesse fazer um pedido ao gênio, pediria mais tempo. Só porque percebo que 24 horas não me são suficiente. Falta tempo para dormir, falta tempo para cuidar de mim, falta tempo para fazer ginástica, falta tempo para cozinhar, falta tempo para cuidar da casa, falta tempo para o meu querido, falta tempo para ligar para as amigas, falta tempo de fazer planos ... Me falta tempo para não fazer nada. E essa falta de tempo me dá peso na consciência. Me deixa pouco confortável com o futuro. Talvez seja só um tipo de fase da vida, mas que por pura de falta de tempo parece ser a fase mais interminável. Ando dentro de um "contentamento descontente". As vezes, confesso, deixo de fazer o que mais gosto por preguiça. Porque não deu tempo de dormir o suficiente. E enquanto me falta tempo pra tanta coisa, eu ainda perco tempo dentro do carro. E pudera... não dá pra encarar transporte público em São Paulo não. Acho que só metro me salva e, infelizmente, não tem nenhum perto de casa. E na minha busca por tempo extra, meu tempo vai passando ... De quanto tempo será meu tempo?

quarta-feira, 4 de junho de 2008

sem explicação


Por aqui vai tudo bem, ainda bem! Mas tem coisa de São Paulo que eu ainda não consigo entender. Exemplo: por que tem gente que corre no trânsito costurando entre faixas, se vai ficar parado de qualquer jeito no congestionamento? por que a gente acaba se acostumando a ver gente dormindo no chão? e por que neste chão tem tanto cocô de cachorro? por que é tão difícil encontrar vaga pra estacionar o carro gratuitamente na rua? por que pintar o cabelo, levando a própria tinta, custa (pelo menos) R$ 35,00?... dúvidas. Vivendo aqui eu já tirei uma conclusão: sou menina do mato. Mas como faço o tipo maluca, deixei meu mato pra curtir um pouco da selva. E vai dizer que isso tudo não é selva???? No rádio a previsão: - "hoje céu azul e sol durante todo o dia!" Olho para o céu e ... AZUL?! ... bom, tem bastante fumaça e vejo uma certa neblina no horizonte. É isso, bingo! São Paulo não tem horizonte, apesar de a poluição garantir cores vibrantes nos finais de tarde de dias ensolarados. Nada comparado aos crepúsculos de São João, claro! Aqui o sol não é quente. Ele não atinge a pele como o sol daí. E tamôs aqui! Feliz. Ainda tenho muito mistério pra desvendar.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

domingo no parque



"I play it off but I'm dreaming of you //I'll keep my cool but I'm feeling // I try to say good-bye and I choke //I try to walk away and I stumble // though I try to hide it, it's clear // My world crumbles when you are not near" ...
Macy Gray

A mulher detonou. Detonou com meu coração. A tarde pedia sofá, mas lá fomos nós para o passeio dominical no Villa Lobos. A garoa fina não me deixava esquecer: estou em São Paulo. Milhares de pessoas também não se esqueceram e foram mesmo assim. Não dá mesmo pra perder música boa e for free!!!! Oportunidade desta pode demorar. Meu coração explodiu. Ela cantou lindamente. Fez participação especial no primeiro show - "I made my babe cryyy .... I wish I had a river so long.. I could escape away".. O rio, na verdade, estava bem ali perto. Mas escapar dali ninguem queria mesmo. Foi ótimo. Ó-T-I-M-O. Pena que foi pouquinho!!! Minha história com essa mulher não é muito velha não, mas o que ela escreve e canta me toca. E me toca porque parece ter sido escrita pra mim (quem dera se fosse por mim mesmo). Sua voz rouca dá o tom especial, somos mulheres loucas por nossos homens e sem vergonha de assumir. O que dizer de alguém que escreve "She ain´t right for you // she won´t love you like I do // (...)" e ainda faz ficar bonito, sem pieguice de música sertaneja. Independente da fase, Macy tem sempre um som pra mim... o que dizer do som acima: "Eu ignoro, mas estou sonhando com você // vou me manter calma, mas estou sentindo// Tento dizer adeus e engasgo // Tento sair andando mas tropeço // Embora eu tente esconder está claro // meu mundo desmorona quando você não está perto" ...

O.B.S.: Caríssimas, levar guarda-chuva em show é falta de educação. Se estiver chovendo usem capa de chuva, ou fiquem em casa. Mas se você ainda não se tocou o motivo é o seguinte: guarda-chuva tira a visão das pessoas que estão em volta de você e, o que é pior, molha mais quem está nas beiras. Se o medo de se molhar for tanto...
FIQUE EM CASA vendo FAUSTÃO!

terça-feira, 27 de maio de 2008

sossego



Tem momentos que não têm preço. Final de semana com sol, céu azul, praia limpa e pessoas queridas é um desses. A gente nem lembra de dar valor ao SOSSEGO até o encontrarmos. Viva o último final de semana prolongado do ano!!!! Sossego é um item que vinha faltando na minha vida. E faltava sossego por pura falta de tempo. Compromissos profissionais, domésticos, conjugais e sociais... incrível como me enchi de coisa pra fazer quando queria mesmo curtir sofá, dvd e cozinha. Cozinha?! (perguntam os leitores) SIMMMMM... quero aprimorar meus dotes. Ter tempo pra fazer bolo com cobertura, carne assada e arroz (que não seja de saquinho). Meu tempo tá ficando precioso. E do meu lado eu quero aproveitá-lo mesmo, da melhor forma que posso. Descobrindo refúgios, selecionando as companhias, comendo bem, aprendendo mais. Fazendo meu tempo valer mais, vou ter mais sossego e, assim, como numa reação em cadeia, nos momentos de lazer e tranquilidade, não preciso me surpreender tanto com uma simples cochilada na areia da praia.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

finalmente o Um!

Este canto vai ferver.
Estou voltando!

terça-feira, 20 de maio de 2008

segunda-feira, 19 de maio de 2008

sexta-feira, 16 de maio de 2008

quinta-feira, 15 de maio de 2008

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Mais um Ciclo


Para minhas amigas.

Mulheres são cíclicas. Menstruamos. E, na minha opinião, não tem coisa mais cíclica para o ser humano que a menstruação. Que só acontece para as mulheres.


A cada 28 dias temos a chance de nos renovar, mudar o ciclo de humor, começar de novo. Quantas de nós não deixa pra começar regime só depois da próxima menstruação; ou para ir a acadêmia. Mais que sermos regidas por um calendário de 30/31 dias, em 12 meses do ano; nós, mulheres, temos a oportunidade de perceber melhor as fases da Lua. Porque, assim como a lua, também temos nossas fases.


E esse texto é para falar dessas fases, porque hoje entre um email e outro percebi que entramos em uma nova fase.. a fase dos 30. Talvez, seja porque amanhã completa 30 anos mais uma amiga (e da fase dos 20 só faltava ela). Talvez seja porque aumentamos, agora somos casais. Talvez seja porque uma de nós vai casar. Talvez seja porque algumas já se separaram. Talvez seja porque aceitamos, nesta fase da vida, pegar nossa bagagem e mudar: de emprego, de cidade, de país.



Somos cíclicas porque aceitamos desafios. Olhamos o mundo com uma responsabilidade irresponsável cheia de medo, mas muito mais cheia de esperança. Somos mulheres regidas pela lua. Nos tornamos uma família secreta, que tem a chance de se encontrar a cada novo ciclo para festejar, esbravejar, desabafar, rir e chorar (de alegria).


Sinceramente: sorte a nossa e de todos aqueles que "nos tem em seu pacote".

sexta-feira, 21 de março de 2008

Saudade da Minha Mãe


Nossa.. tô com muita saudade da minha mãe.
O plano era encontrá-la hoje, pela manhã, mas não deu...
Então a saudade apertou ainda mais!!
Faz tempo que eu não ficava tanto tempo longe dela.
E fazia tempo que eu não sentia tanto sua falta.
Porque "mãe é mãe" (me desculpem o clichê).
Já estive mais tempo longe.
Meses longe.. sem um abracinho sequer...
Só que foi diferente, era outro tempo.
Agora eu tô com aquela saudade apertada, vontade de contar tudo.
É uma saudade desesperada. Quero um afago de mãe, quero um olhar de mãe.
Porque são estes pequenos gestos ... DELA ... que me fazem ter a certeza de que estou certa.
Eu quero minha mãe! Que seja por um pouquino. Os breves instantes que unem o sábado e o domingo. Quero comer comida em casa, sentir o cheiro do lençol que ela lava, quero até dar uma discutidinha tola....
É... eu acho que tô mesmo com saudade de ser filha!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Quatro meses no inferno!



Foram 79 dias úteis, 117 dias no total. Esse foi o tempo em que atuei profissionalmente junto àquilo que chamamos de Governo. O tempo, relativamente curto, me pareceu uma eternidade, que passou ainda mais lento em virtude de minhas 10 horas (ou mais) de labuta diária.



Quando convidada para o cargo, em comissão, meus pensamentos voaram alto. Eu sabia as restrições que iria enfrentar; também conhecia a fama (nada boa) da futura chefe, mas como boa pisciana - romântica e apaixonada por desafios - me apeguei a novidade, à chance de uma nova experiência profissional e da nova vida.


Doce ilusão.

Deixei um emprego estável, meus amigos e um apartamento que eu adorava (à R$ 500,00 por mês) para vir morar na loucura, pagando o dobro do aluguel em um apartamento com metade do tamanho. Ainda assim, os desafios eram outros, meu gás totalmente renovado. Para ser mais exata, me sentia da mesma forma como em meu primeiro dia oficial de trabalho; como no meu primeiro dia de aula na faculdade... era tudo novo e fantástico.


Infelizmente minha empolgação, após o início do trabalho novo, teve a duração exata de: uma semana e meia. Poderia ser uma triste constatação, não fosse o tamanho da tragédia.



Justo eu, que posso me gabar de ter um relacionamento muito saudável em meus ambientes de trabalho, fui me meter no ambiente mais doente e triste que qualquer um pode imaginar. Tem gente que acha que eu exagero ao contar, mas é sério... não há exageros. Não pode haver exageros quando você ouve um superior xingar seu subalterno de "idiota"; ou, o que é pior, mandar seu principal apoio "tomar no cú".




Infelizmente nada foi brincadeira.


No meu íntimo entendi que as máscaras do poder estavam caindo bem na minha frente, como um sinal, para que eu repensasse toda minha ideologia de social e política. A experiência que queria adquirir eu consegui.. a duras penas, mesmo em apenas 4 meses. O que era para ser a realização de um sonho, cultivado por 29 anos, tornou-se meu maior pesadelo, guiado por uma diaba, que não usava Prada.


Enfim... o Fim

Felizmente, meu psicológico abalado não afetou (tanto) minha auto-confiança. Sei bem que tipo de profissional eu sou. Sei que estudei, sei perfeitamente minhas habilidades, competências e meu modo de trabalhar. Eu sei do que gosto.


Não aceito humilhação. Não aceito maus tratos e não aceito levar culpa pelo crime que não cometi, mesmo porque sou a primeira pessoa que quando erra avisa que errou. É isso. Eu pedi para sair! Com certa dor no coração, admito. É difícil ver seu sonho no ralo, assumir que sozinha não dá pra mudar nada. É difícil entender que a "desistência" não é sinal de fraqueza. A vida passa, os dias acabam rápido demais.. e a gente tem de saber viver sem culpa.




Como nada melhor que um dia depois do outro, logo chegou a minha vez.


O convite novo veio e eu aceitei. Para ganhar menos e gastar mais... coisa de maluco mesmo. Fico no trânsito, gasto no almoço, com estacionamento... mas sabem... nada mais feliz que passar em frente à um Palácio e não ter vontade nenhuma de conhecê-lo, nem a obrigação de entrar.


Nada como dormir tranquila. Nada como fazer seu trampo e ver os resultados, ouvir de quem trabalha com você que está bacana.


Após quatro meses no inferno aprendi: A gente é mais feliz quando faz o que gosta, quando está com quem gosta e quando vive como gosta!




Atenção: em respeito à mim, aos meus amigos, minha família e, principalmente,
a todos que ainda têm de enfrentar o dia-a-dia no inferno essa foi a última
vez que escrevi sobre meus quatro meses no inferno.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Só para Lembrar

O "Canto" está renascendo. Agora com nova proposta de textos.
Não vou deixar meus devaneios, mas quero falar do cotidiano: das coisas que acontecem, das pessoas que aparecem ... enfim, quero tratar de assuntos mais descontraídos, nos quais todos e todas nos identificamos.

A mudança já começou!!!!
E só para lembrar.. .republico abaixo "TEMPO", de Orides Fontela

O fluxo obriga
qualquer flor
a abrigar-se em si mesma
sem memória.
O fluxo onda ser
impede qualquer flor
de reinventar-se em
flor repetida.
O fluxo destrona
qualquer flor
de seu agora vivo
e a torna em sono.
O universofluxo
repele
entre as flores estes
cantosfloresvidas.
_ Mas eis que a palavra
cantoflorvivência
re-nascendo perpétua
obriga o fluxo
cavalga o fluxo
num milagre de vida!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Pausa para um Café!



ATENÇÃO! ATENÇÃO

O "Canto" vai entrar em Reforma.

As obras serão para melhor.

Vamos comemorar um ano!!!!

AGUARDEM!!!!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Mais Cor e Atitude


Cores... um mundo de muitas cores.
Uma vida colorida... eu quero!
Quero verde de esperança; quero amarelo de dinheiro; quero muito vermelho de paixão.
Quero a cor da amizade (que eu não sei qual é).
E, principalmente, quero branco.
O branco de paz, serenidade e tranquilidade.



Depois do susto cair na real é legal.
Um pouco conturbado, porque, de certa forma, perdi o domínio sobre minhas emoções.
Estou parecendo uma louca histérica que vai da alegria ao mau humor extremo em questão de segundos. É chato ficar assim. Mas é também um grande aprendizado.
Estou me conhecendo melhor e, assim, fazendo prevalecer minhas vontades.
Estou aprendendo a dizer "Não".
Li (em algum lugar, em algum dia desses) que temos de saber dizer "Não".
Eu não sei, ou melhor, eu não sabia fazer valer minhas vontades realmente.

Era omissa, levada por circunstâncias.


Entrei em um processo sem volta de amadurecimento. Agora não tenho mais desculpas.

Quero ACONTECER!

E se tudo deu certo até aqui, não vai deixar de dar justo agora.

A mudança que eu quis é real, concreta e vou fazê-la funcionar.

Da forma que eu sonhei!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Eu ... quase lá

Há poucos dias passei pela experiência mais assustadora da minha vida: eu vi a luz! E, sério, pedi para que ela fosse embora e me deixasse tentar novamente. Tudo aconteceu assim.








Já era mais de 21 horas quando, na última sexta-feira, finalmente consegui sair do trabalho. Tínhamos marcado de jantar na casa de Kari. Passei em casa para trocar a roupa e saímos. Demorou para chegar lá. O trânsito habitual de sexta-feira, uma rua errada ... mas finalmente, a "balada".


Clima agradável. Comida exótica. Boa conversa, companhia e vinho. Apesar de feliz com o início do final de semana, ainda me sentia um pouco atordoada com o final do dia (um dos mais difíceis da semana).



Ali, sentada à mesa, eu nem imaginava.

Senti um pequeno formigamento no corpo e pensei - "Ahh.. não acredito que a pressão vai cair! Justo na Karina.. ...."




___________ SILÊNCIO _______________ MINUTOS ________________




O tempo passou.... e eu não vi.


De repente estava no sofá, deitada, sentindo um mau cheiro e não entendendo nada!

_ "O que foi que eu fiz?"

_ "Por que eu estou aqui? Me fala ... o que eu fiz?"


Branco total. Memória abalada e nada de entender o que se passava.

Eu ia e voltava. Sem conseguir controlar meus sentidos e minha sobriedade (apesar de não estar bêbada).
Consegui ouvir um pouco o que acontecia a minha volta. Sentia que as pessoas estavam me ajudando. Mas meu corpo e meus sentidos não combinavam. Perdi toda a consciência e não conseguia voltar ao normal. Um misto de vergonha e medo me assombrou.
Era o limite. Cheguei ao meu fundo do poço.
Voltei. Um banho gelado me reanimou e me fez entender o que aconteceu. Apaguei no meio do jantar. E só voltei quando parte dos convidados já estavam em suas casas.
Foi o meu limite.
Pode parecer clichê para quem estiver lendo, mas essa experiência não desejo para ninguem. Não vale a pena. Meu final de semana foi de recuperação e busca de respostas. O mais importante foi ouvir meu coração. Tem horas que não devemos buscar respostas e sim ouvir aquelas que já estão à nossa frente.
Eu tive um colapso e vi a Luz. O lado bom é que quis voltar e conseguir. Vou me reescrever.









quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Trocadilho!!!!

Tem poder quem não deveria poder.
Pena nós demorarmos a entender.
E quando entendemos, as vezes é tarde .. muito tarde!
Poder estraga o que o homem pode fazer.
E a gente pode mudar o poder.
Basta pra isso entender:
o que pode no poder!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Constatação II

Passarinho na Gaiola

não voa.

Sofre.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Talento

- "é Gabriélllaaa .. acredito que você tem talento, mas não é pra isso!"
- "Tenho que concordar com você. Isso* realmente não é minha praia!"

Enquanto isso... nos meus intímos pensamentos:

"Talento, Talento... eu tenho talento?
............. aí que ódio.
É claro que eu tenho talento.
Essa louca não sabe o que está falando.
Acho que ela não sabe mesmo com quem está falando.
Eu vou embora daqui. Isso não é pra mim.
Questionar minha competência. Ahhhh.. mas só faltava isso.
Alguém que desconta em sua equipe as frustrações pessoais; cria pavor em tudo e todos,
que não assume responsabildades, que não confia na sombra ...
convenhamos.. isso é ser gestor????? E ainda vem me falar de talento.
Monstra lôca.
Aí que vontade de falar tudo isso na cara dela e, ainda, finalizar dizendo
TCHAU.. bem gordo!
Mas não dá.. tenho medo!!! Imagina só o que acontece.
Putz.. que roubada fui me meter.
Que inferno.
Me dou mais duas semanas... vamos ver o que acontece".
MOMENTO DE SABEDORIA:
Talento - do Latim talentu
s. m. - medida de peso e moeda,
na antiguidade grega e romana;
fig.- grande inteligência; aptidão notável; engenho; agudeza de espírito; habilidade; pessoa talentosa.

hum.. pensando bem... quem será que tem mais talento?
* - "Isso" - era o relatório que foi finalizado e entregado 4 vezes e que em nenhuma delas ficou satisfatório.
Detalhe - além de ter seguido orientações da própria, a mesma ainda não conseguiu ser clara sobre o que ela realmente quer que seja feito com as informações compiladas. Ou seja, faça JÁ como eu quero, mesmo quando eu não sei bem como é!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

...quase um Diálogo

Na tentativa de encerrar, novamente, aquela discussãozinha que vem assolando o casal pelo menos uma vez por semana, ela toma conta da conversa e desabafa:

(...) “Olha.. vou te expor exatamente a situação do dia.
Estou naquela fase do "mato sem cachorro" sabe? Já ouviu falar?
Bem aquela situação em que "se correr o bicho pega e se ficar o bicho come". Eu nem sei bem pra onde vou, com quem eu falo e o que eu faço. Tô perdida.
Sinto muito por estar assim. Aliás, eu sinto tanto que chego a odiar o momento.
Sinto mais por não conseguir te explicar bem o que está acontecendo.
Não.. não me olha assim. Nãããoooooo... não é isso. Não diga bobagens.
Meus sentimentos não mudaram. É que diante de tudo isso, parece que se esconderam (os sentimentos) atrás da parede que estou erguendo para me proteger do mundo.
É mesmo.. eu concordo que estou diferente nos últimos meses. Mais irritada, mais impaciênte. Vivo em picos. Pareço até aquela moça do seriado né?! .. (rs).. isso mesmo, aquela que uma hora é do bem e outra hora é do mal. hahahahah.. será que é isso que chamam de "bipolar"??? hum.. pensando bem, devo conversar um pouco mais com a Mari.
Peço apenas que tente me entender Ok?! Não quero que você mude suas atitudes ou seu jeito.. mesmo porque sou apaixonada por eles. É tudo parte desse momento.
Aí.. deve ser coisa de controle né! Eu quero controlar tudo e como não tenho mais controle sobre minha profissão eu, ao menos, tenho que sentir esse "poderzinho" em casa. Que coisa de patife né!!!!!
Tenho vergonha.. mas fazer o quê?
É o tal do mato sem cachorro. Faço fé que ele mude e, por via das dúvidas, como sou uma mocinha previnida, além da fé tenho procurado novidades para o front. Vamos torcer".

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

30 dias para 30 anos


(esse post deveria ser publicado no dia 21 de janeiro)

Dentro de 30 dias completarei 30 anos.
Para mim, uma data simbólica. Para outros, mais um aniversário.
30 anos!

Quando eu era criança fantasiava que a esta idade eu seria uma profissional importante; teria minha casa, uns dois filhos e estaria vivendo uma vida de novela. Aliás, quando eu era criança eu fantasiava demais e, hoje, próxima dos 30 anos, continuo fantasiando.

Aliás, fantasio até demais, fazendo com que se tornem difíceis os momentos nos quais a realidade bate à porta, me obrigando olhar no espelho e assumir: - “Vou completar 30 anos”.

Penso que nasci na geração do “pulo”. Justamente a geração que está enfrentando os novos paradigmas sociais. Tipo esse de que faculdade apenas não é suficiente para um bom futuro profissional; ou o de que as mulheres agora têm obrigatoriamente que contribuir na renda familiar trabalhando fora e dentro de casa; e também esse de que não se pode mais punir os filhos quando são malcriados; ou esse outro de que beleza é fundamental etc, etc e etcs.....

O problema é que não cresci assim. Meus planos não foram construídos assim e agora, to eu com quase 30 anos, me sentindo uma garota de 20 e poucos anos.

Eu ainda vejo um elefante dentro de uma sucuri no desenho do Pequeno Príncipe. Sou uma adulta-criança ou uma criança-adulta. Me pesam as responsabilidades. Me dói não poder correr nos corredores do shopping ou não me melecar tomando sorvete.

Tenho certeza que não sou isolada nesta angustia. Existem milhares de outras vozes, outras pessoas que em 30 dias terão 30 anos, que se sentem assim. Outras mulheres que ferozmente buscam seu lugar ao sol e, ao mesmo tempo, sonham em viver em paz com o seu “ser feminino”.

Por isso a angustia. Como pode alguém que passa 10 horas por dia trabalhando, pensar em ter filho? Como pode alguém que passa 10 horas por dia trabalhando cuidar de suas próprias coisas? Quando pra mim o dia termina o banco já fechou, os vizinhos reclamam do barulho da máquina de lavar-roupa, as verduras no supermercado estão murchas, o sol já se foi e dá preguiça de cozinhar. Como pode alguém com quase 30 anos de idade não ver perspectivas positivas no seu futuro. (já era pra estar tudo engatilhado).

Eu sou ansiosa. Estou mais ansiosa por essas datas. Mas anseio uma vida digna, anseio ter a vida que sonhei, tenho gana, vontade, sou do tipo que “corre atrás”. Não tenho preguiça. Hoje tenho tristeza.
E é por isso que, pelo menos nos próximos 30 dias, vou tentar viver como criança. Ser um pouco inconseqüente. Deixar que a vida me leve. Quero chegar leve nos 30 anos. Quero pensar e ter certeza de que ao completar 30 anos estarei apenas entrando em mais um decênio e que, desta vez, terminarei o período realizada.