segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

coerência

Desde a semana passada quero postar alguma coisa sobre o Obama. Eu já tinha decidido, há algum tempo, não falar mais nada que envolvesse política. Mas, teimosa que sou, não resisti. Até porque, o Obama virou um misto de político com popstar. Ele é o cara do momento! Aclamado. Adorado. Vencedor. Bateu todas as possibilidades negativas, não abaixou sua cabeça para qualquer crítica e manteve seu discurso coerente. Portanto, o que eu quero falar do Obama é: até quando? Sim... tenho medo desse negócio de poder. Porque poder sobe na cabeça das pessoas. Uma vez lá, com o poder na mão, elas parecem descobrir um outro ser dentro delas. Deixam de fazer sentido. Precisam ser cordiais. Fazer acordos. Fechar os olhos para determinados assuntos e abrir para outros... enfim, essas coisas de poder. Confesso que o primeiro ato mundialmente comentado do novo presidente estadunidense (adoro essa expressão super Caros Amigos), o decreto que fechará a prisão de Guantanamo, me alegrou. Mas e os próximos... o cara ainda tem alguns aninhos de presidente pela frente e (se não falhar a tradição), uma reeleição. O mundo está em crise. A crise afeta a todos. E a esperança que esse cara renovou nos EUA contagiou outras milhares de pessoas, em outras centenas de países. Daqui eu espero apenas mais coerência. Porque cansei de viver numa sociedade corporativa onde o discurso está à milhas de distância do que se quer na prática. Queria mesmo que o Obama focasse um pouco mais no seu próprio país e que nós, todos nós que não somos dos EUA, tirassemos isso como exemplo e nos concentrássemos em viver nosso próprio país e nossa própria cultura. Não quero ser radical, mas já cansei de perceber o "faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço". É triste, deprimente. Somos um povo criativo e ousado, mas estamos deixando nosso "jeitinho" de lado para dar lugar à in puts e out puts , sempre pensando em nossos "targets", e em atingir o maior número de "goals" possíveis. Daí, deprimimos, separamos.. não dá pra viver a vida assim. Porque isso não é vida, é escravidão fantasiada de employee do mundo coporativo. Contrariando expectativas, eu quero sim que o Obama seja um ótimo presidente, mas que seja presidente do país dele e não do mundo. E nós, no coletivo, precisamos bater o pé e clamar por nossa identidade (e, por favor, entenda que eu não sou contra a globalização).

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