quinta-feira, 28 de agosto de 2008

pra onde vamos companheiro


Preciso desabafar: tem alguma coisa errada com o jornalismo. Sério. Já não bastasse aquele personagem da novela das 8, com uma escova horrível no cabelo (vamô lá meninas, vocês também acham né!!!), tenho me deparado com cada acontecimento nas relações jornalisticas que estou repensando minha profissão. O povo não trabalha a favor, trabalha contra. É impressionante. Pra começar é bom que todos lembrem-se que Assessor de Imprensa também é jornalista. Não somos chatos que vivem tentando vender pauta, a gente trabalha - possivelmente bem mais - e busca, ao máximo, facilitar a vida de quem está na redação. Agora, convenhamos, tem um pessoalsinho bem despraparado escrevendo pra população ler hein. Começando: outro dia para dar mais veracidade à gravidade de uma situação um jornal (grande e conhecido) me publica matéria sobre acidente e coloca o depoimento de duas pessoas alertando sobre o perigo de um trecho de linha férrea. Detalhe, as duas fontes tinham, respectivamente, 10 e 11 anos de idade. Agora vamô lá: criança tem discernimento pra dar uma opinião dessas????? quem acha que sim, por favor, me explique as razões no espaço para comentários. Depois tem aqueles que querem por que querem dar o furo numa pauta que ainda nem existe. Projeto é projeto. Notícia é notícia. A pessoa vai lá, escreve sobre um projeto.. e depois, pra não perder o frescor do assunto, fica voltando em swites nada a ver, cheia de parágrafos justificados pela assessoria... ahhhh gente o que está acontecendo? Por que o pessoal não leva mais a máxima de ouvir os dois lados ao pé da letra? É problema financeiro, pra não gastar com telefone ou salário justo???? ou está se tornando um problema cultural, que dificulta a reflexão dos assuntos em pauta? Esta aberta minha enquete. Vamos lá coleguinhas, participem!!!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

que seria se...


Resolvi não ir a aula hoje, sem culpa. Estou cansada, física e mentalmente. Não iria render o necessário. Tento fazer em casa depois o projeto e peço ajuda aos universitários se não conseguir. Foi rápido decidir, ao contrário de outras decisões. Acho que estou pensando em mudar: de país. Pra variar um pouco, fugir dos problemas, dos olhares desconfiados que me cercam, fugir das minhas próprias decisões e sentimentos. Nunca fiz isso antes. Nunca fugi. Já quis, muito. Mas nunca tive coragem o suficiente. Não pensei que completar 30 anos me afetaria desta maneira. Tenho repensado tudo na minha vida. E, o que é pior, percebo que deixei muita coisa que gostaria de fazer pra tras por pura falta de empenho e apoio. Agora me pego perguntando: e se eu mudasse mesmo; se eu deixasse tudo isso de lado e me arriscasse a inovar totalmente? E essas perguntas me remetem a outras: como seria minha vida se eu não tivesse feito faculdade em Ribeirão? E se um dos meninos por quem me apaixonei tivesse me correspondido a paixão? E se eu tivesse engravidado cedo? E se eu viesse pra São Paulo ao invés de voltar para São João? E se eu tivesse tranferido a faculdade para Campinas? E se recusasse meu primeiro emprego de assessora porque queria era ser jornalista de redação? E se tivesse escolhido o carro azul e não o branco? E se eu tivesse me dedicado ao tênis quando era novinha ainda? e se ao invés de brinquedo de menino eu gostasse de brinquedo de menina? e se eu realmente escrevesse aquele livro que queria aos 13 anos de idade? e se eu não tivesse lido a Polyana? e se eu não me envolvesse com política? .. e se.. como seria? Como EU seria? Como EU estaria? ... não sei. Certamente não assim. Triste, com dúvidas e totalmente perdida.

domingo, 24 de agosto de 2008

a dona da história

Me peguei pensando sobre a vida, especificamente sobre as escolhas que me trouxeram onde estou. Nada foi coincidencia ou, simplesmente, destino. Foram meus atos. Sou responsável por quem sou, onde estou e o que faço. Sou jornalista, porque quis. Vivo hoje em São Paulo, porque escolhi. Sei falar inglês, porque me arrisquei. Não sou casada, porque (até agora)optei. Tenho tatuagem, porque gosto. Sei o peso de cada escolha e decisão. Mas, porque não repensar a vida, resgatar as escolhas que mudaram o traçado do minha vida. Acho que sei quando e como cada uma dessas decisões ocorreram. Adolescente resolvi que queria viajar de intercâmbio, meus pais me apoiaram, deixei o 3° colegial para ficar seis meses num país estranho, com uma família diferente e voltei. Passei na única faculdade que não pensava estudar e fui viver em Ribeirão. Conheci muita gente bacana e algumas das pessoas mais importantes que tenho na minha vida nos quatro anos que vivi lá. Sim, tive oportunidade de mudar de faculdade, o que profissionalmente poderia ser melhor, mas quis ficar por lá, até porque gostava demais dessas pessoas. Acabou a faculdade, fui para Campinas. Depois resolvi voltar para minha terra natal. Cresci. Me dediquei ao que escolhi fazer. Sou assessora não por acaso, foi o primeiro emprego que apareceu depois da faculdade e como eu queria trabalhar topei de cara. Só fiz isso. E acho que faço bem. Conheci pessoas interessantes, tive amores intensos, decepções terríveis. Sofri e ri muito. Tudo fez parte. Sabia cada um dos meus passos. Sou dona da minha história e entendo as consequencias de tudo que escolho, das decisões que tomo. Hoje vivo em São Paulo, com um pouco de arrependimento e muita curiosidade. Tenho desafios imensos, idéias malucas e vontade de fazer tudo acontecer. Destino existe, para as coincidências da vida. Agora voltei estudar, para aprender e somar ao que já sei. Uma decisão importante faz meu coração doer hoje, mas ainda pode - de um jeito ou de outro - acalmá-lo amanhã. Definitivamente, nada acontece para quem senta e espera. Não vou ficar esperando.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

sem comentários


Vamô lá.. eu tinha que comentar! Outro dia, um domingo desses de olimpíada, resolvi ir deitar. Querido, com sua delicadeza de sempre, vira e pergunta: _"você não gosta de Olimpìada? Até agora não te vi empolgada com nenhum jogo"... E eu, com cara de pastel, já me sentindo culpada por realmente estar por fora do sentimento de orgulho nacional respondi: _"Acho que eu GOSTAVA de Olimpíadas. Hoje não é mais igual. É comercial demais e eu tenho mais o que fazer!". E esse é o resumo da história. Ninguem fala na TV, nos jornais, mas aqui entre a gente dá pra falar o que pensamos: está horrível a participação brasileira nos jogos. E eu não digo isso pela falta de medalha não, porque ganhar ou perder é questão de empenho... eu digo exatamente pela falta desse "elemento", conhecido com empenho, por parte dos atletas e do governo (que convenhamos, não dá a mínima para o esporte). Minha impressão é que "nossos" atletas são mais empenhados em fazer bonito em filme comercial para TV. E isso é justificavel, afinal é dos patrocinadores que vem a grana para o sustento da profissão atleta. Será que você também percebeu que só aqueles que não apareceram na tv ganharam alguma coisa?... então, isso é pra pensar né. Hoje foi a gota d'água. Brasil x Argentina no futebol. Piada!!!! Pipocaram. Claro, ninguem é demitido da seleção. Quando o empenho é ruim, o cara é cortado. Na seleção se joga por "amor à camisa" (sei, sei... ). E quem aguenta a bronca somos nós!!! Mas o que é pior, no próximo jogo dessa seleção, comentaristas falarão do Ronaldo Gaucho, celebrarão o Pato, darão mais um voto de confiança ao Dunga e milhares de pessoas irão gastar o dinheiro suado do trabalho comprando ingresso pra ver esses caras, que já ganham uma fortuna, jogar. Quer saber.. torcedor merece! 3 x 0 para a Argentina. Vou torcer para os hermanos chegarem à medalha de ouro.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

segundo dia de aula


Voltei pra escola. Agora pra me habilitar nos programas de editoração eletrônica. Estava precisando. O curso chama-se Desktop Publishing.. fino né!!! Serão quatro meses de aula, três vezes por semana, das 19h30 às 22h30. Já vi que vai ser punk, mas estou adorando essa vida de estudante. Aliás, quem não gosta de vida de estudante. O problema é que ser estudante e profissional tem lá suas desvantagens. A primeira delas é manter a frequencia na escola impecável. Eu, que gosto de ser aplicada, já comecei mal. Perdi o primeiro dia de aula, porque fiquei presa em Santos. Paciência. Pulei a integração, a famosa aula onde todos dizem seus nomes, o que fazem e o que pretendem... não deu pra saber o nome de todos na classe ainda. Enfim, a volta as aulas também resgatou uma antiga vontade: ter meu próprio IMac. Vamos combinar, a pessoa que desenvolveu o design e o funcionamento daquela máquina merece um prêmio.. que linda, que rápida, que tudo!!!! Virou meu sonho de consumo!!! rs.. dentre os outros tantos. Mas, voltando ao assunto, cada vez que começo algum curso novo fico me lembrando da deliciosa época em que minha única obrigação era estudar. Hummm.. que saudade. Fui privilegiada neste ponto, até terminar a faculdade nunca tive a obrigação de trabalhar também. Isso é bom, tem seus méritos, mas mérito maior eu dou pra quem - com muita determinação - passa pelos bancos da facul e ainda tem seu tempo tomada pelas obrigações do trabalho. Não é fácil não. Sair de casa pela manhã, fazer refeições rápidas e sem conteúdo, emendar trabalho e estudo, chegar em casa e ainda estudar, praticar, dar conta da família, cozinha, namorado etc. Isso é coisa de guerreiro. Coisa de quem tem vontade. Vai vencer na vida!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

trabalho, transito, fumaça, trens e caminhões

Esta semana tive a oportunidade de perceber qual é a realidade de nosso desenvolvimento. Não foi uma semana fácil. Três dias zanzando pelo porto de Santos, em meio a caminhões gigantes, trens, carros, motos e bicicletas; em meio a muita fumaça, sujeira e mau cheiro. Enfim... o Brasil está crescendo aos olhos do mundo e nada melhor que ver o movimento intenso no porto para saber que isso é super verdade. Mas é verdade também que demorou para os governos resolverem invetir de verdade. Com tudo que é produzido e recebido pelo país, o porto (que é enorme) parece ser pequeno pra tanto movimento. Ali é exatamente o local onde "tudo acontece ao mesmo tempo agora". Está mais para inferno que para local de escoamento da produtividade brasileira. Tudo em reforma e nada parado. A experiência foi ótima, mas eu estou literalmente um bagaço. Meu corpo sentiu o primeiro dia: acho até que a água do meu banho saiu cinza. Minha cabeça sentiu os três. Por mais que estivesse com a agenda tranquila, sabendo bem o que devia fazer, uma parte de mim não se desligava: atenção no transito, ouvidos abertos e atentos à todas as buzinas ... Não é nada agradável se sentir uma formiga em meio a gigantes e ainda presa na caixa do automóvel. Vejo que estamos (brasileiros) no caminho. Mas, infelizmente, minhas esperanças andam pequenas, muito pequenas em relação ao país. Eu cansei! Ver a fila de caminhões na chegada em São Paulo foi a gota d'água. Demorou demais.. e eu não tenho tempo pra ficar esperando mais!
ahhh.. eu queria foto pra ilustrar esse texto, mas não consegui achar. Então imagine um cenário cinza, com torres, fábricas e galpões. Imagine essa arquitetura coberta de uma foligem preta. Lembre-se do cheiro do rio Tiête e ouça a buzina de um trem, misturada com o apito de um navio e o acelerador de um caminhão. Esse é o cenário!