terça-feira, 8 de maio de 2007

Quando eu nasci

Quando eu nasci não existia computador popular. Os que existiam não eram de acesso público. Cresci sem muitos recursos tecnológicos. Como qualquer criança da minha época. Adolescente, eu não sabia dos recursos que uma chapinha proporciona ao cabelo que não é nem liso e nem enrolado. Tinha vergonha dos meus seios, que, de repente, eram os maiores da minha turma... nem imagina que um simples sutiã poderia curar meu trauma. Fiz a maluquice de estudar no exterior sem saber falar a lingua local e sem conhecer a família que me hospedaria. Deu tudo certo. Fui pra faculdade de jornalismo e nem sabia o que era uma lauda.

O tempo passou. Agora tem internet, outras línguas, sutiãs milagrosos, escova de cabelo, grills, celular, nossa.... até cansa pensar tudo que foi criado para facilitar a vida. Cansa tanto, que cansa inclusive manter-se a par de tantas novidades. E mesmo assim... cá estamos nós. Nos adaptando. Somos voláteis. Aprendemos rápido e buscamos o conhecimento. As vezes quero que o mundo páre um pouco. Vendo tanta desgraça pela TV e nos jornais, penso que se parássemos um pouco de pensar em tecnologia e focassemos um pouco no "ser" humano, essa louca paranóia diminuiria.

Mas não dá tempo. Pensar no outro pode comprometer o futuro, que, diga-se de passagem, já está comprometido. A necessidade de conhecimento é tanta, que deixamos de nos conhecer para conhecer o que está acontecendo. E então eu penso...

Quando eu nasci estresse não era doença comum, não havia tanta violência, as crianças podiam se ocupar em brincar. Eu cresci ouvindo poucos relatos de câncer, de novidades médicas para tratar ansiedade, sem obesidade. Sou da geração na qual as coisas ruins eram de menos e as boas eram "demais". Demais mesmo!!!!

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