Doeu mais no dia da despedida. Ele chegou na hora do trabalho. Arrumou suas coisas e ajeitava tudo na sala. Ela não sentia-se bem e foi embora mais cedo. Flagra. Pegou o gato no pulo. Covarde como aqueles que não se assumem, ele pretendia voltar mais tarde, já com seus pertences na casa que havia alugado há um mês.
_ "Um mês?!" - espantou-se. A saída já era planejada. Ele conhecia os movimentos dela, sabia seus horários e simplesmente não se importava. Sentar e ter uma conversa apropriada, como adultos.. isso era demais para ele.
A saída foi sair "à francesa"... - "Mas como???? Você simplesmente não se importa né!", definiu ela, com uma lágrima no canto dos olhos. Então algo surpreendente...
Ela olhou fundo nos olhos do ex-companheiro. Respirou todo o ar que cabia em seu pulmão. Estendeu as mãos e disse: _ "Me entrega sua chave. Ficarei na TV. Termina logo e quando sair bate a porta que venho trancar. Não se digne a me explicar nada. Não quero saber. Fui cega, louca, burra.. não te olhei. Não me olhei. Sinceramente, vá. Já está tarde".
Doeu mais ainda, mas era a solução. A jovem saiu de perto. Deixou o caminho livre para que ele terminasse sua arrumação. A vontade era de fazer uma cena, mas naquele momento, quando viu a covardia do homem em quem depositou seu amor, a Razão falou mais alto e o Coração ouviu.
G.David
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